Sucessão familiar no agronegócio acompanha avanços da tecnologia e prepara novas gerações para o futuro no campo
Melhoramento genético está entre as soluções que despertam a atenção dos jovens pela busca de melhores resultados e inovação no trabalho iniciado por suas famílias
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), propriedades familiares são responsáveis por mais de 70% da produção de alimentos no país. A continuidade dessas atividades depende diretamente do envolvimento das novas gerações, que atualmente têm mais acesso a tecnologias e formação técnica para enfrentar os desafios do campo.
Rodrigo Quesada Bertão, produtor do Sítio Bom Futuro, em Castanheiras, Rondônia (RO), cultiva soja e milho e compartilha a rotina da lavoura com os dois filhos. “O envolvimento deles com o campo começou naturalmente. Não houve pressão, foi algo que aconteceu com o tempo”, afirma. A propriedade está 100% mecanizada e utiliza tecnologias como o melhoramento genético e a agricultura de precisão, adotando cultivares desenvolvidas pela TMG – Tropical Melhoramento & Genética, empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho.
Rodrigo vem de uma família com raízes na agricultura desde os anos 1970. O avô iniciou a trajetória no interior de São Paulo como cerealista, e ao longo das décadas a família migrou para o cultivo de outras culturas. Em 2019, Rodrigo se mudou definitivamente para Rondônia, levando a esposa e os dois filhos, e passou a investir em tecnologias modernas, com destaque para o melhoramento genético por meio de cultivares adaptados às condições da região.
O filho mais velho, Diego de Farias Bertão, com 18 anos, começou a acompanhar o trabalho na lavoura ainda criança, observando de perto a rotina da família no campo. “Na safra de 2021, eu, meu pai e meu primo estivemos juntos durante toda a colheita. Foi um período importante para mim, em que pude vivenciar de perto o funcionamento das máquinas e aprender com a experiência deles”, relembra.
Ele destaca o que mais o impressiona no trabalho do pai. “Na agricultura atual, tudo precisa ser feito na hora certa, na quantidade certa e nos dias certos. Ver como meu pai domina tudo isso, mantendo a calma e agindo de forma racional diante das dificuldades, me inspira muito”, pontua. Atualmente, Diego cursa agronomia e atua também como empreendedor na área de nutrição animal.
Tecnologia guiando para o futuro
Segundo um levantamento do IBGE, nos últimos 12 anos, a presença de jovens de 18 a 29 anos cresceu em áreas técnicas do agronegócio. Em 2012, havia 118 mil jovens atuando como técnicos da produção agropecuária. Em 2024, esse número subiu para 163 mil.
Esse movimento tem relação direta com a transformação no perfil das novas gerações. “Eles buscam trabalhar com propósito, tecnologia e inovação. Estão mais conectados com temas como sustentabilidade e gestão”, explica Kamila Coelho, supervisora de Recursos Humanos da TMG.
Para Rodrigo, o exemplo dentro de casa, aliado às crescentes tecnologias, são fatores que influenciam e tornam o setor ainda mais atrativo. “O jovem observa a dedicação dos pais e acaba absorvendo esse compromisso. Quando há espaço para participar e opinar, a motivação vem naturalmente”, conclui.