Estudo Timenow revela atrasos em 50% das paradas industriais e falta de mão de obra qualificada como desafio para 38% dos profissionais
Pesquisa inédita mostra gargalos estruturais e alerta para subutilização de tecnologia na gestão de grandes paradas industriais
Cerca de 50% das empresas enfrentam atrasos superiores a 5% em suas grandes paradas industriais, e a falta de mão de obra qualificada está entre os principais fatores de impacto nesses cronogramas. A constatação é do estudo “Panorama de Paradas de Manutenção” realizado pela Timenow, referência nacional em gestão de projetos industriais. O levantamento inédito é baseado em respostas de 213 profissionais de empresas dos setores de mineração, energia, química, siderurgia, alimentos e bebidas, papel e celulose, óleo e gás, entre os principais; e dos mais variados portes, sendo 51% com mais de 1 mil colaboradores.
Conforme a pesquisa, mesmo que uma parcela representativa consiga manter os prazos dentro de margens aceitáveis, atrasos superiores a 10%, como os relatados por 23% dos respondentes, são preocupantes. “Geram impactos relevantes em produção, custos e indicadores de performance”, avaliam Wester Cardozo, Diretor de Operações, e Victor Simões, Head de Gestão de Ativos e Paradas Industriais, executivos da Timenow que organizaram e analisaram o estudo.
A pesquisa mostra que, embora 42% das empresas informem que suas paradas industriais estejam contempladas no planejamento estratégico em um horizonte de cinco anos de antecedência e 61% tenham foco em manutenção preventiva, gargalos ligados à capacitação da força de trabalho e à gestão do escopo comprometem a execução. Na ponta do lápis, os respondentes – 72% desses profissionais têm mais de dez anos de experiência – afirmaram que os maiores entraves para o sucesso de uma parada são a falta de mão de obra qualificada (38%), mudanças no escopo (27%) e falhas no planejamento (18%).
“Observamos um paradoxo: há mais planejamento e consciência estratégica, no entanto, as empresas continuam enfrentando falhas básicas de execução, principalmente pela escassez de mão de obra técnica especializada. A execução de uma parada depende tanto do planejamento quanto da capacidade real de quem está no campo”, afirma Cardozo.
Além de mapear desafios, o Panorama de Paradas de Manutenção também oferece caminhos práticos para mitigar riscos e transformar paradas industriais em momentos de ganho operacional. A principal recomendação da Timenow é investir em planejamento integrado com antecedência mínima de dois anos, com controle rígido de escopo, seleção criteriosa de fornecedores e qualificação técnica contínua das equipes.
Uso de tecnologias, comunicação
“Planejar uma parada vai muito além do cronograma — envolve decisões técnicas, logísticas e humanas. Sem profissionais qualificados e processos maduros, o risco de atraso é inevitável”, afirma Simões, observando que o uso adequado de tecnologias, aplicadas apenas seletivamente em boa parte das empresas, e uma comunicação bem planejada, outra causa apontada para os atrasos, merecem também maior atenção.
Apesar da crescente digitalização, ferramentas avançadas como IIoT (Industrial Internet of Things) e inteligência preditiva têm baixa penetração nos processos de grandes paradas, sendo utilizadas por apenas 8% das empresas.
Por isso, a Timenow recomenda a adoção progressiva de tecnologias, como dashboards em tempo real e softwares integrados, e reforça a importância de uma cultura de aprendizagem, com rituais pós-parada para consolidar boas práticas. “Cada parada bem executada gera inteligência para a próxima. É assim que se constrói eficiência industrial no longo prazo”, diz Cardozo.
O estudo Panorama de Paradas de Manutenção, além de traçar o cenário mais atual a partir das principais descobertas, também traz insights e recomendações estratégicas dos executivos da Timenow, que tem quase 30 anos de experiência no gerenciamento desses projetos, bem como as tendências que movimentarão as paradas industriais.
“O documento reflete um momento de transformação do setor industrial brasileiro. As empresas que enxergam suas paradas como oportunidades estratégicas – e não apenas operacionais – colhem resultados mais seguros, eficientes e sustentáveis”, ressaltam os executivos.
Dados que chamam atenção:
– 38% dos profissionais apontam a mão de obra como maior desafio operacional durante a parada;
– 27% relatam mudanças de escopo como causa primária de atrasos;
– Apenas 15% consideram o planejamento “muito eficaz”;
– Mais de 50% das operações ainda dependem de planilhas e registros manuais.
O relatório completo está disponível gratuitamente no site da Timenow