Região Norte segue com baixo monitoramento da poluição do ar, aponta IEMA

Região Norte segue com baixo monitoramento da poluição do ar, aponta IEMA

No Dia Internacional do Ar Limpo para um Céu Azul, o Instituto de Energia e Meio Ambiente ressalta a falta da informação sobre a real situação da qualidade do ar no país

Região Norte segue com baixo monitoramento da poluição do ar, aponta IEMA

 

No Dia Internacional do Ar Limpo para um Céu Azul, celebrado em 7 de setembro, ganha destaque a falta de monitoramento da qualidade do ar em todo o Brasil, especialmente na Região Norte, onde acontecerá a próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). Essa ausência de informações sobre como está o ar respirado e quais são as principais fontes de poluentes compromete tanto a proteção da saúde da população quanto a produção de dados essenciais para o debate climático.

“No Brasil, poucos estados têm uma rede de monitoramento robusta. Grande parte do país, especialmente a Região Norte, ainda apresenta lacunas de informação sobre a qualidade do ar”, ressalta Helen Sousa, pesquisadora do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA). Entre os principais pontos estão a baixa quantidade de estações de monitoramento e a dificuldade de acesso da população aos dados disponíveis. Segundo a lei brasileira, os governos estaduais são os responsáveis pelos respectivos monitoramentos da qualidade do ar.

Vale lembrar que, em 2024, houve um avanço histórico para o país com a aprovação da Política Nacional de Qualidade do Ar (PNQA), que estabeleceu diretrizes unificadas. Como a atualização de padrões nacionais de qualidade do ar e o estabelecimento de critérios para coleta, tratamento e divulgação pública dos dados. No entanto, a eficácia dessa política depende da capacidade de implementar sistemas de monitoramento em todas as regiões.

Hoje, o país enfrenta um cenário desigual. De acordo com o estudo “Dimensionamento da Rede Básica de Monitoramento da Qualidade do Ar no Brasil”, do IEMA, o Sudeste conta com mais de 80% das estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar, enquanto estados da Região Norte, por exemplo, praticamente não têm estação de monitoramento automática que envia dados ao governo estadual.

Isso compromete a transparência e deixa a população sem informações essenciais sobre a qualidade do ar que respira, especialmente em uma localidade marcada pelo avanço do desmatamento, queimadas e atividades extrativistas que têm impacto direto na saúde e no clima. Aliás, vale lembrar que, desde 2015, o IEMA desenvolveu e mantém a Plataforma da Qualidade do Ar, que reúne dados históricos de monitoramento de vários estados e os torna mais acessíveis e transparentes.

“Pela primeira vez, o Brasil conta com uma política nacional de qualidade do ar. É fundamental que o país implemente o que foi estabelecido, garantindo que os dados sejam devidamente coletados, disponibilizados e que a população tenha acesso às informações sobre a qualidade do ar”, afirma Sousa.

A lacuna no monitoramento da Região Norte também tem implicações globais. O local abriga a maior floresta tropical do planeta e desempenha papel central na regulação climática. A ausência de dados confiáveis sobre poluição atmosférica dificulta tanto o controle de poluentes locais, que afetam a saúde da população, quanto aqueles que estão relacionados com o efeito estufa. “Sem uma rede de monitoramento bem estruturada e objetivos claros, o Brasil não terá como saber se as medidas de controle da qualidade do ar estão realmente sendo efetivas”, conta Sousa.

No contexto da COP, em que o Brasil busca reafirmar seu protagonismo nas discussões climáticas, garantir a implementação da PNQA em todo o território nacional será um passo decisivo. Transparência nos dados e acesso à informação são fundamentais não apenas para proteger a saúde pública, mas também para dar credibilidade às metas climáticas assumidas pelo país diante da comunidade internacional.

Sobre o Dia Internacional do Ar Limpo para um Céu Azul

A data foi solenizada pela primeira vez em 7 de setembro de 2020, após ser instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas no ano anterior. Ela busca chamar atenção para a importância do ar limpo para a saúde, a produtividade, a economia e o meio ambiente. O objetivo é evidenciar a conexão da qualidade do ar com outros desafios ambientais e de desenvolvimento, estimular soluções para reduzir a poluição atmosférica e aproximar diferentes atores internacionais em torno de uma aliança estratégica para o seu gerenciamento.

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