FNE garante R$ 20,3 bilhões para impulsionar produção no campo com o Plano Safra 2025/2026
Instrumento da Sudene reforça apoio ao agronegócio e à agricultura familiar no Nordeste

O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), um dos instrumentos de financiamento da Sudene operado pelo Banco do Nordeste, vai disponibilizar R$ 20,3 bilhões em crédito para impulsionar a produção agropecuária na área de atuação da Autarquia no ciclo 2025/2026 do Plano Safra. O recurso está dividido entre R$ 10,2 bilhões para o fortalecimento da agricultura familiar e R$ 10,1 bilhões voltados para o agronegócio empresarial.
A participação expressiva do FNE no Plano Safra fortalece o papel da Sudene como agente estratégico de desenvolvimento regional e reafirma o compromisso do Governo Federal com a inclusão produtiva no campo. Os recursos serão utilizados para custeio, comercialização, investimentos em sustentabilidade e apoio à transição agroecológica.
O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destaca que o FNE chega a financiar 95% da agricultura familiar no Nordeste. “Garantir que, especialmente, o pequeno produtor rural seja assistido por financiamentos facilitados nos ajuda chegar na ponta da linha com a promoção do desenvolvimento regional, criando mais oportunidades para a geração de emprego e renda da população que tira seu sustento da terra”, afirmou.
O novo ciclo do Plano Safra foi lançado nesta semana em duas etapas: na segunda-feira (30), o governo federal anunciou R$ 89 bilhões em crédito para a agricultura familiar, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); na terça-feira (1º), foi a vez da divulgação do Plano Safra Empresarial, com R$ 516,2 bilhões voltados a médios e grandes produtores. Do total mobilizado para o Plano Safra 2025/2026, R$ 37,5 bilhões são oriundos dos Fundos Constitucionais de Financiamento, com destaque para a contribuição do FNE, responsável por mais da metade desses recursos.
Apoio à agricultura familiar e à produção de alimentos
O FNE terá papel decisivo no financiamento de atividades sustentáveis e no incentivo à produção de alimentos da cesta básica, como arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, ovos e leite. A taxa de juros real para esses itens permanece em 3% ao ano — e pode cair para 2% no caso de cultivos orgânicos ou agroecológicos.
Durante o lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar, o presidente Lula destacou a força da agricultura familiar na base da produção nacional e a importância de garantir que os recursos do Estado cheguem a quem mais precisa. “Tem um ditado que diz que o Brasil é um país em que tudo que se planta, dá. E o que a gente quer é garantir que quem planta possa colher, viver com dignidade e melhorar de vida com apoio do Estado”, afirmou o presidente.
Segundo o coordenador-geral de Fundos de Desenvolvimento e de Financiamento, o economista Wandemberg Almeida os efeitos do Plano Safra transbordam o setor agropecuário. “Temos uma vasta cadeia produtiva, envolvendo agricultores, irrigação, setor de grãos, operações para escoar a produção até chegar na ponta, nos supermercados. Neste cenário, há muitos postos de trabalho envolvidos. Você tem um efeito de transbordamento para o comércio, serviços, indústria, logística. Isso exige investimentos em outros setores como a própria infraestrutura”, comentou.