Ativos ambientais: o novo valor do agronegócio brasileiro
Ferramenta estratégica para fomentar o desenvolvimento do agronegócio, os ativos ambientais transformam preservação em oportunidade para produtores rurais
Os chamados “ativos ambientais” vêm ganhando espaço no agronegócio brasileiro e já são vistos como um dos caminhos mais promissores para unir produtividade e sustentabilidade. Em termos práticos, eles representam áreas, práticas e serviços ambientais que geram valor econômico, como créditos de carbono, sistemas agroflorestais ou manejo sustentável do solo e da água. Mais do que uma exigência regulatória, esses ativos podem se tornar fonte de receita adicional e de diferenciação para produtores que buscam mercados mais exigentes e conectados a pautas ESG.
Para Marcelo Brito, engenheiro de alimentos e consultor ESG, o Brasil reúne condições únicas para se destacar. “O país possui um ativo ambiental sete vezes maior do que a França, maior do que o de toda a Europa. Se transformarmos essa potencialidade em negócios, com legalidade e rastreabilidade, podemos não só proteger o meio ambiente, mas também ampliar a competitividade do nosso agro no cenário global”.
Em participação especial no podcast Minuto Agro (produção da fabricante de biológicos Indigo AG), o consultor destacou que ativos ambientais não são apenas créditos de carbono, mas todo um conjunto de práticas e recursos que fortalecem a resiliência do agronegócio. “A biodiversidade, a água, a floresta em pé, tudo isso é um ativo de valor econômico. Quando bem gerido, melhora a imagem do país e atrai investimentos, porque o mundo está cada vez mais preocupado com sustentabilidade e rastreabilidade”, explica. Para ele, o mercado global tem mostrado apetite para pagar mais por produtos que venham acompanhados de garantias ambientais, algo que pode abrir portas para pequenos e médios produtores.
Outro ponto levantado por Brito é a importância de políticas públicas consistentes para impulsionar esse movimento. Ele cita o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os programas de agricultura de baixo carbono como ferramentas já disponíveis, mas que ainda precisam de maior adesão e fiscalização. “Sem regras claras e sem integração entre os sistemas, o produtor perde competitividade e o país deixa de aproveitar uma oportunidade histórica”, observa.
No Brasil, iniciativas que combinam sistemas agroflorestais, agricultura de baixo carbono e uso eficiente da terra já vêm demonstrando resultados. Um assentamento no Paraná, por exemplo, conseguiu reduzir a área destinada à pecuária e, com assistência técnica, aumentar a produção por hectare e abrir espaço para cultivos florestais com potencial de geração de créditos de carbono. Casos como esse mostram que conservação e aumento de produtividade podem andar juntos.
Essa abordagem reforça uma mudança de mentalidade no campo: produtores deixam de ser apenas fornecedores de alimentos e passam a atuar também como gestores ambientais. Para Brito, essa virada é estratégica. “Quando o agricultor alia produção e conservação, ele amplia seus ganhos e fortalece sua reputação nos mercados mais exigentes”, completa. Ele acredita que o Brasil pode se tornar um protagonista no fornecimento de produtos com rastreabilidade socioambiental, consolidando sua imagem de potência agroambiental.
Minuto Agro
Para entender melhor esse cenário e conhecer as oportunidades que os ativos ambientais oferecem, o papo completo com o especialista em ESG, Marcelo Brito, está no novo episódio do Minuto Agro, o podcast da Indigo Ag, conduzido por Aline Araújo, Head de Comunicação e Marketing. Ele está disponível no site da Indigo , além das redes sociais da empresa, canal no YouTube, no Spotify e nas principais plataformas de podcast.
