Montagem do sistema solar: como otimizar a instalação para ganhar eficiência
Por Rodrigo Oliveira, da Fluke do Brasil
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil movimentou R$ 53,7 bilhões em investimentos no setor solar em 2024, criando mais de 457,7 mil empregos. A expectativa para 2025 é um crescimento de 10%, impulsionando a capacidade instalada a 655 GW. No cenário internacional, o relatório Global Market Outlook for Solar Power 2025-2029, da SolarPower Europe, posiciona o país como o quarto maior mercado mundial em geração de energia solar.
Esse avanço reforça a importância de uma infraestrutura bem planejada e segura, especialmente no que diz respeito à montagem de sistemas solares, capazes de sustentar os módulos e influenciar diretamente na durabilidade e eficiência das usinas.
Com a crescente demanda energética impulsionada por setores como os data centers, para suportar a inteligência artificial, a qualidade na montagem das instalações solares torna-se mais importante do que nunca, sendo responsável por posicionar os painéis de forma estável e na inclinação ideal para maximizar a captação de luz.
Além de garantir a eficiência energética, uma montagem correta evita riscos para os instaladores, reduz danos aos módulos e contribui para a longevidade dos sistemas.
A evolução da montagem do sistema solar
Nos últimos anos, os sistemas de montagem solar evoluíram. Atualmente, há uma ampla variedade de soluções disponíveis, como estruturas de instalação no solo, em telhados (inclinados ou planos), em paredes, sobre garagens ou até mesmo sistemas flutuantes.
As estruturas modernas são predominantemente feitas de aço macio ou alumínio, oferecendo suporte robusto e minimizando o peso. Elas reduzem o tempo e a complexidade da instalação, exigindo menos etapas e eliminando a necessidade de os instaladores subirem nos módulos ou usarem equipamentos adicionais, como escadas.
Alguns sistemas de montagem já apresentam ângulos ajustáveis que variam de 5 a 60 graus, permitindo otimizar a exposição solar em diferentes estações do ano, aumentando a eficiência e o retorno econômico.
Segurança, tecnologia e manutenção
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, é essencial que os sistemas de montagem sejam dimensionados para enfrentar diferentes condições climáticas, como ventos fortes, chuvas intensas e variações térmicas. Embora representem aproximadamente 10% do custo total de uma instalação solar, eles têm papel central na segurança e desempenho da instalação.
Na prática, à medida que a energia solar ganha escala em centros urbanos, zonas rurais e áreas industriais, os sistemas de montagem assumem um papel cada vez mais estratégico. Afinal, quando mal dimensionados, estruturas incompatíveis ou materiais de baixa qualidade podem comprometer o projeto como um todo. Por outro lado, a aposta em soluções inteligentes, pré-montadas e resistentes tem se destacado, assim como a preocupação com o correto comissionamento e manutenção preventiva.
A certificação de que todos os componentes do sistema fotovoltaico estejam instalados corretamente, a verificação da eficiência da conversão dos painéis solares e inversores, bem como a configuração de sistemas de monitoramento facilitam a identificação de problemas e garantem um sistema robusto e operante, pronto para atender as demandas emergentes do mercado.
Rodrigo Oliveira é Gerente de Produtos da América Latina para o segmento de renováveis na Fluke do Brasil, companhia líder mundial em ferramentas de teste e medição.
