Brado realiza primeira edição do Cotton Day em Rondonópolis (MT)
Empresa de logística multimodal reuniu representantes do setor algodoeiro em evento em que foram discutidas as perspectivas para a safra deste ano
A Brado, operadora logística multimodal independente e bandeira branca, promoveu nesta quinta-feira (19), um encontro entre os principais clientes, fornecedores e parceiros do mercado algodoeiro em Rondonópolis (MT). Com o objetivo de apresentar os investimentos mais recentes em tecnologia e infraestrutura e discutir as perspectivas do setor para a safra que se aproxima, a primeira edição do Cotton Day contou com a participação do especialista Fernando Muraro, que palestrou sobre as tendências do mercado de algodão em 2022 e 2023, traçando um panorama de oferta e demanda no mundo.
Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Brasil (11%) é hoje o quarto maior produtor de pluma de algodão no mundo, ao lado de potências como China (22%), Índia (22%) e Estados Unidos (15%). O país ocupa ainda a segunda posição no volume exportado, atrás apenas dos Estados Unidos (32%). Segundo a Secretária de Comércio Exterior (Secex), foram mais de 2 milhões de toneladas exportadas na última safra. Considerando este cenário, a Brado tem se posicionado para ofertar ao mercado as melhores soluções para o transporte de algodão por meio da multimodalidade.
“Vemos um potencial enorme para o transporte multimodal de algodão com base ferroviária. Hoje nosso share é de aproximadamente 20% e podemos ir ainda mais longe. Ainda mais em Mato Grosso, que hoje responde por 69% da produção nacional”, afirma o presidente da Brado, Marcelo Saraiva.
Na última safra (2020/2021), a Brado movimentou 9.150 contêineres com destino ao Porto de Santos (SP). O resultado pode ser atribuído não somente ao crescimento da área plantada, mas também da utilização do novo armazém exclusivo para pluma de algodão no terminal de Rondonópolis. Além disso, em novembro do ano passado, a Brado bateu recorde no volume de contêineres estufados de pluma de algodão em um único mês, totalizando 1.518 contêineres.
De acordo com a diretora Comercial da Brado, Andrea Ramos, todos esses números reforçam o quanto a Companhia acredita no potencial do mercado e tem investido para levar o algodão brasileiro ainda mais longe. “Somos reconhecidos tanto pela eficiência quanto pela conservação das plumas que chegam ao destino em perfeitas condições. No último ano, movimentamos mais de 200 mil toneladas em nossas operações”, afirma.
Além das operações dedicadas ao mercado de exportação, dados do IMEA estimam que o mercado interno consome cerca de 450 mil toneladas por ano da pluma produzida no Mato Grosso. Deste total, cerca de 47% das indústrias têxteis estão localizadas na região sudeste. Desde o último trimestre de 2020, a Brado passou a operar contêineres de 53 pés transportando fios de algodão em caixas entre Mato Grosso e o terminal de Sumaré (SP). Do terminal no interior paulista, as cargas partem por caminhão para abastecer os municípios do estado, principalmente na Grande São Paulo, como também outros polos consumidores como o estado de Santa Catarina.
“O mercado de algodão no Brasil vive um cenário positivo e de recuperação de preços pós-pandemia. O que teremos pela frente é uma safra que deve aquecer ao mercado e trazer para os produtores uma perspectiva melhor em relação ao período passado. Embora tenhamos passado por períodos desafiadores, o Brasil permanece entre os grandes produtores do mundo e isso nos dá margem para oferecer um produto mais competitivo”, avalia Fernando Muraro, que falou sobre as tendências do setor durante o Cotton Day.
Visita ao Terminal de Rondonópolis
Durante o Cotton Day, a Brado promoveu uma visita às instalações de seu terminal de transbordo em Rondonópolis (MT), cidade que ocupa posição estratégica para o abastecimento de algodão dos mercados interno e externo. A ida à instalação durou cerca de 2h e permitiu a observação de uma estrutura altamente eficiente e exclusiva para a movimentação dos fardos de pluma. O local opera no conceito de movimentação “One Piece Flow” – fluxo de movimentação que garante mais agilidade na descarga dos caminhões e carregamento dos contêineres. Nesse sistema, os estoques secundários são eliminados, garantindo mais produtividade.
“Em nosso terminal, o produto é estufado, lacrado e segue pelos trilhos para Santos (SP) pronto para ser exportado”, diz Andrea. “Nas duas últimas safras movimentamos quase 16 mil contêineres e, para realizar isso de forma eficiente, nossos terminais — tanto aqui em Mato Grosso quanto em Sumaré (SP) – foram desenvolvidos com uma estrutura preparada para atender a alta demanda no mercado e garantir a segurança em todo o processo de recepção, armazenamento e expedição das cargas”.
Ao todo, são 6.410m² de área útil, com capacidade para armazenar 5.112 fardos e 14 docas que permitem carregar contêineres simultaneamente. Em Rondonópolis, a Brado recebe 24 caminhões/dia e tem capacidade para realizar a estufagem de 45 contêineres/dia. Para dobrar a capacidade da operação de pluma, a empresa está investindo na ampliação da estrutura física dedicada a descarga de 1.200m², pavimentação, instalação de duas pontes rolantes para redução de 50% no tempo de descarga , além de 130 ações mapeadas e executadas em melhorias de processos, sistemas e integração com os clientes. O objetivo é que, a partir de setembro, o terminal passe a receber 50 caminhões/dia e realize a estufagem de 99 contêineres/dia.
No fluxo de operação da Brado em Mato Grosso, a pluma de algodão chega ao terminal por caminhão, em trechos que abrangem pequenas distâncias entre 150 e 600 quilômetros. Ao receber a carga, a Companhia faz o inventário dos produtos, realiza a estufagem e fumigação dos contêineres, articula a vistoria técnica do Ministério da Agricultura e, em seguida, realiza o transporte ferroviário. Com todos os procedimentos feitos antes de chegar à ferrovia, a carga chega pronta para o embarque nos terminais de Santos (SP) após percorrer mais de 1.600 quilômetros pelos trilhos.
“A logística multimodal otimiza o custo de transporte de carga para o setor ao mesmo tempo que também nos permite ser a melhor distância entre gente que produz e que consome”, diz o presidente da Brado. “Realizar o Cotton Day nos permite mostrar ao mercado o quanto a Brado acredita no potencial do segmento algodoeiro e está investindo para que todas as pontas sejam atendidas da melhor e mais eficiente maneira, sem contar o benefício que estamos gerando com a redução das emissões de carbono por meio da ferrovia, que pode ser consultada por meio da nossa ferramenta Green Log”.
Os clientes que acessam o Green Log pelo portal do cliente da Brado podem calcular os benefícios que a multimodalidade logística proporciona. Além dos valores mensais e totais de emissões evitadas de gás carbônico, há detalhes como o indicador de emissão ferroviária, que expressa os gramas de CO2 não-lançados no meio ambiente para cada unidade de peso transportada e distância percorrida. “Ao optar pelo transporte ferroviário, só em 2021 nossos clientes do segmento de algodão deixaram de emitir mais de 33 mil toneladas de CO2, equivalentes à emissão anual de quase 10 mil veículos. Este volume de CO2 que deixou de ser emitido necessitaria de mais de 328 mil de árvores para ser integralmente absorvido”, conclui Saraiva.