Implementação de práticas ESG no agronegócio pode gerar R$ 247 bilhões ao ano e criar 2 milhões de empregos
Segundo análise da EY-Parthenon, o agronegócio tem grande potencial para a economia e a sustentabilidade ambiental do país

A adoção de práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) poderia impulsionar o agronegócio brasileiro em 26,5%, percentual equivalente ao crescimento acumulado do setor nos últimos sete anos, segundo dados do Cepea-USP/Esalq. As informações fazem parte do estudo Impact Edge, da EY-Parthenon, lançado na EY House durante a COP30, em Belém. O levantamento mostra que os impactos se estendem por toda a economia nacional, com ganhos estimados em R$ 247 bilhões por ano, valor comparável ao PIB de Pernambuco em 2022. A implementação das iniciativas ESG também poderia gerar cerca de 2 milhões de empregos, número próximo à população de Manaus, além de resultar em R$ 112 bilhões adicionais em arrecadação tributária, suficientes para financiar aproximadamente 700 mil vagas em creches ou 14 mil quilômetros de rodovias duplicadas.
Somente em 2024, o agronegócio brasileiro registrou um PIB de R$ 2,7 trilhões, representando quase um quarto de tudo o que o país produz. O levantamento realizado pela EY Parthenon revela que a adoção consistente de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) no setor pode transformar não apenas a economia do agro, mas também a economia nacional e a sociedade brasileira. “Os números do estudo mostram que a agenda ESG no agronegócio se traduz em ganhos concretos para produtores, sociedade e governo, reforçando que ESG é um motor de eficiência, inclusão e competitividade. A adoção de iniciativas em conjunto vai além do setor, gerando retornos que beneficiam toda a economia brasileira”, diz Otavio Lopes, sócio-líder de agronegócios da EY.
Em termos ambientais, as práticas ESG poderiam evitar a emissão de 328,6 milhões de toneladas de CO₂, economizar 11,5 trilhões de litros de água, evitar a geração de 29 milhões de toneladas de resíduos e reduzir o consumo de energia em 2,8 TWh. No campo social, espera-se a criação de 320 vagas afirmativas em posições de liderança e a prevenção de 1.080 internações hospitalares por ano, o que representaria uma economia de R$ 43 milhões ao Sistema Único de Saúde, recursos que poderiam ser direcionados a outras áreas como educação, infraestrutura e segurança.
Avanços e desafios do agronegócio brasileiro
O agronegócio brasileiro vem incorporando práticas ESG em suas cadeias produtivas, mas ainda enfrenta desafios estruturais relevantes. Pressões por desmatamento zero e cadeias livres de conversão de vegetação nativa geram barreiras não tarifárias, regras técnicas, sanitárias e socioambientais que podem limitar o acesso a mercados premium. Além disso, lacunas na formalização de profissionais, condições de trabalho precárias e dificuldades de engajamento com comunidades vizinhas, somadas à predominância de estruturas familiares e à baixa maturidade em dados e compliance, dificultam a transparência, a rastreabilidade e a atratividade para financiadores e investidores, elevando riscos operacionais e reputacionais e encarecendo capital e seguros.
“Diante desse cenário, o setor migra de uma postura reativa de compliance para estratégias que atacam riscos na origem e desbloqueiam valor comercial e financeiro. Os esforços concentram-se em iniciativas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 13, ‘Ação Contra a Mudança Global do Clima’, em consonância com a agenda climática discutida na COP30”, diz Otavio.
Entre as principais frentes de ação estão desmatamento zero, rastreabilidade ponta a ponta e conservação, com monitoramento por satélite, auditorias, georreferenciamento e blockchain, além da seleção de fornecedores alinhados aos mesmos valores e recuperação de áreas degradadas. A eficiência energética e o uso de fontes renováveis, como biomassa, biogás e energia solar, visam reduzir custos e emissões de gases de efeito estufa, enquanto práticas de manejo de solo e sequestro de carbono, como plantio direto, rotação de culturas e sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta (ILPF), promovem fertilidade, biodiversidade e resiliência climática.
Outras frentes incluem o uso eficiente de defensivos, insumos e biotecnologia, com manejo integrado de pragas, bioinsumos e aplicação localizada de defensivos para reduzir impactos ambientais e aumentar produtividade; a gestão de resíduos e logística reversa, que promove circularidade e produção de biofertilizantes; o uso eficiente da água, com irrigação de precisão, automação e conservação de nascentes; e iniciativas sociais e fortalecimento comunitário, por meio de programas de educação, saúde preventiva, capacitação técnica e inclusão produtiva, combatendo o trabalho análogo à escravidão e ampliando a licença social para operar.
Essas ações demonstram impactos concretos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Desmatamento zero e rastreabilidade garantem proteção, restauração e uso sustentável de ecossistemas terrestres e florestas. Eficiência energética e fontes renováveis ampliam o acesso à energia confiável e moderna e promovem conscientização e capacidade para mitigação das mudanças climáticas. Manejo de solo e sequestro de carbono reduzem emissões de gases de efeito estufa e restauram ecossistemas degradados, enquanto o uso eficiente de defensivos e biotecnologias promove padrões de consumo e produção sustentáveis e garante saúde e bem-estar. Gestão de resíduos e logística reversa fortalecem a circularidade na cadeia produtiva, uso eficiente da água assegura disponibilidade e gestão sustentável do recurso, e as iniciativas sociais contribuem para redução da pobreza, promoção de educação inclusiva e diminuição das desigualdades.
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