Economia circular ganha força com novo plano nacional, mas agro já mostra o caminho
Campo Limpo antecipa diretrizes do PNEC há mais de uma década com logística reversa e reciclagem de embalagens no setor agrícola
A aprovação do primeiro Plano Nacional de Economia Circular (PNEC) marca um avanço significativo para o desenvolvimento sustentável no Brasil. Com metas para ampliar o reaproveitamento de materiais e promover o uso eficiente de recursos nos próximos dez anos, o plano estabelece diretrizes que, no setor agrícola, já vêm sendo colocadas em prática há mais de duas décadas.
Um dos exemplos mais consistentes dessa circularidade é o trabalho realizado pela Campo Limpo, empresa especializada na transformação de embalagens de defensivos agrícolas pós-consumo em novas embalagens. Desde o início do projeto, há 16 anos, mais de 150 milhões de unidades recicladas já foram produzidas nas fábricas da companhia, localizadas em Taubaté e Ribeirão Preto (SP).
“A circularidade já é uma realidade para o agro brasileiro. Operamos em alinhamento total com os pilares do novo plano nacional, como logística reversa, reaproveitamento de resíduos e produção sustentável. Tudo isso já faz parte do nosso modelo de negócios consolidado”, afirma Marcelo Okamura, presidente da Campo Limpo.
A empresa atua dentro do Sistema Campo Limpo, gerido pelo inpEV, recebendo embalagens de todas as regiões do país e reinserindo esse material reciclado na própria cadeia agrícola, com rastreabilidade e segurança. O processo usa resina reciclada pós-consumo, conta com certificações da ONU para transporte de produtos perigosos e uma tecnologia patenteada com selo verde do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A prática evita que toneladas de plástico sejam descartadas de forma inadequada, contribuindo diretamente para a redução de impactos ambientais. “As embalagens recicladas pelo Sistema Campo Limpo já evitaram a emissão de uma quantidade de CO₂ que demandaria o plantio de mais de 7,5 milhões de árvores para compensação”, reforça Okamura.
Com a chegada do PNEC, a expectativa é de que modelos como o da Campo Limpo sirvam de referência para outros setores produtivos. “Se o futuro exige uma economia mais circular, o campo já mostra o caminho. A experiência do agro brasileiro pode inspirar a construção de soluções sustentáveis de alto impacto em diversas áreas da economia”, conclui o presidente.