Ações na bacia do alto Taquari são discutidas na construção do Plano Nacional de solo e água
Seminário online reuniu representantes de entidades ligadas ao setor, como Embrapa e Mapa, para debater a Conservação do solo e da água
Conservação do solo e da água na propriedade rural, foi um dos temas centrais do seminário promovido pela Embrapa Solos, que contou com a participação do diretor do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe. Durante a apresentação, o diretor pontuou sobre as ações realizadas pelo instituto em parceria com o governo de Mato Grosso do Sul, para a recuperação das áreas degradadas na bacia do rio Taquari e como os trabalhos vem avançando na região.
Segundo Roscoe, é necessário que se coloque em pauta o processo de descapitalização, um dos grandes desafios quando se fala em recuperação de áreas degradadas. “Quando se tem pecuária extensiva envolvida há um grande risco de perda da capacidade financeira desses produtores, então eles precisam de uma articulação externa, de uma coordenação de políticas públicas e do envolvimento dos demais agentes da cadeia de produção para que as ações aconteçam”.
Durante a apresentação, o diretor do Instituto Taquari Vivo, destacou a importância da parceria com o “PROSOLO – Plano Estadual de Conservação do Solo e Água”, com ações em parceria com o Governo do Estado, Agraer e Senar-MS.
“Primeiro trabalhamos a mobilização dos produtores com a Agraer, prefeituras e os Sindicatos Rurais. Depois iniciamos as atividades em uma lógica integrada à microbacia. Os vizinhos tem que colaborar entre si. Às vezes um terraço começa em um ponto e atravessa três ou quatro propriedades. As estradas também necessitam de ações coletivas, como muitos produtores envolvidos.”
Já no final do Seminário, Roscoe, citou que a solução está justamente na parceria público privada. “Essa intersecção entre iniciativa privada e poder público pode ajustar muito. Importante ter as políticas públicas alinhadas entre município, estado e união. Assim conseguimos ter ações efetivas e do tamanho do desafio do Taquari”.
Somente no ano de 2022, cerca de 40 propriedades rurais já foram atendidas na região da bacia do alto Taquari, com a recuperação de mais de mil hectares.
Para o organizador do evento e pesquisador da Embrapa Solos, Aluísio Granato de Andrade, o intercâmbio de informações é fundamental para a implementação de uma gestão real dos recursos naturais. Para o pesquisador, montar uma estratégia para o Plano Nacional de Conservação do Solo e Água é uma tarefa complexa e que precisa do envolvimento intenso dos produtores rurais.
“Este é um projeto nacional no qual esperamos contar com a participação de diferentes segmentos da sociedade. Quanto maior o número de pessoas, massa crítica, envolvida na gestão sustentável de solo e água melhores propostas podem acontecer, pretendemos fazer o intercâmbio de experiências exitosas em conservação de solo e água”, finalizou.