SAE BRASIL lança pesquisa sobre transição energética na COP 30
Estudo se desafia a descobrir porque a consciência da urgência da transição energética não acelera práticas de alternativas renováveis de baixas emissões
Um retrato inédito sobre como profissionais de diferentes setores e regiões do Brasil percebem, discutem e vivenciam o tema da transição energética no âmbito pessoal e profissional, é o destaque da pesquisa realizada pela SAE BRASIL com mais de mil respondentes, que será apresentada na COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, de 10 a 21 de novembro em Belém (PA).

Coordenada por Camilo Adas, conselheiro de Tecnologia e Transição Energética da SAE BRASIL, a pesquisa é majoritariamente formada por profissionais experientes com forte presença das áreas de engenharia, automotiva e energia. Reflete o perfil técnico e senso estratégico do público envolvido, e se desafia a descobrir porque a elevada consciência da urgência da transição energética não tem sido suficiente para acelerar a adoção de alternativas renováveis.
“Os resultados revelam que as decisões cotidianas ainda são fortemente guiadas por critérios econômicos, enquanto o impacto ambiental aparece apenas como fator de menor relevância entre os critérios de decisão” avalia Camilo Adas.
A pesquisa aponta também para a expectativa de que o Brasil assuma papel de liderança global na transição energética, contudo, há percepção de que a atuação prática do país ainda é tímida, o que evidencia a necessidade de transformar ambição em políticas públicas, investimentos e metas concretas.
O Brasil se destaca pela preferência consolidada por biocombustíveis, considerados como soluções mais viáveis e imediatas para o transporte pesado nacional e a predominância de veículos flex na frota nacional reforça o potencial dos biocombustíveis, embora o hábito de abastecimento ainda privilegie a gasolina por questões econômicas – diz a pesquisa.
Por fim, as principais barreiras identificadas para a transição energética brasileira são custo, investimentos e limitações de infraestrutura. O estudo reforça a importância de alinhar incentivos econômicos, comunicação de valor total e estratégias setoriais para fechar o gap entre intenção e ação, consolidando o protagonismo.
A SAE BRASIL, como entidade independente, propõe que a transição energética seja guiada por critérios técnicos com escala global e flexibilidade regional. A pluralidade de soluções desenvolvidas por características econômicas, ambientais e produtivas de cada país ou região, deve ser reconhecida como parte legítima do esforço global de descarbonização.
“A transição energética precisa ser tão global quanto possível, mas tão regional quanto necessária para ser viável do ponto de vista ambiental, econômico e social”, destaca Camilo Adas.






