Safra recorde da soja fortalece protagonismo do Brasil, mas impõe desafios ao produtor local
País tem volume histórico de quase 170 milhões de toneladas enquanto tensões comerciais geram oportunidades e riscos para exportação
O Brasil está prestes a consolidar sua posição como líder global na produção de soja, com uma safra recorde projetada em 168,15 milhões de toneladas. O volume histórico deve injetar dinamismo na economia, fortalecendo as exportações e impulsionando o setor agrícola. No entanto, o cenário não é apenas de otimismo: desafios logísticos, gargalos na armazenagem e a forte dependência do mercado externo podem impactar a rentabilidade do produtor.
Para Felipe Jordy, gerente de inteligência e assessoria comercial a da Biond Agro, a produção recorde é um marco para o agro brasileiro, mas também traz grandes desafios: “A logística necessita ser eficiente para evitar pressão sobre os preços e garantir competitividade”, afirma.
O contexto internacional também adiciona uma camada de incerteza. Recentemente, os Estados Unidos oficializaram novas tarifas sobre produtos do México, Canadá e China. Em resposta, a China retaliou as medidas americanas impondo tarifas que podem chegar a até 15%.
“Esse movimento pode beneficiar o Brasil, mas também exige estratégias assertivas dos produtores para garantir bons resultados. Além disso, a disputa comercial entre EUA e China abre oportunidades, mas também pode levar a barganhas agressivas da China, que busca reduzir custos de importação. Assim, o produtor precisa estar atento e buscar oportunidades no momento certo para não comprometer sua rentabilidade”, analisa Jordy.
A safra recorde de soja se apresenta como uma oportunidade para o Brasil fortalecer sua posição no mercado global, mas também exige gestão estratégica e visão de longo prazo para mitigar riscos e maximizar ganhos.
Desafios internos do produtor
Apesar da colheita expressiva, o Brasil vem enfrentando dificuldades para armazenar e escoar o volume recorde. O envelhecimento da frota de transporte e a alta nos preços do diesel aumentam os custos logísticos, tornando o momento de comercialização um fator crucial para a rentabilidade. Além disso, a grande oferta pode pressionar os preços e reduzir os prêmios de exportação, fator que se evidenciará cada vez mais no pico de volume disponível
Além da pressão logística com uma demanda jamais vista, esse ano o país enfrenta outros três grandes agentes que agravam mais o cenário:
• Colheita tardia devido o plantio tardio e as chuvas
• Comercialização em ritmo lento
• Déficit de armazenamento
Diante disso, Jordy reforça a importância dos produtores adotem estratégias de venda inteligentes para mitigar riscos. “O planejamento da comercialização deve levar em conta tanto os custos internos quanto o comportamento dos mercados internacionais. A retenção excessiva pode gerar prejuízos, enquanto a venda no momento certo pode garantir margens mais atrativas”, finaliza o especialista.
Sobre a Biond Agro
Empresa especializada em gestão e comercialização de grãos para o produtor brasileiro, originária de um grupo de companhias com 25 anos de experiência (Fyo, CRESUD e Brasil Agro). Compreendendo os números e especificidades do negócio e como interagir com os mercados. A Biond Agro desenha estratégias de comercialização e execução de negócios, profissionalizando a gestão de riscos para tornar o agronegócio sustentável no longo prazo. Saiba mais em https://www.biondagro.com/