Crescimento do saneamento exige novas rotas sustentáveis para o lodo de esgoto
Compostagem surge como solução circular para reduzir sobrecarga em aterros e contribuir para a descarbonização

O novo e significativo fluxo de investimentos em saneamento básico no Brasil apresenta um desafio proporcional ao seu avanço: o aumento do volume de lodo de esgoto e a necessidade de sua destinação ambientalmente correta. Com a ampliação dos sistemas de coleta e tratamento, cresce também a geração desse resíduo, que, se não for reaproveitado, sobrecarrega aterros sanitários e representa custo e risco ambiental.
Dados da ABCON DATA mostram que há 26 projetos de saneamento em andamento no Brasil, abrangendo 939 municípios e beneficiando 28 milhões de pessoas. O investimento estimado nesses empreendimentos é de R$ 68,2 bilhões.
Desde a aprovação do Marco Legal do Saneamento, já foram realizados 60 leilões em 20 estados, contemplando mais de 1.500 municípios e totalizando R$ 181 bilhões em investimentos contratados. Os dados são públicos e atualizados mensalmente pela entidade.
Nesse contexto, ganha força a busca por soluções de economia circular capazes de transformar o lodo de esgoto em insumo para um novo ciclo produtivo. A compostagem para a produção de fertilizantes orgânicos desponta como uma das alternativas mais promissoras, tanto pela viabilidade técnica quanto pelos benefícios ambientais e agrícolas.
“É muito importante a ampliação do uso desses adubos, pois, combinados aos químicos, podem reduzir em até 50% a aplicação de produtos sintéticos, gerando ganhos ambientais e produtivos, além de melhorar a qualidade do solo”, destaca Lívia Baldo. Ela é diretora da Tera Ambiental, empresa que atua na produção de fertilizantes orgânicos em Jundiaí (SP), a partir de lodo de esgoto e efluentes industriais.
Segundo a especialista, o reaproveitamento desses resíduos é uma estratégia de gestão ambiental eficiente. “O processo de transformação do lodo de esgoto em fertilizantes promove a economia circular, reduz emissões de gases de efeito estufa e transforma um passivo ambiental em um produto útil à agricultura, dentro de padrões técnicos e regulatórios rigorosos”, afirma.
A Tera Ambiental é um exemplo prático desse modelo que, há mais de 25 anos, alia pioneirismo, inovação e compromisso ambiental. Ao tratar resíduos que antes teriam como destino os aterros sanitários , a empresa contribui para reduzir a extração de novos recursos naturais, fechar ciclos produtivos e avançar na descarbonização da economia.






