Cidades inteligentes precisam de campos conectados

Cidades inteligentes precisam de campos conectados

Cidades inteligentes precisam de campos conectados

Eng. Agr. Gisele Herbst Vazquez

Já não é novidade que o agronegócio impacta diretamente a economia e a sociedade como um todo. Mas, se é assim, por que ainda não se fala em campos inteligentes tanto quanto se discute as cidades do futuro?

O potencial do agronegócio brasileiro está atrelado, hoje, a uma principal fonte de transformação e produtividade: a capacidade de conexão. Enquanto 92,3% dos domicílios urbanos do País contavam com internet em 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 13 milhões de habitantes ainda não tinham acesso à rede em zonas rurais, de acordo com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

É a internet que pode conectar o agro com o futuro, otimizando e amplificando produções de forma sustentável, consciente e segura. Veja só outra prova disso. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou um estudo com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) que mostrou que, também em 2021, a cobertura de rede alcançava apenas 23% do campo. A expectativa, no entanto, é que até 2026 esse dado aumente para 48%. Isso significa que o agronegócio pode representar muito mais do que os atuais 24,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Com melhores condições no campo, a indústria também cresce, as cadeias produtivas avançam, a geração de empregos acontece e a população tem segurança de desenvolvimento. Isso já vem acontecendo, mas ainda fora do ritmo ideal. Sendo que 93,5% dos profissionais de Agronomia de São Paulo, em amostragem levantada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SP) com mais de 250 participantes, afirmam precisar de computadores e aplicativos em suas atividades profissionais. São pessoas com capacitação técnica para auxiliar pequenos, médios e grandes produtores rurais, aplicando conhecimentos e ferramentas para o melhor desempenho do cultivo, mas que dependem de uma rede insuficiente.

A ampla cobertura de internet em zonas rurais representa modernização, eficiência e agilidade na tomada de decisão, extraindo o melhor das culturas e com menor impacto ambiental. A conectividade amplia ainda os grupos de apoio ao produtor, levando para eles serviços comuns dos grandes centros, além de permitir a troca de dados, informações e experiências das assistências técnicas rurais (ATERs).

Não faltam razões para que o planejamento de cidades inteligentes também passe por campos conectados. Em relatório técnico entregue ao Governo do Estado de São Paulo em agosto deste ano, o Crea-SP aponta os meios para isso. Agora é aproveitar essa base em políticas públicas que beneficiem os municípios e o setor, arregaçar as mangas – no bom e velho jargão – e trabalhar.

*Engenheira Agrônoma Gisele Herbst Vazquez, coordenadora adjunta da Câmara Especializada de Agronomia (CEA) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP)

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