Componentes que economizam: A importância das Hélices e Embreagens Viscosas na redução de custos automotivos

Por Hermes Santos, CEO da Modefer
Em um momento em que o setor automotivo vive a maior transformação de sua história — impulsionado pela busca por eficiência energética, redução de emissões e aumento de competitividade — a atenção costuma recair sobre motores, eletrificação e novos combustíveis.
No entanto, há componentes discretos, muitas vezes ignorados fora do ambiente técnico, que desempenham papel fundamental na performance e no custo total de operação. Entre eles, as hélices e as embreagens viscosas, dois elementos clássicos da engenharia automotiva cujo impacto permanece contemporâneo.
Como profissional e entusiasta do mercado de autopeças, vejo que parte do futuro da eficiência ainda depende de conhecer profundamente esses mecanismos considerados “simples”, mas estrategicamente relevantes.
Hélices: a engenharia do fluxo de ar a serviço da economia
As hélices automotivas, especialmente as aplicadas em sistemas de arrefecimento, são responsáveis por garantir que o motor opere na temperatura ideal, evitando desgaste, perda de desempenho e consumo excessivo de combustível. A lógica é direta: um motor estável consome menos e entrega mais.

Mas a contribuição das hélices vai além do básico. Hoje, materiais de alta resistência e técnicas de balanceamento reduzem vibração, sobrecarga e necessidade de manutenção. Isso se traduz em:
- Menor demanda energética do motor, já que a hélice opera com menor arrasto;
- Vida útil ampliada do sistema de arrefecimento, reduzindo custos de reparo;
- Melhor aerodinâmica interna, que influencia diretamente na eficiência térmica.
Quando falamos de frotas de caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e veículos comerciais essas diferenças “pequenas” se acumulam. Uma hélice eficiente é capaz de reduzir significativamente o consumo anual de combustível e os gastos com manutenção.
Embreagens viscosas: inteligência mecânica que evita desperdício
A embreagem viscosa é um exemplo notável de como a mecânica pode ser inteligente sem depender de eletrônica complexa. Sua função é simples: ativar a hélice apenas quando necessário, através da variação da viscosidade do fluido interno.
Em outras palavras, é a responsável por impedir que a hélice “roube” potência do motor quando não há necessidade de resfriamento, ponto crítico para a eficiência energética.
Essa “simples” lógica entrega benefícios expressivos:
- Redução do consumo de combustível, especialmente em trajetos longos;
- Menor ruído e vibração, melhorando desempenho e conforto;
- Preservação do motor, já que evita ciclos de aquecimento excessivo;
Na prática, a embreagem viscosa funciona como um gerenciador automático de energia, o que é algo especialmente valioso em um contexto de margens apertadas e pressão por produtividade.
O futuro: eficiência como vantagem competitiva
Para fabricantes, montadoras, fornecedores e operadores de frota, apostar em componentes de qualidade superior não é um luxo, mas sim uma estratégia de economia. O ganho acumulado ao longo da vida útil de um veículo pode significar milhares de reais economizados por unidade. Em escala industrial, isso se transforma em vantagem competitiva.

Hélices e embreagens viscosas, embora simples à primeira vista, são um lembrete de que a engenharia automotiva é feita tanto de grandes revoluções quanto de pequenos aprimoramentos contínuos.
E, como costumo dizer no universo empresarial e artístico, a sofisticação muitas vezes está nos detalhes que ninguém vê — mas que fazem toda a diferença no resultado final.
**Hermes Santos é CEO e fundador da Modefer, sendo responsável por liderar as decisões estratégicas e organizacionais da marca, consolidando a empresa como referência e líder na fabricação de hélices e embreagens viscosas.
Fotos: Divulgação






