TCP acelera descarbonização com eletrificação de equipamentos
Terminal registrou queda em 97% das emissões de gases de efeito estufa nas operações
A transição para operações mais sustentáveis e eficientes tem sido um dos pilares estratégicos das empresas que atuam no setor logístico global. Nesse contexto, a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, no Paraná, está liderando importantes iniciativas de eletrificação como a conversão dos guindastes RTG (guindastes pórtico sobre pneus) de diesel para energia elétrica.
Nesta entrevista, abordaremos os principais desafios enfrentados durante esse processo de conversão, as vantagens em eficiência energética dos modelos eletrificados, o impacto na descarbonização das operações do Terminal e as expectativas futuras para a implementação dessa tecnologia em larga escala.
Os gerentes de manutenção, Erico Luiz Manso, e de meio ambiente, Kayo Zaiats, da TCP, conversaram com a Revista EaeMáquinas sobre os resultados alcançados até agora e como essas mudanças refletem o compromisso do Terminal com a sustentabilidade e a inovação.
Quais foram os principais desafios enfrentados na conversão dos guindastes de diesel para energia elétrica?
Os maiores desafios foram a gestão da entrega de materiais importados, a implementação de infraestrutura elétrica no local, incluindo cabeamento, dutos, eletrocentro com transformadores, e a instalação do equipamento de conversão para matriz elétrica nos três guindastes que operam no ramal ferroviário.
Quais são as principais vantagens em eficiência energética dos modelos elétricos em comparação com os a diesel?
A principal vantagem está na maior qualidade da energia de rede, que é mais confiável quando comparada à energia dos grupos geradores a diesel. No modelo elétrico, o uso de energia acontece sob demanda, consumindo somente o essencial para movimentos produtivos, enquanto o grupo gerador a combustão precisa manter-se ligado em todo período de operação, consumindo diesel mesmo em momentos de ociosidade. Somente esta mudança conceitual apresentou redução acima de 70% em custo de energia. Também observamos uma redução de 70% no número de horas em que os equipamentos ficaram ociosos para atividades de manutenção. O Terminal registrou uma queda em 97% das emissões de gases de efeito estufa na operação de cada RTG eletrificado, quando comparados aos modelos a combustão. Seria como se estivéssemos removendo mais de 120 carros das ruas, em termos de emissões de gás carbônico ao longo de um ano.
Qual a importância da eletrificação dos guindastes para o projeto de descarbonização das operações no TCP?
Hoje, a TCP é o terminal portuário brasileiro com o maior parque de máquinas do Brasil. Contamos com 40 guindastes RTG e a conversão de três destes equipamentos em nosso projeto piloto já mostra resultados sólidos em termos de redução na emissão de gases poluentes. Por isso, devemos eletrificar mais equipamentos em um futuro próximo.
Entendemos que o setor logístico portuário tem um papel crucial na descarbonização da cadeia logística global, e isso não é apenas uma exigência cada vez mais presente no mercado, mas um consenso em todo o mundo.
Dessa forma, outras ações já foram adotadas, com destaque para nossa adesão ao Pacto Global das Nações Unidas, do qual a TCP é signatária desde 2016, e a conquista do certificado I-REC pelo segundo ano consecutivo, garantindo que 100% da energia elétrica consumida no Terminal de Contêineres de Paranaguá é gerada por fontes renováveis.
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