Agro, interior, Região Norte e modelos alternativos: Ranking ABF das 30 Cidades por faturamento mostra movimento das franquias pelo País
- Estudo da Associação Brasileira de Franchising revela que Porto Alegre (RS) liderada o Ranking, seguida de Jundiaí, Santos, São Paulo (SP) e Florianópolis (SC)
- Entre os Top 10 Estados, o maior crescimento de receita foi constatado no Rio Grande do Sul, acompanhado de Amapá, Roraima, Rio Grande do Norte e Mato Grosso

Avanço no interior e Região Norte, sinergia com o agronegócio e difusão dos pontos alternativos. Esses são alguns dos movimentos evidenciados pela nova edição do Ranking das 30 Cidades do Franchising Brasileiro em Faturamento, realizado pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. Com dados referentes ao primeiro semestre deste ano frente ao de 2024, o estudo aponta um cenário de desenvolvimento econômico, fortalecimento regional e adaptação dos modelos de negócio das redes às novas dinâmicas do consumo. De acordo com a entidade, as franquias já estão presentes em 69% dos municípios brasileiros, ante 61% no ano passado.
Para identificar os mercados de maior porte, a ABF inicialmente reuniu os dados das 30 maiores cidades por faturamento e então as ranqueou pelos maiores crescimentos nominais. O período de análise envolveu o primeiro semestre de 2025 frente a igual período do ano passado. Entre as 30 cidades ranqueadas, 16 são capitais e 14 não-capitais, refletindo o avanço das franquias em municípios médios e o fortalecimento de polos regionais. Embora as capitais ainda concentrem 76% do faturamento, as não-capitais concentram 24% – sendo 12% do interior de São Paulo – com decréscimo de 5% das capitais.
Porto Alegre (RS) lidera o ranking, com crescimento de 32,97% no faturamento das franquias no período pesquisado. A capital do Rio Grande do Sul se destacou por fatores como a recuperação do comércio e dos serviços após os eventos climáticos de 2024, que impulsionou os investimentos e o consumo local, e pela digitalização das pequenas operações, favorecendo a integração das redes. Em segundo lugar aparece a primeira não-capital. Jundiaí, no interior de São Paulo, cresceu 29,26%, consolidada como polo logístico e empresarial, atraindo renda e profissionais qualificados.
Santos, no litoral paulista, alcançou a terceira maior variação positiva, com alta de 19,51%, impulsionada pela alta do consumo com o crescimento do turismo e do setor imobiliário. A capital São Paulo vem na quarta posição, cuja variação positiva ficou em 14,64%. Mesmo já consolidada, a metrópole manteve elevado o faturamento das redes, entre outros fatores, pelo fato delas adotarem novos formatos, tais como quiosques e dark kitchens, delivery e pela intensa demanda da cidade. Florianópolis, capital de Santa Catarina, se destacou em quinto lugar, com faturamento 13,03% maior no período analisado, favorecida pelo crescimento do turismo de alto padrão e pelo avanço de negócios ligados à alimentação saudável e bem-estar.
Fechando as Top 10 cidades com maior variação positiva no faturamento no período analisado, Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, ficou na 6ª colocação (+11,80%), seguida das capitais Cuiabá-MT (+11,75%), em 7º; Salvador-BA (+11,43%), em 8º; Belém-PA (+10,87), em 9º, e Manaus-AM (+10,69%), em 10º lugar.
De acordo Tom Moreira Leite, presidente da ABF, os dados reforçam o dinamismo e a capilaridade do setor de franquias brasileiro. “O franchising está cada vez mais conectado às transformações regionais e sociais do País. A interiorização e a diversificação geográfica das redes mostram que o setor acompanha as novas realidades do consumo e se adapta a diferentes contextos econômicos e culturais, promovendo a geração de empregos e renda e o desenvolvimento em todas as regiões do Brasil”, destaca.
Agronegócio e polos regionais
A presença do agronegócio segue relevante para o avanço das franquias. Entre as 15 maiores cidades em variação positiva no faturamento, cinco se evidenciaram pela influência do agro na economia local. Além da líder gaúcha Porto Alegre e da capital mato-grossense Cuiabá, o ranking destaca a capital sul-mato-grossense Campo Grande em 12º lugar, Londrina (PR), em 13º, e Uberlândia (MG), na 14ª posição. Já dentre os municípios do 16º ao 30º lugar, dois têm predomínio do agro: Goiânia (GO) e São José do Rio Preto (SP).
Entre os polos regionais do franchising, a capital federal Brasília ficou em 15º lugar. Já na segunda metade do ranking, figuram seis capitais: Goiânia (16º), Curitiba-PR (19º), Fortaleza-CE (20º), São Luís-MA (22º), Recife-PE (23º) e Rio de Janeiro-RJ (28º). Já nove não são capitais: as paulistas Campinas (17º lugar), São José do Rio Preto (18º), Santo André (21ª), São José dos Campos (24ª), Sorocaba (25º), São Bernardo do Campo (26º), Ribeirão Preto (27º) e Barueri (29º), e a fluminense Niterói-RJ (30º).
Para o presidente da ABF, alguns fatores explicam essa descentralização do setor de franquias pelo Brasil. “O custo operacional mais competitivo, com aluguéis e encargos menores fora das capitais; mercados menos saturados, com maior espaço para consolidação de marcas; melhoria da infraestrutura e logística, impulsionada pela digitalização e novas rotas de distribuição; busca por qualidade de vida de empreendedores e investidores, que têm priorizado cidades médias e apoio de políticas locais, com incentivos fiscais e simplificação regulatória para atração de franquias são a meu ver alguns dos principais fatores que têm favorecido a interiorização das redes de franquias no País”, afirma.
Novos formatos, microfranquias e digitalização
A pesquisa também mostra que o crescimento de formatos leves e híbridos — como quiosques, dark kitchens e microfranquias — tem sido decisivo para a entrada de marcas em mercados menores.
Além disso, a digitalização das operações, com e-commerce e delivery, vem ampliando o alcance das redes, reduzindo barreiras logísticas e permitindo que franquias atuem em regiões de menor densidade populacional.
Segmentos em destaque
Observando-se os segmentos, os Top 5 por variação positiva no faturamento no período analisado foram: Alimentação – Comércio e Distribuição (23%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (15%), Limpeza e Conservação, Serviços Automotivos e Alimentação – Food Service (12%). Já entre os Top 5 segmentos por participação no faturamento dos municípios que compõem o ranking, destacaram-se: Saúde, Beleza e Bem-Estar (21%), Alimentação Food Service (20%), Serviços e Outros Negócios (12%), Alimentação Comércio e Distribuição e Moda (11%).
| RANKING MUNICÍPIOS – ABF CON 2025 | |||||
| Cidade | 1° SEM 2024 | 1° SEM 2025 | % Variação Fat. | ||
| 1° | Porto Alegre | R$ 1.346.573.271 | R$ 1.790.491.135 | 32,97% | |
| 2° | Jundiaí | R$ 673.707.699 | R$ 870.809.123 | 29,26% | |
| 3° | Santos | R$ 632.713.391 | R$ 756.158.579 | 19,51% | |
| 4° | São Paulo | R$ 13.713.126.242 | R$ 15.721.225.521 | 14,64% | |
| 5° | Florianópolis | R$ 916.230.503 | R$ 1.035.624.939 | 13,03% | |
| 6° | Guarulhos | R$ 933.595.513 | R$ 1.043.760.238 | 11,80% | |
| 7° | Cuiabá | R$ 708.708.551 | R$ 791.970.836 | 11,75% | |
| 8° | Salvador | R$ 1.573.299.737 | R$ 1.753.151.512 | 11,43% | |
| 9° | Belém | R$ 910.221.999 | R$ 1.009.137.928 | 10,87% | |
| 10° | Manaus | R$ 1.057.579.305 | R$ 1.170.605.172 | 10,69% | |
| 11° | Teresina | R$ 668.838.846 | R$ 739.846.139 | 10,62% | |
| 12° | Campo Grande | R$ 736.718.532 | R$ 811.810.544 | 10,19% | |
| 13° | Londrina | R$ 742.187.832 | R$ 815.586.250 | 9,89% | |
| 14° | Uberlândia | R$ 730.634.788 | R$ 802.649.632 | 9,86% | |
| 15° | Brasília | R$ 2.777.224.087 | R$ 3.048.223.349 | 9,76% | |
| 16° | Goiânia | R$ 1.745.323.813 | R$ 1.910.655.100 | 9,47% | |
| 17° | Campinas | R$ 1.770.197.907 | R$ 1.937.837.867 | 9,47% | |
| 18° | São José do Rio Preto | R$ 749.074.826 | R$ 819.399.036 | 9,39% | |
| 19° | Curitiba | R$ 2.779.587.728 | R$ 3.039.821.110 | 9,36% | |
| 20° | Fortaleza | R$ 1.452.376.261 | R$ 1.586.315.912 | 9,22% | |
| 21° | Santo André | R$ 874.357.412 | R$ 954.297.984 | 9,14% | |
| 22° | São Luís | R$ 817.332.072 | R$ 891.867.226 | 9,12% | |
| 23° | Recife | R$ 1.509.533.385 | R$ 1.635.483.010 | 8,34% | |
| 24° | São José dos Campos | R$ 853.473.091 | R$ 922.947.049 | 8,14% | |
| 25° | Sorocaba | R$ 772.920.192 | R$ 832.038.509 | 7,65% | |
| 26° | São Bernardo do Campo | R$ 846.319.615 | R$ 902.887.703 | 6,68% | |
| 27° | Ribeirão Preto | R$ 968.126.017 | R$ 1.032.610.499 | 6,66% | |
| 28° | Rio de Janeiro | R$ 6.300.327.782 | R$ 6.697.574.203 | 6,31% | |
| 29° | Barueri | R$ 882.718.544 | R$ 920.974.055 | 4,33% | |
| 30° | Niterói | R$ 828.570.686 | R$ 864.282.476 | 4,31% | |
| TOTAL | R$ 51.271.599.625 | R$ 57.110.042.636 | 11,39% | ||
Top 10 Estados com maior faturamento
A pesquisa da ABF revelou também os Top 10 Estados que mais cresceram em faturamento entre o primeiro semestre de 2025 e igual período do ano passado. O Rio Grande do Sul conquistou o 1º lugar, saltando da 27ª posição, com 33% de crescimento do faturamento das franquias. Após a tragédia das enchentes em maio de 2024, o Estado registrou forte recuperação econômica, favorecido também pelo agronegócio.
Na Região Norte, o Amapá alcançou o 2º lugar, subindo do 12º e com faturamento 27% maior. Na terceira colocação se manteve Roraima, com variação positiva de 18%. O Rio Grande do Norte avançou da 22ª para a quarta posição, com 13% de crescimento, e o Mato Grosso ficou em 5º lugar, registrando alta de 12% no faturamento das redes de franquias.
O agronegócio predomina em seis dos Top 10 Estados. Além do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Mato Grosso, destacaram-se também Paraíba (6ª posição), Santa Catarina (9ª) e Paraná (10ª).
De acordo com a ABF, entre outros fatores que contribuíram para o destaque desses estados no Ranking estão a inflação mais controlada e a leve retomada do poder de compra dos consumidores no primeiro semestre de 2025; a atração de empreendedores locais em busca de negócios mais seguros e com suporte de marca. A pesquisa indica, ainda, maior avanço da variação positiva no faturamento das redes (acima da média) fora do eixo Rio-São Paulo e na Região Norte.
| RANKING UF – ABF CON 2025 | |||||
| 2025 | 2024 | ESTADO | 1° SEM 2024 | 1° SEM 2025 | VARIAÇÃO |
| 1° | 27° | Rio Grande do Sul | R$ 5.644.024.895,00 | R$ 7.507.616.088,00 | 33,0% |
| 2° | 12° | Amapá | R$ 262.490.583,00 | R$ 333.587.416,00 | 27,0% |
| 3° | 3° | Roraima | R$ 267.476.438,00 | R$ 314.373.709,00 | 18,0% |
| 4° | 22° | Rio Grande do Norte | R$ 1.237.904.489,00 | R$ 1.395.404.941,00 | 13,0% |
| 5° | 1° | Mato Grosso | R$ 2.734.394.962,00 | R$ 3.073.758.277,00 | 12,0% |
| 6° | 23° | Paraíba | R$ 1.329.368.355,00 | R$ 1.486.350.224,00 | 12,0% |
| 7° | 21° | São Paulo | R$ 41.434.174.695,00 | R$ 46.316.565.235,00 | 12,0% |
| 8° | 15° | Rondônia | R$ 811.793.593,00 | R$ 907.141.813,00 | 12,0% |
| 9° | 4° | Santa Catarina | R$ 6.264.023.617,00 | R$ 6.960.866.929,00 | 11,0% |
| 10° | 6° | Paraná | R$ 8.935.137.775,00 | R$ 9.926.926.336,00 | 11.0%………. |
Sobre a ABF
A ABF – Associação Brasileira de Franchising é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1987, que representa oficialmente o sistema de franquias brasileiro. O setor registra um faturamento anual superior a R$ 273 bilhões em 2024, mais de 197 mil operações e cerca de 3,3 mil marcas de franquias espalhadas por todo o Brasil. Além disso, o franchising brasileiro responde por mais de 2% do PIB e emprega diretamente cerca de 1,7 milhão de pessoas. Atualmente com mais de 1.700 associados e cobrindo todo o território nacional por meio da seccional Rio de Janeiro e de regionais (Centro-Oeste, São Paulo Capital e Grande SP, Interior de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, Norte e Nordeste, e Sul), a entidade reúne franqueadores, franqueados, advogados, consultores e demais fornecedores e stakeholders do setor. Não sendo um órgão regulador, o propósito da ABF é fomentar o franchising brasileiro, nacional e internacionalmente, para que ele se mantenha próspero, sustentável, inovador, inclusivo, íntegro e ético. A Associação dedica-se a aperfeiçoar o sistema de franquias brasileiro por meio da capacitação de pessoas em diversos cursos presenciais e online, do estímulo à inovação, da disseminação das melhores práticas, da representação junto às diversas instâncias públicas e divulgação dos resultados do setor. Acompanhe as notícias da ABF na newsletter quinzenal e gratuita.






