Schneider Electric aposta na digitalização para revolucionar a eficiência energética
Soluções inteligentes, controle em tempo real e decisões mais sustentáveis estão moldando o futuro da indústria
A eficiência energética tem se consolidado como uma das abordagens mais viáveis para tornar a indústria menos poluidora e mais resiliente. As atividades industriais são responsáveis por 24% do total de emissões globais de gases de efeito estufa, de acordo com a UEPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos), impacto equivalente ao de todos os meios de transporte somados. Apesar do cenário extremamente preocupante, especialistas indicam que ainda é possível reverter os danos causados ao meio ambiente se as empresas agirem imediatamente.
Fabio Castellini, diretor da divisão de Power Systems da Schneider Electric para o Brasil, defende que é preciso pensar em soluções de longo prazo. Na visão dele, o caminho para tornar a indústria mais eficiente começa já na fase de projeto. “É possível incluir tecnologias com menores níveis de emissão desde a concepção das plantas, reduzir o carbono incorporado e criar um modelo sustentável desde o início”, explica.
Esse tipo de abordagem faz parte da estratégia central da Schneider Electric, uma empresa global que atua na digitalização da gestão de energia e automação industrial. Desde 2005, a empresa monitora suas atividades com indicadores sustentáveis e vem desenvolvendo soluções para tornar suas operações e as de seus clientes cada vez mais alinhadas às com as metas globais para reverter os danos climáticos. A empresa tem como objetivo evitar a emissão de 800 milhões de toneladas de CO2 por meio de soluções digitais e inteligentes.
Uma das principais ferramentas nesse processo de transformação são as plataformas de monitoramento e controle, como o EPMS (Sistemas de Monitoramento de Energia) e o SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition). Com elas, é possível acompanhar, em tempo real, o consumo de energia, detectar picos de demanda, integrar fontes renováveis, corrigir falhas de potência e otimizar a estratégia de compra de energia. Tudo isso resulta em uma operação mais eficiente, com menos desperdício e menor risco de paradas inesperadas.
A digitalização também impacta diretamente a manutenção dos equipamentos. Com informações mais precisas e contínuas, as indústrias conseguem prever a necessidade de reparos antes que os problemas se agravem ou, em outras situações, evitar paradas e manutenções desnecessárias — uma prática que reduz custos e aumenta a disponibilidade dos ativos, com consequente melhora da produtividade.
Outro benefício das soluções energéticas modernas é a possibilidade de tornar as instalações industriais mais autossuficientes. O uso de fontes renováveis em conjunto com microgrids, por exemplo, oferece maior segurança no fornecimento de energia mesmo em momentos de instabilidade. Segundo Castellini, essas soluções têm se tornado cada vez mais acessíveis, impulsionadas por incentivos regulatórios e avanços tecnológicos.
Apesar de muitas empresas ainda associarem sustentabilidade a altos custos, os dados mostram o contrário. Estudos da Schneider Electric indicam que o retorno sobre o investimento em projetos de eficiência energética ocorre, em média, entre 18 e 20 meses, um período considerado curto diante dos ganhos de longo prazo que esses projetos proporcionam.
Além da tecnologia, há outro fator essencial nesse processo: o engajamento dos profissionais. “Para que a eficiência energética se consolide como um valor, é necessário o comprometimento de todos na organização, do CEO ao operador de planta”, reforça o diretor. Programas de conscientização e capacitação são considerados pilares fundamentais para transformar o uso consciente de energia em uma prática habitual e duradoura.
A Schneider Electric, reconhecida duas vezes como a empresa mais sustentável do mundo pela Corporate Knights, e líder na lista das “Empresas Mais Sustentáveis do Mundo em 2024”, realizada pela revista Time/Statista, estabeleceu metas ambiciosas em seu programa de impacto para o período de 2021 a 2025. Entre elas, alcançar 80% da receita proveniente de soluções verdes e treinar 1 milhão de pessoas em gestão de energia.
Em uma realidade em que os desafios ambientais e operacionais andam lado a lado, a eficiência energética deixou de ser apenas uma opção e passou a ser uma estratégia de sobrevivência e vantagem competitiva para a indústria.