O Sales de Renda Variável do escritório, Rodrigo Vignoli, comentou sobre os impactos da tarifação do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos agrícolas.

O Sales de Renda Variável do escritório, Rodrigo Vignoli, comentou sobre os impactos da tarifação do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos agrícolas.

O Sales de Renda Variável do escritório, Rodrigo Vignoli, comentou sobre os impactos da tarifação do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos agrícolas.

O executivo destaca as consequências tanto para o Brasil, quanto para os EUA.

A aplicação de tarifas de importação pelos Estados Unidos consiste na cobrança de impostos adicionais sobre produtos estrangeiros ao entrarem no país. Com a nova medida prevista para agosto, produtos brasileiros passarão a pagar uma tarifa de 50%, encarecendo significativamente seu preço final no mercado americano. Isso reduz a competitividade frente a produtores locais ou de outros países com acordos comerciais mais vantajosos, afetando diretamente as exportações brasileiras.

Esse aumento de custos tem efeito direto e contratos estão sendo cancelados, embarques suspensos e setores como pescados, carnes e frutas já enfrentam prejuízos. Como exemplo, 58 contêineres de peixe voltaram ao Brasil por recusa de pagamento dos compradores nos EUA. A expectativa é de forte retração nas exportações, impactando estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e ameaçando milhares de empregos na cadeia exportadora.

No Brasil, a consequência pode ser dupla, ao mesmo tempo em que há excesso de oferta no mercado interno, a queda na entrada de dólares pressiona o câmbio e eleva o custo de importados e insumos, contribuindo para a inflação. Mesmo que alguns produtos fiquem temporariamente mais baratos, o efeito geral tende a ser negativo tanto para produtores quanto para consumidores.

No cenário das empresas listadas na bolsa, como JBS, Marfrig, BRF e SLC Agrícola, a exposição às perdas varia conforme o perfil da operação. JBS e Marfrig tendem a ser menos prejudicadas, pois já possuem grande parte de suas operações industriais e de exportação dentro dos próprios Estados Unidos, o que serve como um “escudo” natural contra as novas tarifas. Essa internacionalização permite que suas filiais instaladas em solo americano continuem vendendo sem o sobrecusto, enquanto outras empresas com produção concentrada no Brasil, caso de parte da BRF, sentirão mais fortemente os efeitos das barreiras e deverão procurar mercados alternativos, saturando a competição internacional.

SLC Agrícola, por sua vez, cujo negócio é majoritariamente direcionado à exportação de grãos, pode até ter um ganho momentâneo dentro do país, caso o redirecionamento de produtos para o mercado interno pressione os preços domésticos desses itens. No entanto, o saldo para o agronegócio brasileiro, em geral, é negativo, pois perde competitividade justamente no segundo mercado mais importante de exportação do Brasil, atrás apenas da China.

Do ponto de vista político e econômico, a tensão comercial é agravada por ameaças de retaliação: o governo brasileiro avalia impor tarifas recíprocas a produtos americanos, seguindo a Lei de Reciprocidade Econômica, o que poderia resultar em mais desdobramentos negativos, como aumento da cotação do dólar e encarecimento tanto de bens americanos quanto de produtos importados em geral.

Na minha avaliação, diante desta conjuntura, fica claro que a imposição da tarifa americana de 50% representa uma ameaça concreta não só para exportadores nacionais de ponta, mas também para toda a cadeia produtiva e de empregos associada ao comércio Brasil – EUA. Empresas que já diversificaram sua base fabril mundial, como JBS e Marfrig, estão mais protegidas, mas o setor exportador brasileiro como um todo precisa buscar novos mercados e, principalmente, negociar diplomaticamente para evitar o aprofundamento desta guerra comercial. Ao mesmo tempo, este episódio evidencia o risco da dependência excessiva de grandes parceiros comerciais e reforça a necessidade de estratégias que ampliem a internacionalização das empresas brasileiras, o que pode ser decisivo para amortecer choques e garantir resiliência em tempos de incerteza global.

Rodrigo Vignoli, Sales de Renda Variável da InvestSmart XP

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