Comitiva brasileira, liderada por Paulo Alexandre, conhece canteiro de obras do maior túnel imerso do mundo; tecnologia será aplicada no Túnel Santos-Guarujá
As autoridades também participaram de reuniões para conhecer mais detalhes a respeito das obras
A comitiva liderada à Europa pelo Deputado Federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), para trazer experiências à construção do Túnel Santos-Guarujá, deu um grande passo nesta terça-feira (6) ao visitar o canteiro de obras do Túnel Fehmarnbelt, cuja tecnologia deve ser aplicada no projeto da Baixada Santista, e participar de reuniões com membros da empresa responsável pela construção do túnel europeu e da Câmara de Indústria e Comércio da cidade de Lübeck (Alemanha).
O grupo, composto por membros do poder legislativo, executivo e judiciário dos governos Federal, Estadual e Municipal, além de empresários, pôde conhecer de perto a forma complexa como o Fehmarnbelt está sendo construído. As autoridades visitaram os dois lados do canteiro de obras, tanto na Dinamarca quanto na Alemanha, fazendo a travessia de balsa, como a população da região.
“Essa oportunidade é única. Nós aprendemos sobre a metodologia construtiva que está sendo utilizada, os impactos socioeconômicos da obra, também conseguimos analisar o perfil de empregos e oportunidades que estão sendo gerados aqui, que serão os mesmo que vão se abrir para os moradores da Baixada Santista, enfim, um grande conhecimento que estamos adquirindo para aplicar no Brasil e melhorar a vida de milhares de pessoas”, declarou Barbosa.
Presidente da Frente Parlamentar da Ligação Seca Santos-Guarujá (FPLS) e da Frente Parlamentar dos Portos e Aeroportos (FPPA) no Congresso Nacional, Paulo Alexandre frisou que a experiência é de extrema relevância para antever e corrigir erros na execução do projeto, aperfeiçoando os procedimentos “e o principal, garantindo a entrega do túnel para a população da Baixada Santista e de todo o Brasil”, complementou o parlamentar.
As explanações sobre os detalhes da obra ficaram à cargo dos representantes da Femern A/S, empresa responsável pela construção do túnel entre os dois países, e por membros da Câmara de Indústria e Comércio de Lübeck (IHK Lübeck), que fazem parte do Fehmarnbelt Business Council, conselho regional de cooperação empresarial que atua para promover o desenvolvimento econômico na região de Fehmarnbelt – estreito marítimo que será atravessado pelo túnel e que é localizado entre a ilha alemã de Fehmarn e a ilha dinamarquesa de Lolland.
Também presente na visita, o vice-governador do Estado de São Paulo, Felicio Ramuth, destacou a importância da missão internacional e da união de esforços para efetiva concretização deste sonho de 100 anos. “Estamos conhecendo de perto sobre a engenharia na construção de túneis imersos. Uma visita muito importante para nossos próximos passos, que faz toda a diferença para que a gente possa ter maior assertividade ao longo de todo esse processo”, disse.
O prefeito de Santos, Rogério Santos, também compartilhou sua visão da viagem como administrador de uma das cidades que será beneficiada diretamente pela obra. “A gente está muito ansioso para chegar nessa etapa. Nós vimos toda essa estrutura das docas sendo montadas, que requer também a formação de mão de obra, e já estamos pensando nas interferências nos bairros de Santos. É uma experiência valiosa para que a gente possa dialogar com o Governo do Estado, achar as melhores soluções e sempre aproveitar o maior potencial dessa obra, que vai além da mobilidade urbana, impulsionando o turismo e a economia”, afirmou.
TÚNEL FEHMARNBELT
A Ligação Fehmarnbelt é um mega projeto de infraestrutura em construção entre a Dinamarca e a Alemanha, que criará o mais longo túnel subaquático ferroviário e rodoviário do mundo, com 18,1 km de extensão. Previsto para ser inaugurado em 2029, substituirá a atual travessia entre os países, que leva 45 minutos de balsa, por uma passagem de 7 minutos de trem ou 10 minutos de carro. A estrutura abrigará uma rodovia de quatro pistas e duas linhas férreas eletrificadas, visando reduzir emissões de CO2, melhorar a mobilidade entre a Escandinávia e a Europa Central e eliminar gargalos logísticos. O projeto teve início formal após um tratado entre os dois países em 2008 e custará mais de 8 bilhões de euros, financiado por pedágios, e envolverá 2,5 mil trabalhadores.