Filtragem na captação define o desempenho da irrigação em tempos de estiagem
A queda da lâmina de água nos meses de outono exige atenção técnica ao dimensionamento do sistema de filtragem, etapa que impacta diretamente a produtividade da lavoura
Produtores rurais do Sudeste e Centro-Oeste, especialmente em estados como São Paulo e Goiás, enfrentam neste outono, que se estende de 20 de março a 20 de junho, a necessidade urgente de reavaliar os sistemas de captação e filtragem de água em suas propriedades. Após um setembro de 2024 marcado por precipitações escassas e temperaturas elevadas, e com a previsão de chuvas abaixo da média para o outono de 2025, conforme indicam boletins agroclimatológicos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a atenção à infraestrutura hídrica é essencial. A escolha e a manutenção adequadas dos sistemas de filtragem, que representam o centro do desempenho da irrigação, são cruciais para proteger os equipamentos e garantir a produtividade das lavouras durante o período crítico.
A redução da lâmina de água nos pontos de captação, comum durante os meses de estiagem, interfere diretamente na escolha do sistema de filtragem para o agronegócio. Em reservatórios ou canais com níveis abaixo de um metro, é necessário adotar soluções projetadas para operar com eficiência em baixa profundidade. A escolha adequada evita cavitações, reduz a entrada de sólidos e garante o funcionamento contínuo da irrigação, prevenindo o entupimento dos aspersores e a paralisação do processo.
“Muitos produtores ainda tratam a filtragem como um acessório, mas ela é um dos pontos mais sensíveis do sistema”, afirma Carlos Jacobucci, gerente comercial na Jacobucci. “É na captação que se define se a água vai ou não comprometer o restante da operação.”
Escolher o tipo de crivo de acordo com a lâmina de água disponível é uma etapa decisiva no dimensionamento do sistema. O modelo de crivo horizontal é indicado para captação em lâminas muito baixas, a partir de 50 centímetros, comuns em canais rasos ou pontos com oscilação de volume. Quando a profundidade chega a 80 centímetros, o modelo de crivo autolimpante invertido permite maior eficiência na filtragem, com menor risco de entrada de ar e acúmulo de resíduos. Já em situações com mais de um metro de profundidade, o crivo vertical assegura maior vazão e estabilidade operacional. Considerar essas variáveis desde o início evita falhas recorrentes e amplia a vida útil dos componentes da irrigação.
Com o sistema de captação ajustado à realidade hídrica da propriedade, o produtor ganha previsibilidade na operação e reduz perdas associadas a falhas na irrigação. A entrega constante de água limpa permite manter a uniformidade no manejo, reduz o estresse hídrico nas plantas e contribui para o acúmulo de biomassa e qualidade do produto final. Além disso, a redução de intervenções manuais e paradas por entupimento representa economia direta com manutenção e energia, ampliando a eficiência geral da lavoura ao longo das fases mais exigentes do cultivo.
A escolha do material também influencia diretamente a agilidade e a segurança nas rotinas de manutenção e substituição de componentes. Válvulas produzidas em aço inox apresentam peso significativamente menor do que modelos equivalentes em ferro fundido, o que facilita o manuseio e reduz o tempo necessário para a instalação ou troca em campo. Em diâmetros maiores, a diferença é ainda mais expressiva. Enquanto uma válvula de 400 mm em inox pesa 86 kg, o modelo em ferro fundido ultrapassa 240 kg. “Essa diferença de peso muda completamente a dinâmica da manutenção no campo”, explica Jacobucci. “Com o inox, a substituição ocorre de forma mais rápida, segura e com menos dependência de equipamentos de içamento.”
A filtragem adequada na captação representa uma decisão estratégica com impacto direto sobre a produtividade, a durabilidade dos equipamentos e a eficiência no uso da água. Em contextos de mudanças climáticas e estiagens prolongadas, é fundamental que o produtor avalie as condições do ponto de captação e escolha um sistema compatível com a realidade da propriedade. “Cada ambiente de captação exige um tipo de solução. Não existe sistema padrão. A análise técnica precisa considerar vazão, qualidade da água e perfil de uso”, reforça Jacobucci.
Essa decisão impacta diretamente a sustentabilidade técnica e econômica da operação agrícola. Ao alinhar o sistema de filtragem às condições reais da captação, o produtor protege o investimento em infraestrutura, reduz perdas operacionais e assegura maior estabilidade ao longo do ciclo produtivo. Com escolhas bem fundamentadas, é possível enfrentar períodos de escassez com mais controle e manter a lavoura produtiva mesmo em cenários adversos.
Acesse: https://www.jacobucci.ind.br/