Netafim fecha 2025 com expansão, avanço em culturas estratégicas e investimentos históricos
Setor de Irrigação ganha maturidade e projeta novo salto em 2026
O ano de 2025 consolidou a irrigação como um dos eixos centrais da agricultura brasileira. O tema deixou de ser associado apenas ao aumento de produtividade e passou a ocupar espaço nas discussões sobre gestão de risco, estabilidade produtiva e sustentabilidade, uma mudança de percepção que se refletiu diretamente no comportamento do mercado.
Segundo Michele Silva, diretora de Marketing da Netafim, 2025 marcou um ponto de virada. “Foi um ano muito promissor para a irrigação. Nunca se falou tanto sobre água, sustentabilidade e produtividade. A combinação entre eventos climáticos mais extremos e a necessidade de produzir com estabilidade colocou a irrigação em evidência como parte essencial da estratégia agrícola”, avalia.
A executiva destaca ainda que o produtor voltou a investir, porém com mais racionalidade. “Temos hoje um cliente mais técnico, comparando soluções, exigindo consistência e valorizando qualidade em projeto, instalação e operação. Essa evolução é extremamente positiva. Quanto mais informação o produtor tiver, mais exigente ele será, e isso acelera a profissionalização do setor”, afirma.
Essa maturidade também aparece nas culturas que se destacaram. Citricultura, café e hortifrúti tiveram crescimento expressivo, impulsionadas por produtores mais tecnificados e atentos à gestão de risco. Michele chama atenção, ainda, para duas frentes com grande potencial: a cana-de-açúcar, que ela define como “um gigante adormecido”, e o cacau, que vive um momento inédito de transformação. “A tendência é de um cacau praticamente 100% irrigado nos próximos anos”, projeta.
Netafim cresce 20% e anuncia maior investimento da sua história no Brasil

Para a Netafim, 2025 também foi um ano de ajustes internos e expansão acelerada. Ricardo Almeida, CEO Mercosur, resume o período como “um ano em que arrumamos a casa e, ao mesmo tempo, ganhamos velocidade”. A empresa estruturou seu time de projetos e instalação, ampliou capacidade produtiva, fortaleceu logística e inaugurou um novo escritório, marcando uma nova fase da operação no país.
O resultado apareceu nos números: crescimento de 20% em relação a 2024 e forte desempenho em culturas estratégicas como citros e café, este último impulsionado por preços favoráveis ao produtor e retorno sobre investimento que, em muitos casos, ficou abaixo de 12 meses.
Além dos resultados comerciais, a companhia aprovou junto à matriz o maior investimento de sua história no país, que dobrará a capacidade de produção até 2026.
Houve também avanço em participação de mercado, com destaque para hortifrúti, onde a empresa manteve posição mesmo com novos entrantes, e para o café, cultura em que a Netafim ampliou presença e geografia de atuação.
Demanda aquecida e produtor antecipado: o que o fim de 2025 revela sobre 2026
O último trimestre do ano confirmou uma mudança no ritmo do mercado. “Mesmo em um período tradicionalmente mais lento, seguimos a todo vapor. Produtores e grandes empresas já estão planejando 2026, fechando projetos, definindo escopos e se antecipando às janelas de implantação”, diz Almeida.
A maturidade da demanda indica que o início de 2026 deve ser forte, com mais planejamento e decisões técnicas mais estruturadas. Para o próximo ano, a Netafim projeta crescimento entre 12% e 15%, apoiado em quatro pilares:
● expansão das culturas estratégicas;
● ganho de eficiência industrial;
● evolução contínua na qualidade dos projetos e serviços;
● e o fortalecimento dos canais de distribuição.
A companhia também deve anunciar novidades importantes no campo da tecnologia, especialmente em soluções digitais, sensoriamento, monitoramento em tempo real e sistemas mais eficientes em água e energia. “Estamos avançando em soluções que vão elevar o padrão do mercado”, afirma o CEO.
A busca por eficiência hídrica e energética, por sua vez, deve guiar boa parte das decisões técnicas do setor. Para Michele, a irrigação já assumiu um novo papel no campo: “Ela virou a ‘segurança operacional’ do produtor. Não elimina risco climático, mas reduz drasticamente a variabilidade. Em muitas culturas, irrigar não é apenas mitigar risco, é reduzir custo por unidade produzida.”
Sustentabilidade e regeneração: o próximo capítulo
O tema sustentabilidade deve ganhar novos contornos em 2026. A irrigação passa a ser vista não como consumo de água, mas como ferramenta de gestão precisa e aliada à saúde do solo. “Quando bem aplicada, reduz erosão, melhora infiltração, favorece biologia e acelera regeneração”, explica Michele.
Esse reposicionamento abre portas para políticas públicas, financiamentos verdes e integração com fertilizantes, biológicos e práticas regenerativas, tendência que deve se intensificar no próximo ciclo.






