Em defesa da indústria local, AEA lança Fórum Estratégico de Engenharia.

- Em evento que reuniu cerca de 60 executivos de montadoras e sistemistas locais, o Fórum Estratégico de Engenharia vislumbra mobilizar o setor para fortalecer a engenharia automotiva nacional e o adensamento da produção.
- Um dos pilares do fórum é buscar a descarbonização por meio de fontes renováveis e tecnologias inovativas de propulsão por biocombustíveis e bioeletrificação.
A AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva lançou ontem – 16/12 –, em evento que reuniu cerca de 60 executivos de montadoras e sistemistas, em sua maioria heads de engenharia, o Fórum Estratégico de Engenharia, cujo objetivo é o de mobilizar o setor para fortalecer a localização de centros de pesquisa e de desenvolvimento no Brasil e, por consequência, valorizar a engenharia automotiva nacional e o adensamento da produção de autoveículos, sistemas, peças e componentes.
O lançamento do Fórum Estratégico de Engenharia faz parte do Planejamento Estratégico da AEA, concluído este mês, para os próximos anos da entidade, em parceria com os governos federal e estaduais, academia e a iniciativa privada.

Na abertura do evento, realizado Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, o presidente da AEA, Marcus Vinicius Aguiar, fez o breve histórico dos últimos 35 anos, a partir da abertura do mercado brasileiro aos veículos importados, aumento expressivo do número de players no País (com a instalação de unidades fabris) e mais recentemente com a chegada de novos entrantes, com produtos CBU (Completely Built Unit), SKD (Semi Knocked Down) e CKD (Completely Knocked Down).
“Esse cenário mais recente nos preocupa porque, nos últimos anos, estamos assistindo, de braços cruzados, certo enfraquecimento da engenharia nacional, quando – em realidade – nossos profissionais possuem domínio tecnológico, em se tratando de descarbonização veicular, para mostrar ao mundo sua capacitação em tecnologias inovativas de biocombustíveis, diante da realidade brasileira de ser privilegiada com abundância de fontes renováveis”, argumenta Marcus Vinicius Aguiar.

Everton Lopes, vice-presidente da AEA, responsável pela construção do Planejamento Estratégico e também do Fórum Estratégico de Engenharia, por sua vez, fez uma exposição detalhada sobre o atual quadro da engenharia automotiva nacional e o quê pode ser feito para incentivar a retomada da relevância dos centros de pesquisa e de desenvolvimento locais e, por consequência, o adensamento da produção brasileira de autoveículos.
Painel – A partir das exposições do presidente e do vice-presidente da AEA, o Fórum Estratégico de Engenharia apresentou o painel “Como impulsionar a Engenharia Automotiva Brasileira”, com as participações de Margarete Gandini, diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica/MDIC; José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo do BNDES, Igor Calvet, presidente da Anfavea; Claudio Sahad, presidente do Sindipeças e Gastón Diaz Perez, presidente e CEO da Bosch América Latina, com a mediação de Antonio Calcagnotto, diretor de Relações Institucionais da AEA.
Na avaliação unânime dos painelistas, os investimentos em centros de pesquisa e de desenvolvimento automotivos são vitais no processo de retomada do crescimento da indústria local, cujo direcionamento indica as tecnologias de biocombustíveis e de bioeletrificação.
A AEA pretende realizar quatro edições do Fórum Estratégico de Engenharia por ano, a partir de 2026, com o objetivo de oferecer estudos técnicos ao Governo Federal na continuidade das políticas industriais de Estado do setor automotivo brasileiro.






