ABEMI reúne lideranças em 1ª Jornada de Engenharia de Projetos Industriais e discute inovação, produtividade e transição energética
A Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI) realizou, no dia 23 de setembro, a 1ª Jornada de Engenharia de Projetos Industriais, evento que reuniu representantes de grandes empresas, projetistas, EPCistas e especialistas do setor para discutir os caminhos da engenharia no Brasil.
O encontro, realizado no auditório da entidade em São Paulo, abordou temas estratégicos como transição energética, digitalização, automação, integração da cadeia de suprimentos, construtibilidade e produtividade em empreendimentos de grande porte.
Petrobras projeta futuro de baixo carbono
Na abertura, executivos da Petrobras apresentaram a visão da companhia para 2050. A estratégia combina a continuidade da produção de petróleo e gás com novos investimentos em biorrefino, hidrogênio verde, combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e captura de carbono.
“A engenharia precisa deixar de ser um gargalo e se tornar vetor estratégico para acelerar a transição energética”, afirmou Frederico Doher, gerente-geral de implantação de empreendimentos de grande porte da Petrobras.
Integração e construtibilidade
Painéis sobre produtividade reforçaram que o envolvimento da engenharia desde as fases iniciais dos projetos é decisivo para reduzir atrasos e retrabalhos. “Não basta projetar o que é tecnicamente possível. É preciso projetar o que pode ser construído dentro do prazo, do custo e com segurança”, observou Flávio Picchi, do Lean Institute.
Digitalização e inteligência artificial
O debate sobre digital twin e inteligência artificial destacou o avanço dessas ferramentas no setor. “O gêmeo digital muda a lógica do projeto porque possibilita testar soluções antes da execução física, reduzindo riscos”, disse Fábio Guimarães Barbosa, da Atvos.
Para Dino Neto, da Forzy, a inteligência artificial já se consolidou:
“A IA nos dá velocidade para identificar riscos e oportunidades que antes passavam despercebidos.”
Engenharia offshore
Moderado por Nelson Romano, presidente da ABEMI, o painel sobre o ambiente offshore discutiu os desafios técnicos e logísticos das operações em alto-mar. “Cada falha de coordenação pode representar atrasos de meses e custos milionários. A integração é o que garante previsibilidade e eficiência”, destacou Gilberto Israel, da Ecovix.
Automação e competitividade global
No debate sobre automação e digitalização, representantes de empresas como Siemens, Autodesk, Aveva e Hexagon foram unânimes: interoperabilidade e integração de sistemas são cruciais.
“Quem não acelerar essa transformação ficará para trás. A engenharia precisa se posicionar como protagonista desse movimento”, afirmou Guilherme Klein, da Siemens.
Para o presidente da ABEMI, Nelson Romano, o evento reforçou a importância da engenharia brasileira no novo cenário industrial:
“A engenharia tem vocação para construir, transformar e entregar. Cabe a nós garantir que essa vocação continue a gerar valor para o país e para as próximas gerações.”
Já Thomaz Miglio, diretor de Engenharia da entidade e coordenador da Jornada, destacou: “Saímos fortalecidos e inspirados. Esta primeira edição mostrou que há muito espaço para crescermos juntos.”