Tendência do mercado da construção civil, plataforma BIM garante maior controle e previsibilidade nos projetos de infraestrutura
A Modelagem da Informação da Construção – ou simplesmente BIM – é uma ferramenta que permite criar e gerir modelos digitais em 3D dos projetos de infraestrutura, unificando dados de múltiplos profissionais envolvidos na construção, e permitindo a colaboração de todos em tempo real.
‘Ao integrar todas as informações pertinentes ao projeto, a plataforma auxilia os colaboradores em todo o processo da construção. Isso abrange planejamento, orçamento, fundação, estrutura, instalações elétricas e hidráulicas, entre outros serviços. Isso otimiza o tempo em todas as etapas do projeto, melhorando a gestão dos processos operacionais e estratégicos e permitindo uma análise mais precisa de como está o andamento da obra’, explica o especialista Danilo Fonseca, sócio da empresa TECH 4D.
Existem diferentes profundidades de utilização da ferramenta, sendo cada uma delas com um objetivo específico. A mais conhecida é o BIM 3D, que foca na visualização em aspecto espacial, permitindo que o trabalho seja realizado de forma colaborativa pela integração de dados de diferentes áreas.
Há ainda o BIM 4D que, associando o cronograma da obra ao modelo 3D, além de permitir uma análise e acompanhamento da andamento da obra quase que de forma “On Time” antecipa análises que seriam feitas apenas no momento de execução, sendo utilizado para a prevenção de riscos. Já o BIM 5D visa mostrar os custos do projeto, permitindo uma previsão do orçamento mais assertiva.
Existe também o BIM 6D, que foca na sustentabilidade do projeto, e o BIM 7D que é o nível de manutenção das instalações, ideal para líderes que precisam gerenciar todo o tempo de vida de um empreendimento.
‘Por ser uma metodologia relativamente recente, ainda há bastante desconhecimento de seus benefícios, como melhor qualidade e segurança do projeto, aumento da produtividade, diminuição de custos e riscos, além de um controle mais preciso das obras com a execução de prazos mais assertivos e condizentes com a realidade’, relata Fonseca.
Devido a essas vantagens, o BIM é vista como uma grande evolução no processo construtivo, e por isso, em 2020 entrou em vigor o decreto nº 10.306, tornando-se obrigatória sua utilização na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizados por órgãos e entidades públicas.
Essa legislação faz parte da Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, que busca desde 2018, modernizar os processos de Construção Civil com a finalidade de haver mais produtividade, transparência e controle na execução de projetos públicos.
No ano passado, o decreto nº 11.888 também veio corroborar ainda mais essa obrigatoriedade por meio de regras e prazos específicos para a implementação do BIM nas diferentes fases das contratações públicas, afinal, segundo a pesquisa “BIM Municípios e Cidades Inteligentes 2024”, somente 16,7% dos municípios apresentam maturidade intermediária ou avançada no uso de processos, tecnologia e políticas relacionadas à plataforma.
O especialista também enfatiza que ‘o BIM não é um software e sim uma metodologia que está se consolidando como uma ferramenta essencial para a gestão e execução de obras, seguindo às melhores práticas internacionais na Construção Civil. Sendo assim, sua adesão deixou de ser uma mera opção para as empresas do setor que desejam se manter competitivas no mercado’.
SOBRE A FONTE:
Danilo Fonseca – Sócio da TECH 4D Engenharia de Valor
Bacharel em Engenharia Civil, cursando MBA em Construction Claims Specialist pela PUC Minas. Como sócio na TECH 4D Engenharia de Valor atua com o gerenciamento técnico e estratégico da equipe de engenheiros, além da coordenação a elaboração de estudos e planos para empreendimentos nas áreas de rodovias, ferrovias, portos, infraestrutura urbana, etc.