Brasil atinge recorde de registros de novos insumos biológicos e químicos em 2025
Foram 139 bioinsumos e 560 defensivos, segundo dados do CropData; Exportações de sementes atingem US$ 233 milhões de dólares, pico de receita na série histórica
O Brasil registrou 139 novos insumos biológicos e 560 novos defensivos químicos em 2025, entre produtos técnicos e formulados, atingindo recorde na série histórica. Com relação aos bioinsumos, o agente microbiológico se destacou com 121 novos registros (87% do total), acima do ano anterior. De moléculas novas em químicos, foram 6 novos registros de produto técnico e 22 de novos produtos formulados. Já no campo das relações comerciais, as exportações de sementes acompanharam a tendência do mês anterior e atingiram US$ 233 milhões de dólares entre janeiro e novembro de 2025, pico de receita na série histórica dos últimos 5 anos. O balanço é do CropData, portal de dados da CropLife Brasil.
Os agentes microbiológicos contemplam microrganismos como bactérias, fungos e vírus aplicados contra pragas e doenças. Entre os fatores que explicam o aumento de registros de bioinsumos estão a entrada de novas empresas no setor e ampliação da área de biológicos na indústria multinacional.
O detalhamento dos agroquímicos formulados e técnicos registrados no ano mostra que cerca de 95% deles referem-se a produtos já existentes no mercado, sendo, neste caso, a aprovação dos chamados produtos “genéricos”, com moléculas já validadas.
“O recorde de número de registro de produtos para agricultura, considerando químicos e biológicos, é um sinal extremamente positivo de dinamismo regulatório e de ampliação de oferta de produtos do setor de insumos, trazendo em conjunto com esse movimento o fortalecimento da oferta de soluções ao produtor rural e contribuindo para a competitividade do mercado. Ao mesmo tempo, quando a gente olha os dados, a entrada de tecnologias efetivamente inovadoras foi limitada, tanto no segmento químico quanto no de biológicos, que avançaram mais em volume de registros chamados “genéricos” do que a inovação disruptiva”, avaliou o gerente executivo da CropLife Brasil, Renato Gomides, sobre o cenário do ponto de vista da indústria do setor.
Segundo ele, para além do alto volume, o desafio atual está em criar condições para que o Brasil consolide os investimentos que estão ocorrendo em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em novas tecnologias, fundamentais para o enfrentamento da resistência e o aumento de produtividade e sustentabilidade da agricultura brasileira.
Comércio Exterior
As exportações de sementes agrícolas mantiveram a tendência observada no mês anterior e mantiveram pico de receita, com cerca de US$ 10 milhões acima de 2023 e 2024. O recorde de valor em 2025 indica que o Brasil está, de fato, exportando mais tecnologia incorporada às sementes, sobretudo para países da América do Sul.
Já as importações de produtos químicos, no acumulado de janeiro a novembro deste ano, tiveram alta de 16% em receita, totalizando US$ 12,9 bilhões de dólares, aumento de US$ 1,8 bilhões em comparação ao mesmo período de 2024. Do ponto de vista do volume importado, o aumento foi de 24% – de 1.305.312 toneladas em 2024 para 1.621.095 toneladas em 2025. A CropLife Brasil monitora o desembarque de defensivos químicos formulados e, também, em composição técnica e matéria-prima importada, estes dois últimos utilizados pela indústria de defensivos químicos para formulação local.
CropData
O CropData é a plataforma de dados da CropLife Brasil que reúne, de forma inédita e em um só lugar, informações dos setores de sementes, bioinsumos e químicos. Nele é possível encontrar números de faturamento, crédito, impostos e pesquisa e desenvolvimento (P&D) das tecnologias agrícolas, além de indicadores de mercado, comércio exterior, ESG, empregos e salários, registros de produtos e uso/hectaredos. Para além da consulta e democratização do acesso a dados setoriais, o CD tem como objetivo dar transparência do setor de soluções para o campo, promoção de bases da indústria e ampliação do acesso público a informações estratégicas do agronegócio brasileiro.
