Aplicação de fungicida com base na bactéria Bacillus amyloliquefaciens reduz 70% das doenças de final de ciclo na cultura da soja
Uso de fungicidas biológicos revoluciona o manejo integrado de doenças, garantindo maior produtividade e sustentabilidade nas lavouras
O ano de 2025 começou com previsões positivas para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas. De acordo com o 3º prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo IBGE recentemente, a expectativa é de uma produção de 322,6 milhões de toneladas, uma alta de 10,2% em relação a 2024. O crescimento deve-se à maior estimativa prevista, principalmente, para a soja (15,4% ou 22.347.519 toneladas), para o milho 1ª safra (9,3% ou 2.124.233 toneladas), para o milho 2ª safra (4,1% ou 3.736.047 toneladas), para o arroz (8,1% ou 856.065 toneladas), para o trigo (4,8% ou 360.657 toneladas) e para o feijão 1ª safra (30,9% ou 276.071 toneladas).
Em um cenário de crescimento na produção de grãos, a sanidade das lavouras é uma das maiores preocupações dos produtores rurais. Na cultura da soja, por exemplo, as doenças de final de ciclo (DFC’s), como antracnose, crestamento foliar e mancha parda, são exemplos de ameaças que afetam significativamente a produtividade, comprometendo a área fotossintética das plantas e promovendo o desfolhamento precoce.
De acordo com a Embrapa, sob condições favoráveis, as doenças foliares de final de ciclo, causadas por Septoria glycines (mancha parda) e Cercospora kikuchii (crestamento foliar de cercóspora e mancha púrpura da semente), podem causar reduções de rendimento em mais de 20%. E, de modo geral, as perdas anuais de produção por doenças são estimadas em cerca de 15% a 20%, entretanto, algumas podem ocasionar perdas de quase 100%.
Para manter a produtividade em alta, o manejo eficiente é fundamental para evitar as doenças na plantação. Segundo o especialista Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Estratégico da Agrobiológica Sustentabilidade, empresa da holding Crop Care, a utilização de bactérias benéficas, como Bacillus amyloliquefaciens, tem se mostrado uma estratégia inovadora e eficiente no combate às DFC’s e no manejo integrado de doenças (MID).
“A estratégia de aplicação de Bacillus amyloliquefaciens foi validada em diferentes consultorias e locais de pesquisa, como Protscience em Passo Fundo/RS, Staphyt em Formosa/GO e UFSM em Santa Maria/RS. O produto foi posicionado nas primeiras aplicações, iniciando na “aplicação zero”. O manejo integrado de doenças utilizando o fungicida biológico reduziu em média 70,5% das DFC’s na cultura da soja e, comparado ao uso exclusivo de fungicidas químicos, houve um incremento médio de produtividade nessa cultura de 2,9 sc/ha”, explica.
Com o aumento dos desafios enfrentados pelos agricultores na preservação da saúde das culturas, o manejo integrado de doenças (MID) tem se consolidado como uma solução eficaz para garantir uma produtividade sustentável. A utilização de fungicidas biológicos soma-se à essa estratégia como uma ferramenta eficiente para reduzir a resistência aos fungicidas tradicionais e assegurar a produtividade das lavouras. As bactérias do gênero Bacillus permitem a formação de um biofilme na superfície das folhas, impedindo a penetração de fungos, além de induzir a resistência sistêmica contra patógenos e promover o crescimento das plantas.
“Trata-se de um avanço significativo na busca por soluções sustentáveis para a agricultura moderna, propiciando ausência de poluição ambiental e toxicidade à saúde humana, garantindo a segurança alimentar e contribuindo para a preservação do meio ambiente”, complementa Arroyo.
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