Brasil consolida protagonismo no hidrogênio com novo capítulo da transição energética

Brasil consolida protagonismo no hidrogênio com novo capítulo da transição energética

Evento reúne líderes globais para debater soluções em hidrogênio e carbono e marca a chegada do Hyvolution ao país

Brasil consolida protagonismo no hidrogênio com novo capítulo da transição energética

O Rio de Janeiro se tornou, nesta terça-feira (11), o centro das discussões sobre o futuro da energia na América Latina. A terceira edição da Hydrogen Expo South America, realizada em paralelo à Carbon Capture Expo South America, reúne os principais nomes da indústria, governo, academia e especialistas que estão na linha de frente da transição energética. O tom dos discursos de abertura foi claro: a transição energética não é mais uma promessa — já é uma realidade em construção, essencial para viabilizar um futuro regenerativo.

O evento, que acontece na Expo Mag até quarta-feira (12), deve reunir cerca de três mil participantes para mais de 40 horas de conteúdo técnico e estratégico, distribuídas em três salas simultâneas. A programação contempla painéis, apresentações de casos reais e debates com representantes de empresas, instituições e governos que estão liderando projetos de hidrogênio de baixa emissão e tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS).
Com 70 expositores e a participação ativa de 22 entidades associativas, a edição 2025 reforça o posicionamento do Brasil como ator estratégico na nova economia verde. A feira de negócios, com acesso gratuito mediante credenciamento, evidencia o avanço da cadeia de valor do hidrogênio e das tecnologias de descarbonização no país.

Brasil consolida protagonismo no hidrogênio com novo capítulo da transição energética

Durante a cerimônia de abertura, o sócio e diretor-executivo da INTERLINK Exhibitions, Cassiano Facchinetti, anunciou a incorporação do evento ao Hyvolution, principal plataforma global de hidrogênio, organizada pela GL events Exhibitions. “Esse é um reflexo claro de um movimento global, que ganha agora ainda mais força, velocidade e escala no Brasil. Nosso país vive um momento estratégico, liderando o ranking global do Climate Investment Funds como o principal destino de investimentos para projetos de descarbonização industrial”, afirmou.

Brasil consolida protagonismo no hidrogênio com novo capítulo da transição energética

A diretora da GL events Exhibitions, Tatiana Zaccaro, reforçou que a chegada do Hyvolution ao Brasil representa um novo patamar para o setor. “Acreditamos muito no hidrogênio como o futuro energético do mundo. E o Brasil, onde temos nossa maior operação fora da França, é estratégico nesse movimento”, disse. A primeira edição do Hyvolution Brazil está marcada para os dias 26 e 27 de agosto de 2026, no Riocentro, no Rio de Janeiro, com expectativa de reunir 6 mil visitantes qualificados, mais de 800 congressistas e 100 marcas expositoras, de 14 países.

Pierre Buchou, diretor de desenvolvimento do Hyvolution na França, também celebrou a expansão. “Começamos o evento em Paris com 400 pessoas e 20 expositores. Hoje, temos 15 mil participantes e mais de 500 marcas. O que nos move é conectar os atores certos e fomentar ecossistemas locais e regionais. A chegada ao Brasil é mais um passo importante dessa rede global comprometida com soluções reais. É hora da revolução do hidrogênio.”

Em sua fala, o presidente da AHK-RJ, Jens Hüren, reforçou o compromisso da instituição com a transição energética. “Mantemos um grupo de trabalho ativo sobre hidrogênio, com encontros mensais que reúnem especialistas e tomadores de decisão, além de iniciativas educacionais, como o novo curso sobre descarbonização na indústria. Eventos como este ajudam a esclarecer o cenário e alinhar expectativas”, disse.

Hüren também apontou os desafios do setor, como a estruturação de contratos de longo prazo, falta de incentivos, custos elevados e gargalos de infraestrutura. “São obstáculos naturais em qualquer transformação. Precisamos encarar a realidade com pragmatismo e cooperação”, afirmou.

O deputado federal Arnaldo Jardim (SP), presidente da Comissão de Transição Energética da Câmara, destacou o papel estratégico do evento na formulação de políticas públicas. Segundo o parlamentar, o próximo desafio é transformar a legislação em prática. “Estamos agora na fase de implementação. Aprovamos instrumentos como as debêntures de infraestrutura, o PATEM (Programa de Aceleração da Transição Energética por Meio da Sustentabilidade), o programa Combustível do Futuro e o conceito do berço ao tubo, que tornam o Brasil referência em inovação e sustentabilidade”, observou Jardim.

A diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV), Fernanda Delgado, destacou que o país já possui uma carteira sólida de investimentos, mas ainda enfrenta entraves como regulação, acesso à energia e ampliação da infraestrutura. “O que falta agora é garantir demanda e escoamento para essa produção. A energia não é escassa, o que é escasso é o tempo que temos para fazer essa mudança”, pontuou Fernanda.

Carlos Cabral, diretor do Departamento de Política de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), destacou que o Brasil tem uma matriz energética majoritariamente renovável e trabalha para alcançar o Net Zero até 2050. “Estamos estruturando o decreto da nova lei do hidrogênio, com contribuições de diversos setores, para garantir segurança jurídica e fomentar modelos de negócio viáveis para o hidrogênio e o CCS”, afirmou.

Na opinião de Marcelo Veneroso, presidente da Neuman & Esser, um dos patrocinadores do evento, a Hydrogen Expo South America já se consolidou como o principal ponto de encontro do setor de hidrogênio no Brasil e na América Latina. “O hidrogênio verde deixou de ser uma promessa distante e passou a ocupar o centro das discussões estratégicas das maiores economias do mundo. Para nós, da indústria de máquinas e equipamentos, isso representa uma oportunidade inédita. A transição energética exige novas tecnologias, e o hidrogênio é peça-chave nesse processo. Ele nos desafia a inovar, integrar competências e desenvolver soluções que impulsionem uma nova era industrial: mais limpa, mais eficiente e mais conectada”, apontou.

Ansgar Pinkowski, curador técnico da Hydrogen Expo South America, encerrou os discursos de abertura com uma mensagem de otimismo e ação. “Temos aqui empresários com visão, políticos comprometidos e, juntos, podemos mostrar ao mundo que o Brasil tem potencial para liderar uma transição energética justa, concreta e produzindo hidrogênio de baixo carbono para o mercado interno e global”, destacou.

 

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