Brasil precisa reagir ao tarifaço dos EUA e enfrentar a invasão chinesa com competitividade

Brasil precisa reagir ao tarifaço dos EUA e enfrentar a invasão chinesa com competitividade

 Brasil precisa reagir ao tarifaço dos EUA e enfrentar a invasão chinesa com competitividade

Gino Paulucci Jr* da ABIMAQ

O recente aumento das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos a diversos produtos industriais acendeu um sinal de alerta para o Brasil. A medida, conhecida como “tarifaço”, atinge em cheio as exportações brasileiras e reforça a urgência de uma estratégia nacional para que o país se insira de forma competitiva no mercado global.

O Brasil precisa assumir uma postura estratégica, capaz de reduzir vulnerabilidades, conquistar mercados e fortalecer sua base produtiva. A realidade é clara e enquanto nossos concorrentes avançam, continuamos com custos de capital elevados e outros entraves que dificultam a maior presença dos produtos brasileiros no exterior.

Para prosperar, o Brasil deve manter postura proativa, combinando medidas de promoção comercial, inovação e modernização produtiva, com combate aos altos custos e à concorrência desleal. O setor de máquinas e equipamentos é um exemplo emblemático. Nas últimas décadas, sua participação no mercado doméstico foi gradativamente tomada por bens importados e no mercado externo estabilizou em nível baixíssimo.

O resultado é preocupante: o setor perde espaço no próprio país e no exterior, enquanto enfrenta barreiras em mercados estratégicos como o norte-americano. Essa realidade mostra que medidas pontuais não bastam. O Brasil precisa de uma política pública estratégica de longo prazo, que integre política macroeconômica, industrial e comercial em prol do desenvolvimento econômico.

Modernizar processos produtivos e promover exportações devem ser prioridade de um projeto nacional de desenvolvimento. Se o Brasil não reagir, será apenas um comprador do mundo, abrindo mão de empregos, tecnologia e desenvolvimento industrial. O tarifaço dos EUA é um choque de realidade e, ou nos tornamos competitivos e buscamos inserção internacional, ou aceitaremos ser coadjuvantes.

A indústria de transformação no Brasil precisa buscar sua própria competitividade. Isso significa investir em inovação, em pesquisa e desenvolvimento, e na adoção de tecnologias de ponta, como a Indústria 4.0. A modernização do parque fabril e a qualificação da mão de obra são essenciais para aumentar a produtividade. A burocracia excessiva, o elevado custo do capital para financiamento, a alta carga tributária e a infraestrutura deficiente são gargalos que precisam ser enfrentados com prioridade.

O momento exige ação coordenada e estratégica. O Brasil deve defender seus interesses no cenário internacional e, acima de tudo, se concentrar em fortalecer sua própria indústria. O governo já deu passo importante com a NIB – Novo Indústria Brasil, estabeleceu, entre outras inúmeras ações, políticas que fomentam a inovação e a digitalização, uma forma importante de garantir que a indústria brasileira se modernize e se fortaleça, mas é preciso mais para restabelecer seu papel de pilar fundamental da economia brasileira.

É hora de agir com visão de longo prazo. O setor privado, o governo e o Congresso precisam trabalhar juntos para criar condições reais de competitividade e recuperar o protagonismo industrial do Brasil para, talvez, sair desse episódio, melhor do que entrou, com novas oportunidades e melhoria no fluxo de comércio para a indústria brasileira.

*Gino Paulucci Jr é engenheiro mecânico, empresário e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ

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