Desenvolvimento radicular eficiente prepara a lavoura para enfrentar estresses iniciais e maximizar a produtividade
Especialistas explicam como plantas com raízes bem estruturadas absorvem mais nutrientes, resistem a períodos críticos e geram maior rendimento na safra
O Brasil bateu novo recorde na produção de grãos, com 350,2 milhões de toneladas na safra 2024-25, alta de 16,3% em relação ao ciclo anterior. No entanto, alcançar esses resultados exige mais do que semear e colher: garantir que as plantas se desenvolvam plenamente desde os primeiros estágios é fundamental. O crescimento inicial das raízes impacta diretamente a absorção de água e nutrientes, a resistência a estresses climáticos e a formação de sementes e frutos, definindo o potencial produtivo de cada lavoura.
“Uma raiz bem estruturada faz toda a diferença no ciclo da planta. Ela permite explorar melhor o solo, acessar nutrientes que estavam indisponíveis e fornecer energia para o desenvolvimento vegetativo e a formação de grãos. Esse suporte inicial ajuda a reduzir os impactos de estresses ambientais e otimiza a resposta da planta ao longo de todo o ciclo”, destaca Hugo Rosa, Gerente de Produtos de Nutrição e Adjuvantes da BRANDT Brasil.
O especialista ressalta que o estímulo ao crescimento radicular acelerado também aumenta a área de absorção de fósforo e outros nutrientes essenciais, que fornecem energia para processos metabólicos como fotossíntese, síntese de proteínas entre outros processos fundamentais na fisiologia vegetal. “Quando o sistema radicular se desenvolve adequadamente, ele contribui para a manutenção da atividade fotossintética, auxilia na estruturação da planta e reduz o impacto de períodos de seca ou excesso de umidade, garantindo produtividade e qualidade do grão”, explica.
Manejo estratégico
Maria Luísa Bertoletti, Gerente de Desenvolvimento de Mercado da BRANDT Brasil, complementa que estratégias iniciais no campo podem impactar toda a safra. “Parte crucial para definição do potencial produtivo é o plantio. Para o agricultor, elencar cultivares, velocidade de plantio, adubação, utilização de biológicos e nutrição para estímulos fisiológicos iniciais, são estratégias que ditarão o sucesso da lavoura. Uma planta bem estruturada desde o início consegue acessar nutrientes essenciais, desenvolver raízes mais profundas e suportar os desafios climáticos que surgirem durante o ciclo”, comenta Maria Luísa.
Segundo ela, o desenvolvimento radicular também está diretamente relacionado à atividade biológica do solo. “Raízes saudáveis muitas vezes favorecem a relação de simbiose entre planta e microrganismos, disponibilizando substratos essenciais para o desenvolvimento da biota do solo. Em contrapartida, essas bactérias e fungos atuarão como “escudo” contra ataque de patógenos, estimularão a absorção de nutrientes, como por exemplo a solubilização de fósforo, e garantirão energia para processos metabólicos essenciais. Isso contribui para o crescimento vegetativo e estrutural da planta, reforçando sua resistência e produtividade ao longo de todo o ciclo”, afirma.
Para Hugo Rosa, o acompanhamento do sistema radicular é uma oportunidade para o agricultor planejar a lavoura de forma estratégica. “Observar o vigor inicial, combinar manejo adequado do solo e monitorar a atividade fisiológica das plantas permite extrair o máximo potencial da cultura. É nesse momento que se define se a safra terá capacidade de suportar estresses e alcançar altos níveis de produtividade”, finaliza.
