Artista Plástica de Belo Horizonte leva arte e sustentabilidade para exposição no Oriente Médio
Mostra “Jardim Mineral” comemora 50 anos da relação diplomática entre Brasil e Emirados Árabes Unidos
Após o sucesso de público e crítica em Belo Horizonte, a exposição “Jardim Mineral”, da artista plástica mineira Ana Elisa Murta já tem data e local para desembarcar. A abertura da mostra está marcada para o dia 19 de dezembro, na renomada Fundação de Artes Bassam Freiha Art Foundation, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos (EAU). O evento acontece até o dia 16 de fevereiro de 2025.
Com o apoio institucional do Itamaraty, a exposição “Jardim Mineral” celebra os 50 anos de relação diplomática entre Brasil e EAU e faz parte de uma série de ações planejadas para comemorar a data.
A exposição tem como objetivo mostrar a produção artística feita com tintas criadas a partir de resíduos de rochas. Esta abordagem única não só dá nova vida aos resíduos, mas também cria novas alternativas de uso desse material para a nossa sociedade.
Por meio da arte como meio principal, a mostra pretende transmitir a mensagem sobre a importância da sustentabilidade ambiental, oferecendo uma solução econômica, sustentável e atóxica para a produção de tintas, a partir do tratamento de resíduos de minério, ou seja, a arte pode inspirar e provocar mudanças significativas em nosso mundo.
Conceito: a exposição “Jardim Mineral”, de Ana Elisa Murta, estabelece uma ligação entre duas paisagens geograficamente distantes, mas fundamentalmente ligadas: às montanhas ricas em minerais de Minas Gerais, no Brasil, e as vastas dunas do deserto de Rub al Khali, nos Emirados Árabes Unidos. Embora distintas, ambas as paisagens partilham uma composição mineral e buscam iniciativas sustentáveis e saudáveis para a produção de tintas.
Em um gesto artístico inovador, Ana Elisa Murta utiliza resíduos minerais para criar pigmentos que dão vida às suas obras por meio de tintas atóxicas minerais. Ao transformar materiais descartados em arte, a artista ressignifica esses resíduos e conscientiza sobre a importância da sustentabilidade.
A exposição vai além da mera apresentação visual, incorporando práticas de economia circular que refletem a intersecção simbiótica entre arte e meio ambiente.
Por fim, a mostra cria um diálogo cultural que transcende fronteiras e convida a uma reflexão sobre como as atividades extrativistas podem gerar ainda mais valor à sociedade, propondo novas formas de ações em prol da preservação ambiental e da saúde. Com isto, Ana Elisa Murta reafirma o papel transformador da arte contemporânea, que não só atravessa fronteiras culturais e geográficas, mas também se adapta e responde às questões do nosso tempo.
“Levar a exposição “Jardim Mineral” para os Emirados Árabes Unidos muito me orgulha como artista e como brasileira. Esta é a oportunidade de mostrarmos ao mundo, a importância de escolhermos produtos que não agridem o meio ambiente ou a nossa saúde de forma direta. Dessa forma, a reciclagem de matéria prima gera inúmeros impactos positivos para a sociedade, mostrando que os minerais podem ser ressignificados trazendo ainda mais valor a todos os envolvidos no processo”, explica Ana Elisa.
Pelo Mundo: os quadros da artista já foram expostos na Sala Brasil, na embaixada brasileira, em Londres, na Inglaterra, em 2023, na qual a artista exibiu seus trabalhos no cenário internacional com a exposição “Colour Diving”.
Em ‘Jardim mineral: o avesso da terra’, que ficou em cartaz até o dia 5 de maio, deste ano, no Museu Mineiro, o ambiente foi dividido ao meio por duas instalações dependuradas ao centro, de dimensões impressionantes, com quase 10 metros de comprimento, que foram criadas esticadas no chão, trazendo micromundos minerais em frações.