Fossa Séptica Biodigestora será apresentada na COP 30

Fossa Séptica Biodigestora será apresentada na COP 30

Fossa Séptica Biodigestora será apresentada na COP 30
Fossa Séptica Biodigestora instalada em Belém

Com quase 25 anos e ter beneficiado mais de 12 mil residências rurais em todos os Estados do Brasil, a Fossa Séptica Biodigestora – desenvolvida na Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) – será apresentada na COP 30. A tecnologia, que trata o esgoto das residências rurais e em áreas isoladas, estará em destaque na AgriZone, um dos principais espaços temáticos da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que vai ocorrer em Belém (PA), entre 10 e 21 de novembro.

Os visitantes poderão ver de perto como a pesquisa científica aplicada pode gerar soluções práticas sustentáveis, essenciais à agricultura de baixa emissão de carbono, que redesenham o cotidiano de comunidade rurais. As tecnologias sociais para saneamento básico rural estão instaladas desde 2018 no Núcleo de Responsabilidade Socioambiental (Nures) na AgriZone, área dentro da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém.

Potencial internacional

“O saneamento rural proposto pela Embrapa está ligado fortemente aos aspectos da adaptação às mudanças climáticas pelo reúso agrícola seguro dos efluentes tratados e redução dos impactos sociais de populações vulneráveis, pelo tratamento do esgoto”, afirma o pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva, responsável pelo sistema de saneamento básico rural.

Ele ressalta que a Fossa Séptica Biodigestora, junto com o Jardim Filtrante – que trata a água das pias, tanques e chuveiros nas de quem mora no campo – têm potencial para utilização em países emergentes tropicais da África, América Latina e Caribe, sul da Ásia e norte da Oceania. “Esperamos que a COP 30 seja a vitrine para esse salto da tecnologia”, acrescenta o pesquisador.

Sistema beneficia meio ambiente

Sílvio Araújo, analista da Embrapa Amazônia Oriental, com 17 anos de atuação na área de Transferência de Tecnologia e Responsabilidade Socioambiental, conta que, desde a instalação da Fossa Séptica Biodigestora, cerca de 88 mil litros de esgoto deixaram de ser despejados no meio ambiente. Além desta unidade, mais quatro estão sendo instaladas na Agrizone, três delas para demonstração durante a COP 30.

“Antes da instalação dessas tecnologias, o esgoto doméstico e as águas cinzas eram direcionados para fossas rudimentares de concreto, sem tratamento adequado. Esse sistema favorecia a infiltração de efluentes no solo e o risco de contaminação do lençol freático”, relata o analista.

Araújo diz que a implantação da tecnologia trouxe benefícios ambientais e operacionais expressivos, entre eles, redução significativa de odores e eliminação de contaminação direta do solo e da água subterrânea.

Além da demonstração das tecnologias, o pesquisador Wilson Tadeu vai participar de mesa-redonda no dia 10, às 17 horas, no Espaço Arena, para falar como o Saneamento Básico proposta pela Embrapa pode contribuir para o Programa Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana (PNAUP), instituído, entre outros, pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

Plataforma de IA mede teor de carbono

A Plataforma de Inteligência Artificial (IA) AGLIBS – desenvolvida em parceria com a agfintech Agrorobótica – que integra diferentes softwares e sensores avançados, que realiza a digitalização do solo e das atividades agrícolas, também será apresentada na AgriZone.

Embasada na técnica de espectroscopia de emissão por plasma induzido por laser (LIBS, na sigla em inglês), a mesma que a agência espacial norte-americana (Nasa) embarcou nos robôs para avaliação do solo do Planeta Marte, a Plataforma é capaz de analisar cerca de 1,2 mil amostras de solo diariamente, com precisão, e mais de 20 parâmetros do solo, incluindo o carbono.

“A técnica LIBS usa pulsos laser de alta energia para criar um microplasma na superfície da amostra, e assim, determinar a sua composição química com precisão e rapidez e de forma limpa, sem uso de resíduos químicos”, esclarece a coordenadora do Laboratório Nacional de Agro-Fotônica, Débora Milori.

A tecnologia permite financeiramente medir, reportar, verificar e comercializar (MRVC) o crédito de carbono no mercado voluntário internacional. Essas etapas são fundamentais para execução de planejamento climático, redução das emissões dos gases do efeito estufa (GEE) e combate ao aquecimento global.

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