Publicação coletiva lançada na COP30 aprofunda debate sobre o mercado de carbono
Organizado pela Carbonext, “Soluções Baseadas na Natureza: o Mercado que Pode Salvar o Planeta” reúne 43 especialistas e propõe caminhos práticos para a conservação e o combate às mudanças climáticas. Entre os co-autores, estão Izabella Teixeira, Janaina Dallan e Raul Protázio Romão

Foi lançado na COP30, em Belém (PA), na última sexta-feira, 14 de novembro, o livro “Soluções Baseadas na Natureza: o Mercado que Pode Salvar o Planeta”, obra coletiva que reuniu 43 especialistas para organizar, com linguagem acessível e rigor técnico, o que há de mais atual sobre conservação, uso da terra e mercado de carbono. O lançamento, realizado na Green Zone (Pavilhão do Pará), reforçou o papel do Brasil na agenda climática e consolidou, para diferentes públicos, referências práticas sobre como escalar projetos de alta integridade que preservem florestas, promovam bioeconomia e melhorem a vida das pessoas.
“A COP30 está evidenciando que a natureza é parte da infraestrutura climática do século 21; reunimos, neste livro, evidências, experiências e parâmetros de governança para transformar conservação em prosperidade sustentável e mensurável”, afirmou Janaina Dallan, co-CEO da Carbonext e organizadora da obra, ao comentar o objetivo de aproximar ciência, políticas públicas e implementação. Para Luciano Corrêa da Fonseca, co-CEO da Carbonext e coorganizador, o volume “preenche uma lacuna ao oferecer material sólido, didático e aplicável para quem decide, financia e executa projetos com impacto climático real e benefícios sociais verificáveis”, conectando debate técnico e decisões no mundo real.
Do que falamos quando falamos de natureza
A publicação percorre o conjunto de temas que está sustentando a agenda técnica em Belém e que deve orientar o próximo ciclo do mercado de carbono no Brasil e no mundo. Os capítulos detalham o papel de florestas, agricultura e restauração na mitigação e na adaptação; explicam por que REDD+, ARR (reflorestamento) e ALM (agricultura de baixo carbono) são complementares; e mostram como integrar inventários corporativos, metas baseadas na ciência e estratégias de descarbonização a mecanismos de compensação com transparência de dados, salvaguardas socioambientais e monitoramento contínuo.
Em linguagem direta, a obra organiza fundamentos de governança e integridade — adicionalidade, linhas de base, permanência, vazamento, MRV (medição, reporte e verificação), co-benefícios e rastreabilidade —, abordando ainda o avanço regulatório brasileiro, a interoperabilidade entre os mercados voluntário e regulado e os debates do Artigo 6 do Acordo de Paris.
Além da arquitetura técnica, o livro estrutura ferramentas de decisão para governos, empresas, financiadores, redações e organizações da sociedade civil. A curadoria apresenta estudos de caso na Amazônia e em paisagens produtivas, discute mecanismos de financiamento e traz recomendações para ampliar a inclusão social (renda local, segurança alimentar, serviços essenciais, proteção territorial), evidenciando que resultados climáticos e benefícios comunitários caminham juntos quando há desenho robusto de projeto e governança transparente.
Vozes que sustentam a conversa
Assinam os textos nomes reconhecidos no país e no exterior, o que amplia a densidade e a utilidade pública do material: Izabella Teixeira (ex-ministra do Meio Ambiente do Brasil), David Antonioli (ex-CEO da Verra, maior certificador do mundo), Raul Protázio Romão (secretário de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade do Estado do Pará), Patricia Ellen (executiva e ex-secretária de Desenvolvimento Econômico de SP), Pedro Côrtes, (professor titular da Universidade de São Paulo e analista da CNN Brasil), Werner Grau (advogado ambiental do Pinheiro Neto), Ingo Plöger (líder empresarial e conselheiro em integração latino-americana), Luiz Carlos Carvalho (presidente da Abag), entre outras referências de políticas públicas, direito, finanças sustentáveis, ciência e comunicação. A presença desses autores dá lastro de credibilidade, diversidade metodológica e diálogo com diferentes audiências na cobertura da COP30.
A obra também inclui especialistas diretamente ligados à execução de projetos e à interface com comunidades e cadeias produtivas, como Jeronimo Roveda, Felipe Viana, Luiz Fernando de Moura e Franciele Salvador da própria Carbonext, Julie Messias e Silva (diretora executiva da Aliança Brasil Nature-based Solutions), Pedro Passos (empresário e cofundador da Natura), além de Geraldo Aleandro, Ana Elsa Munarin, Renato Rosenberg, Leonardo Sobral, Nara Vidal Pantoja, entre outros. Essa combinação de olhares — do desenho técnico às salvaguardas, do financiamento ao território — aproxima conceitos e prática, oferecendo um mosaico de perspectivas para orientar decisões no curto e no longo prazo.

O momento pede clareza e entrega
O lançamento ocorreu na COP30, na Amazônia, momento em que a visibilidade internacional se volta a soluções baseadas na natureza com integridade e resultados mensuráveis. Ao reunir evidência, método e experiências de campo, o livro ajudou a dar um passo além do debate abstrato, organizando referências para destravar capital, reduzir o custo de transição e ampliar impacto nas pontas, em linha com a consolidação do mercado brasileiro e a crescente integração entre as agendas voluntária e regulada.
O livro já está disponível para compra na Amazon, em português e inglês. A versão digital também está disponível para download no site da Carbonext e pode ser utilizada como referência por redações, gabinetes, conselhos e equipes técnicas, garantindo continuidade ao debate iniciado na conferência e facilitando o uso responsável de informações em reportagens, análises e decisões executivas.






