Biocontrole cresce 29% ao ano em área nas últimas seis safras, segundo dados apresentados pela Kynetec no BioSummmit 2025

Biocontrole cresce 29% ao ano em área nas últimas seis safras, segundo dados apresentados pela Kynetec no BioSummmit 2025

Biocontrole cresce 29% ao ano em área nas últimas seis safras, segundo dados apresentados pela Kynetec no BioSummmit 2025

Primeiro dia do evento também debateu sustentabilidade e agricultura regenerativa

O uso de biocontrole na agricultura brasileira cresceu 29% ao ano em PAT (produto por área tratada) e 34% ao ano em valor em dólares nas últimas seis safras, principalmente em soja, algodão e milho safra segunda, de acordo com dados da Kynetec apresentados hoje no primeiro dia do BioSummit 2025, em Campinas. A segunda edição do evento ocorre na Expo Dom Pedro, e sua programação continua nesta quinta-feira.

Biocontrole cresce 29% ao ano em área nas últimas seis safras, segundo dados apresentados pela Kynetec no BioSummmit 2025

Os números fazem parte do levantamento feito com 16.200 agricultores de 2.264 cidades, abrangendo 29 cultivos, apresentado no painel “Os números do mercado de bioinsumos no Brasil e no mundo. Quanto vale a transição para uma agricultura mais sustentável?” pelo gerente de atendimento ao cliente da Kynetec, Cristiano Limberger. De acordo com ele, a adoção de algum tipo de biocontrole supera hoje 43% de uma área plantada de 85.054.000 de hectares, um crescimento de 2% em relação à safra 23/24. Os dois principais cultivos – soja e milho – representam 77% do uso de biocontrole. Esse mercado equivale a um valor de R$ 4,99 bilhões.

O BioSummit iniciou o painel “O Brasil pode liderar a sustentabilidade global? O que o mundo espera de nós?”, com a participação do secretário-executivo do Consórcio dos Estados da Amazônia Legal, Marcello Brito; da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá e do country manager e vice-presidente da Mosaic, Eduardo Monteiro. A moderação foi feita pelo sócio sênior e líder global da Prática de Agronegócio da McKinsey, Nelson Ferreira.

Silvia abordou os desafios que o país enfrentou para chegar a essa posição de liderança global, lembrando que nos últimos 50 anos o país se tornou uma referência na agricultura tropical no mundo, saindo de um patamar de importadores para exportadores de vários produtos. “O desafio é mostrar o quanto nossa agricultura se sustenta não só do ponto de vista econômico, mas ambiental e social. A gente tem duas, três safras na mesma área, tem integração laboral-pecuária-floresta, produtos de base biológica, e tudo isso contribui com a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais”, afirmou.

Para ela, é preciso que haja a inclusão socioprodutiva e digital do pequeno e médio produtor, com políticas públicas associadas que os incentivem a adotar práticas de agricultura regenerativa. “Para resumir, estamos trabalhando nos indicadores de sustentabilidade como referência à agricultura tropical, na rota de bioeconomia, produção de produtos de base biológica, bioinsumos e biofertilizantes, na descarbonização da agricultura e com as tecnologias para adaptação às mudanças climáticas”, elencou.

Brito avaliou que o Brasil precisa entender que é uma potência agroambiental, uma vez que nos últimos 50 anos realizou uma revolução agrícola. “Possuímos 500 milhões de hectares com cobertura vegetal e possuímos mais de 200 milhões em áreas privadas preservadas. O que uma agropecuária preservada corresponde a uma área verde maior do que a Europa, mas continuamos discutindo o modelo agroambiental como na década de 1970, com dicotomias agroambientalistas desnecessárias. Temos a oportunidade de transformar isso agora, e acho que o mundo espera que o Brasil dê um passo na inclusão de bioinsumos e na transformação da agricultura regenerativa, para mostrar que essa potência que nos tornamos continua a ser potência também nessa nova agricultura que o mundo espera”, afirmou.

Desafios

O painel “Como escalar a agricultura regenerativa e quais são seus gargalos?” contorno com a participação da pesquisadora do IPAM Amazônia e do Woodwell Climate Research Center, Ludmilla Rattis; do chefe de relações internacionais da Embrapa, Marcelo Morandi e da chefe de Agricultura Regenerativa Sustentável da Nestlé, Barbara Sollero. A moderação foi feita pela diretora-executiva do CEBDS, Alessandra Fajardo.

Morandi falou sobre os desafios que uma agricultura regenerativa enfrenta hoje, como a adequação das tecnologias para cada região, com seus diferentes biomas e realidades. “Não existe uma fórmula única que atenda a todos, ou seja, não há uma definição única para se construir uma agricultura regenerativa. Para cada realidade, a gente vai ter práticas que são mais adequadas, que são biologicamente mais adaptadas daquele ambiente e que vão promover uma regeneração desse ambiente”, explicou.

Sobre os gargalos, Morandi falou que eles passam desde a questão da compreensão do agricultor, do acesso dele à tecnologia e ao conhecimento de forma adequada em termos de custo acessível, da sua capacidade de implementação essa transformação e agregar valor a esse produto diferenciado que ele está produzindo. “Se o esforço do produtor em mudar toda a sua cadeia não tem agregação de valor ao seu produto, muitas vezes ele não consegue dar escala a isso, ou assume todo um custo que torna esse processo menos viável economicamente”, observou.

Sobre a questão do financiamento, Morandi destacou que é preciso que o setor financeiro esteja preparado para financiar uma transformação de um sistema de produção, saindo de indicadores tradicionais de uma cultura específica e de produção e olhando para todo um sistema de produção que é muito mais complexo e que, obviamente, abarca outros riscos, que muitas vezes ele não está preparado para assumir. “A gente tem esses gargalos para superar e para dar escala à agricultura regenerativa. Mas, o caminho é muito claro. Recentemente, a pesquisadora Mariângela Hungria recebeu o World Food Prize, que é um prêmio Nobel da agricultura, por uma solução biológica que ela vem trabalhando há 40 anos. Esse prêmio é concedido pela Fundação Norman Borlaug, que é considerado o pai da Revolução Verde, ou seja, de uma agricultura que teve uma base inicial muito forte no uso de químicos, de fertilizantes, de pesticidas e tudo mais, mas que agora premia uma solução tropical brasileira e na área de bioinsumos. Isso mostra, sem dúvida nenhuma, uma mudança de mentalidade global em direção à agricultura regenerativa.”

Barbara Sollero apontou que um dos gargalos a serem superados é o financiamento dessa transição. “Como criar políticas públicas para poder trazer esses incentivos para o produtor que ajude-lo nesse processo de transição, e como movimentar estruturas possíveis de financiamento de crédito que incluam adaptadas à realidade desses pequenos produtores, não somente dos grandes, que hoje são quem acessam muitas vezes os capitais a custos mais competitivos”, observou.

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