Aplicação conjunta de calcário e fosfato natural aumenta em até 16,5% a produtividade da soja

Aplicação conjunta de calcário e fosfato natural aumenta em até 16,5% a produtividade da soja

Percentual representa, aproximadamente, 12 sacas de soja a mais por hectare; estudo quebra paradigmas e torna-se uma alternativa para o manejo da fertilidade do solo

Aplicação conjunta de calcário e fosfato natural aumenta em até 16,5% a produtividade da soja

Pesquisas recentes realizadas na estação de Jaú do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), em parceria com a Massari Fértil, tem quebrado paradigmas sobre a aplicação de Fosfato Natural Reativo (FNR) em conjunto com calcário. Os resultados mostram aumento de até 16,5% na produtividade em lavouras de soja, em comparação ao manejo convencional.

O percentual representa, aproximadamente, 12 sacas de soja a mais por hectare, um crescimento significativo na rentabilidade para o produtor rural. A informação é do engenheiro agrônomo Wellington Eduardo Xavier Guerra, professor doutor em agronomia, pesquisador da Massari Fértil e um dos responsáveis pelo estudo.

De acordo com o especialista, os estudos sobre a mistura de calcário e FNR são desenvolvidos desde 2020, em etapas rigorosas, como: testes de bancada, para entender a reatividade do material; casa de vegetação, com controlados para observar o desenvolvimento das plantas em condições simuladas; e, por fim, pesquisa de campo, realizada em lavouras reais, validando a eficácia e o potencial produtivo em escala.

Aplicação conjunta de calcário e fosfato natural aumenta em até 16,5% a produtividade da soja

“Os dados levantados na cultura da soja em Jaú, interior de São Paulo, confirmam o bom desempenho do Fosfato Natural Reativo quando misturado ao calcário (DGMS), como uma alternativa para o manejo da fertilidade do solo”, afirma o agrônomo.

Quebra de paradigma

A pesquisa desmistifica algo comum entre os agricultores e que está na literatura, de que a mistura de calcário (fonte de cálcio) e fertilizantes fosfatados levaria a uma formação de compostos menos solúveis e, consequentemente, menos disponíveis para a absorção pelas culturas.

“No contexto de solos tratados com calcário, o cálcio (Ca) presente no calcário desempenha um papel fundamental nesse processo. Em solos ácidos, o fósforo tende a se fixar com óxidos de ferro (Fe) e alumínio (Al). A calagem (aplicação de calcário) tem como objetivo principal corrigir a acidez do solo, elevando o pH e neutralizando o alumínio tóxico. Isso é benéfico, pois em pHs mais elevados, a disponibilidade do fósforo aumenta, já que a fixação por Fe e Al é reduzida”, afirma.

No entanto, de acordo com o engenheiro agrônomo, em certos cenários, especialmente quando há uma alta concentração de cálcio livre na solução do solo, o fósforo solúvel pode reagir com o cálcio, formando fosfatos de cálcio de baixa solubilidade, como o fosfato tricálcico.

“Essa reação é a retrogradação do fósforo mediada pelo cálcio, tornando o fósforo menos acessível às plantas. É como se o fósforo ‘voltasse’ a uma forma semelhante à encontrada nas rochas fosfatadas”, explica.

Condições do solo

Wellington Guerra conta que a aplicação conjunta de calcário e fosfato natural reativo (FNR) é uma estratégia que busca otimizar a fertilidade do solo, especialmente em condições de acidez. Porém, para entender essa interação, é importante considerar as características de cada produto e como eles agem no solo.

“O calcário é fundamental para corrigir a acidez do solo, elevando o pH e neutralizando o alumínio tóxico. Em solos ácidos, o fósforo (P) tende a ser ‘fixado’ por óxidos de ferro (Fe) e alumínio, tornando-se indisponível para as plantas. Ao elevar o pH, o calcário aumenta a disponibilidade de P. Ao complexar o Fe e Al, o calcário libera o P que estava fixado por esses elementos, tornando-o disponível na solução do solo para a absorção das plantas”, explica.

E finaliza: “A aplicação de calcário com fosfato natural reativo é uma estratégia viável e, em muitos casos, recomendada. A principal diferença em relação aos fosfatos solúveis é que o FNR é menos suscetível à retrogradação por cálcio. O planejamento e a análise de solo são cruciais para definir a melhor estratégia de aplicação”.

Para a pesquisa, foi utilizado o FNR Bayóvar, de uma mina localizada no Perú, considerada a maior fonte de fosfato natural reativo do mundo. Os pesquisadores explicam que não há experiências comparativas para generalizar todas as outras fontes, como do Marrocos, Tunísia, Israel, Egito e China.

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