Até julho, estresse hídrico é a grande preocupação dos produtores canavieiros
Estiagem causa perda de TCH e ATR e ainda compromete a longevidade do canavial, deixando a lavoura mais suscetível a pragas
Com a chegada do período mais seco do ano, os produtores de cana-de-açúcar enfrentam um duplo desafio: manter o vigor das lavouras mesmo com o estresse hídrico e conter o avanço de pragas típicas da estação, como o Sphenophorus levis.
No ano passado, até agosto, o déficit hídrico acumulado ultrapassou 1.000 mm e essa condição levou a uma queda de 7,4% na produtividade no mesmo período. A seca, que se intensifica especialmente entre maio e julho, impacta diretamente a produtividade dos canaviais, provocando perda de massa (TCH), redução na qualidade da matéria-prima (ATR) e comprometimento da longevidade da lavoura. Além do estresse fisiológico, a planta se torna mais suscetível ao ataque de pragas. Por isso, um manejo antecipado, para minimizar os impactos, é essencial.
Ao adotar estratégias prévias, o produtor pode mitigar os efeitos da estiagem para manter o potencial produtivo do canavial, bem como garantir uma recuperação mais eficiente com a retomada das chuvas. Entre as soluções disponíveis, os biopotencializadores se destacam por estimularem a absorção de nutrientes, reduzir o estresse oxidativo e protegerem a planta dos efeitos causados pelas baixas temperaturas e falta de umidade.
“A tecnologia dessas ferramentas prepara a cana-de-açúcar para suportar o déficit hídrico com menor impacto. Elas aumentam a eficiência no uso da água e favorecem a produtividade. Em média, canaviais tratados com biopotencializadores apresentam ganhos de até 11 toneladas de cana por hectare e 1 kg de ATR por tonelada, o que pode representar um incremento de até 3 toneladas de açúcar por hectare”, explica Maurício Oliveira, gerente de marketing regional de cana-de-açúcar da FMC.
Essas soluções atuam por até 90 dias no campo, oferecendo uma proteção prolongada e eficaz contra os impactos do clima. Um exemplo é o Crop Evo®, da FMC, empresa de ciências para agricultura, que possui ação antioxidante, neutralizando as espécies reativas de oxigênio. “Isso permite que a planta funcione de forma mais equilibrada, mesmo em condições adversas. Trata-se de um produto inovador e sustentável, que atua a nível celular com mecanismos bioquímicos, proporcionando mais eficácia em comparação com soluções que atuam apenas como barreiras físicas”, destaca Leonardo Antolini, gerente de marketing regional Plant Health da FMC.
A cana-de-açúcar já é a terceira cultura com maior adoção de produtos biológicos no manejo agrícola. Segundo dados da CropLife, em 2023, 12% da área cultivada já integrava bioinsumos ao uso de defensivos químicos no Manejo Integrado de Pragas (MIP). “A combinação de produtos químicos e biológicos otimiza o controle de pragas e preserva o potencial produtivo dos canaviais, contribuindo para uma agricultura mais sustentável e eficiente”, conclui Leonardo.
Controle de pragas
Principal praga no setor canavieiro, devido a sua dificuldade de manejo, o bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis) pode causar perdas de 1,6 toneladas de produtividade, a cada 1% de toco atacado. Anualmente, cerca de 3,5 milhões de hectares são tratados para controle da praga, isso corresponde a quase 40% de todo o canavial brasileiro.
A FMC conta com soluções que agregam para o manejo, como o inseticida com ação multipragas Premio® Star. O produto possui duplo modo de ação, amplo espectro, efeito de choque e residual e otimização operacional, com controle do Sphenophorus, da broca-da-cana (Diatraea saccharalis) e broca-dos-rizomas (Migdolus fryanus).
O Premio® Star tem ação imediata para o controle das pragas, melhor proteção das partes novas da planta e maior período de controle e proteção do canavial. Além disso, tem um desempenho superior pela combinação inovadora de dois ativos, que proporcionam um efeito sinérgico e melhor proteção do cultivo”, diz Maurício.
Outro inseticida inovador no portfólio da companhia é o Verimark®. A solução possui amplo espectro e controla simultaneamente a cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata), a broca-da-cana e o Sphenophorus, além de preservar os insetos benéficos e importantes para o equilíbrio sustentável do canavial.
O produto possui um modo de ação totalmente diferenciado dos presentes no mercado, pois traz um novo mecanismo de ação. Maurício ressalta que um dos principais atributos da molécula do Verimark® é sua sistemicidade, ou seja, a capacidade de se translocar dentro da planta, mesmo quando aplicado no solo. “Esse é um fator importante para atingir a cigarrinha ainda na fase ninfa, testes realizados, na safra 23/24, com o inseticida Verimark®, da FMC, demonstraram um controle de até 90% do número de ninfas, 120 dias após aplicação. Além disso, com esse mesmo produto, observamos 60% de redução do ataque de Sphenophorus em toco atacado, 180 dias após aplicação, e 75% menos no índice de infestação da broca da cana, aos 200 dias após aplicação.”
A FMC também oferece soluções biológicas de alta performance para o cultivo de cana-de-açúcar, como o Evedar®, uma combinação de Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, direcionada ao controle de Sphenophorus e cigarrinha das raízes (Mahanarva fimbriolata) e o Perovar®, à base de Metarhizium anisopliae, também focado no manejo da cigarrinha-da-raiz. Ambas são compatíveis com inseticidas químicos, permitindo uma integração eficiente, sem impactar a operação. Os produtos agem por contato, com esporos que penetram na cutícula, se multiplicam no organismo, liberam toxinas e levam o inseto à morte, reiniciando o ciclo no ambiente.
Além disso, oferecem benefícios como ação rápida sobre a praga, alta persistência no campo, redução imediata do ataque, menor pressão de seleção para resistência, controle prolongado, menor necessidade de reaplicações e segurança para o meio ambiente, operadores e organismos benéficos. Ainda, proporcionam mais estabilidade no manejo, flexibilidade operacional e são aliados fundamentais na construção de um sistema produtivo mais sustentável e eficiente.
