Fórum reúne mais de 1200 participantes para discutir o papel da agricultura familiar na proteção das florestas

Fórum reúne mais de 1200 participantes para discutir o papel da agricultura familiar na proteção das florestas

Evento contou com especialistas e representantes de povos e comunidades tradicionais de 11 países. Regularização fundiária, acesso a crédito e assistência técnica foram alguns dos temas debatidos.

Fórum reúne mais de 1200 participantes para discutir o papel da agricultura familiar na proteção das florestas

 

Por Lucas Guaraldo*

Mais de 1.200 agricultores familiares, indígenas, moradores de comunidades tradicionais, pesquisadores e tomadores de decisão participaram do Fórum Internacional da Agricultura Familiar e Comunidades Tradicionais, realizado entre os dias 12 e 17 de novembro, durante a COP30, em Belém. O evento, promovido pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), SEMAS (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará) e SEAF (Secretaria de Estado da Agricultura Familiar do Pará), reuniu 67 painelistas, sendo 12 estrangeiros, para discutir as necessidades e contribuições da agricultura familiar em diferentes partes do mundo.

“A gente sempre quer ocupar a blue zone e os espaços de decisão, mas também queremos criar no Fórum um espaço que amplie a voz da agricultura familiar e das comunidades tradicionais. Aqui, eles participaram de todos os painéis, tiveram suas demandas ouvidas e puderam ter contato com relatos de outros países”, destacou Lucimar Souza, diretora de Desenvolvimento Territorial do IPAM e uma das organizadoras do evento.

Atualmente, cerca de 20 milhões de hectares da Amazônia Legal pertencem a pequenos proprietários que, com apoio técnico e financeiro adequado, poderiam intensificar sua produção e receber pela preservação da vegetação remanescente. A manutenção das áreas naturais dessas propriedades também contribui para a proteção de recursos naturais, como a geração de chuvas e a conservação do solo.

“O Fórum teve resultados fantásticos. Foram 14 temas diferentes discutidos. Falamos da Ásia, da África e da Oceania, mas, principalmente, falamos da Amazônia, do Pará, da nossa realidade e das nossas soluções para os agricultores e extrativistas”, apontou Cássio Pereira, secretário de Agricultura Familiar do Estado do Pará.

Práticas sustentáveis no campo, como a implementação de sistemas agroflorestais, o extrativismo de produtos da floresta e a produção alinhada aos fluxos naturais, recorrentes na agricultura familiar, foram apontadas como soluções para conciliar produção e conservação em larga escala. Essas técnicas também são fundamentais para a adaptação climática no campo, criando paisagens mais resilientes aos efeitos extremos das mudanças climáticas.

O Fórum também contou com a parceria da Hydro, da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura), da Fetraf (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar do Brasil), do CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas), da Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Pará), da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e da Malungu.

Área de intercâmbio

Com a participação de representantes de países latino-americanos e de todos os continentes, os painéis do Fórum Internacional também permitiram que agricultores de regiões distantes pudessem trocar experiências. Temas como a regularização fundiária no Pará, por exemplo, serviram de ponte para diálogos entre quilombolas paraenses e representantes do governo da Tailândia.

“Foi incrível poder compartilhar nossas histórias aqui com as famílias do Brasil. Eu sou do outro lado do mundo, mas vi como a agricultura, o clima e os problemas enfrentados aqui são muito semelhantes aos do meu país. Foi muito bom poder compartilhar casos de sucesso para que possamos encontrar soluções rapidamente e em conjunto”, comentou Supatchaya Techachoochert, pesquisadora da Fundação Mae Fah Luang Under Royal Patronage, da Tailândia.

Para os agricultores brasileiros, a experiência também ajudou a dimensionar a importância dos serviços que prestam, permitindo reconhecer suas atividades cotidianas como parte essencial da proteção da Amazônia.

“A gente conheceu várias experiências de várias partes do mundo e aprendeu muito com os diálogos. Dá para ver a dimensão de participar de um evento como esse, focado na agricultura familiar. Para mim, ter esse espaço é muito significativo”, comemorou Adrielly Tavares, agricultora familiar que compareceu às atividades.

Deixe seu comentario

Ultimas Noticias

Categorias

Fique por dentro das novidades

Inscreva-se para receber novidades em seu Email, fique tranquilo que não enviamos spam!

Jeetwin

Jeetbuzz

Baji999

Deixe seu Email para acompanhar as novidades