Adubos orgânicos compostos aumentam a produtividade e impulsionam a sustentabilidade no cultivo de frutas de caroço
A utilização de fertilizantes orgânicos compostos tem se mostrado uma estratégia altamente eficaz no cultivo de frutas de caroço, como o pêssego, ameixa e nectarina, promovendo a melhoria da produtividade, o equilíbrio biológico e químico do solo e a prática de da economia circular no contexto agrícola. Compostos por matéria orgânica, resultante da co-compostagem de lodo de esgoto com resíduos orgânicos industriais rigorosamente selecionados, e processados por meio de compostagem termofílica, esses adubos oferecem uma fonte rica e estável de matéria orgânica e nutrientes essenciais, além de microrganismos benéficos ao solo.
“Em se tratando de frutas de caroço, que demandam um manejo mais criterioso de solo e nutrição, os compostos orgânicos destacam-se por favorecer fatores fundamentais para a qualidade do fruto e a sustentabilidade do plantio, como o enraizamento, a retenção de umidade e o equilíbrio microbiológico”, explica Fernando Carvalho Oliveira, engenheiro agrônomo e doutor em Agronomia com ênfase em Solos e Nutrição de Plantas. Ele atua no estudo e desenvolvimento de fertilizantes orgânicos compostos à base de lodo de esgoto há mais de 30 anos e é o responsável técnico pelos fertilizantes Tera Nutrição Vegetal, produzidos pela Tera Ambiental, empresa pioneira no setor. “Além disso, o uso desses adubos contribui significativamente para a redução da dependência de insumos minerais importados, tornando a atividade agrícola mais sustentável e agregando valor ao produto nacional”.
A aplicação desses insumos pode estar diretamente relacionada ao aumento da resiliência das plantas frente a estresses climáticos, como a estiagem e variações bruscas de temperatura, desafios cada vez mais frequentes nas principais regiões produtoras. Outro diferencial é a melhoria na estrutura do solo, com maior capacidade de infiltração de água e aeração, o que beneficia tanto o desenvolvimento radículas quanto a absorção de nutrientes.
Mercado em debate
Dados da Embrapa mostram que São Paulo é o segundo maior produtor nacional de pêssegos e outros frutos de caroço, com cerca de 33 mil toneladas anuais, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul, líder nacional, com média de 128 mil toneladas por ano. Na sequência, destacam-se Santa Catarina, com 17 mil toneladas, e Paraná, com 10 mil toneladas.
Como forma de fortalecer o debate técnico sobre o tema, a Tera participou do Dia do Campo, que ocorreu no dia 07/08 na propriedade dos irmão Parise, em Jarinu e também foi uma das organizações apoiadoras do X Encontro Latino-Americano Prunus Sem Fronteiras, realizado entre os dias 6 e 8 de agosto, nas cidades de Campinas e Jarinu, no interior paulista. O evento reuniu especialistas de países como Argentina, Uruguai, Bolívia e Espanha para discutir os desafios e avanços na cadeia produtiva de frutas de caroço. Embora o foco tenha sido mais amplo, o uso de compostos orgânicos foi um dos temas transversais abordados entre produtores e pesquisadores.
O evento reforçou a importância da troca de experiências e da adoção de práticas agrícolas que valorizem a saúde do solo e promovam a segurança alimentar e a sustentabilidade. Os adubos orgânicos atendem a esses dois pilares, especialmente por aliarem produtividade e eficiência agronômica com responsabilidade socioambiental.