Construção civil adota modelo plug and play para acelerar obras em Steel Frame
Com solução inspirada no Sistema Toyota, iBUILD transforma instalações elétricas em processo rápido e padronizado
A construção civil está se modernizando no Brasil, ao passo que novas tecnologias se aplicam à engenharia.
Um sistema construtivo que vem ganhando cada vez mais espaço no país é o Steel Frame, conhecido pelas estruturas de aço galvanizado que substituem a alvenaria tradicional. Outra característica forte desse modelo é que entre as paredes de aço e o acabamento passam outras inovações, como sistemas elétricos personalizados para cada tipo de obra.
Já imaginou um imóvel sem fios expostos ou furos na parede que tornaram-se desnecessários? É o que promete a iBUILD, primeira franquia de construção em Steel Frame do país. A rede de franquias entrega obras 100% prontas aos novos moradores, sem necessidade de reparos adicionais ou reajustes financeiros. Todas as etapas são planejadas antes da construção, inclusive a elétrica.
“As peças são adquiridas de empresas parceiras que montam dispositivos personalizados para nossas obras. Industrializando, não temos materiais excedentes que chegarão na obra para o funcionário usar sem instruções. Chega tudo cortado absolutamente na medida certa e com todos os manuais de instalação”, esclarece Diego Vaz, CEO da iBUILD.
O executivo destaca que as vantagens de um sistema elétrico pré-fabricado são: velocidade de execução (até 10 vezes mais rápida) e redução no desperdício de material. Não à toa, desde que a marca inseriu esta tecnologia em suas obras, notou-se que sua instalação passou a ser concluída em dois dias, em média. Para vias de comparação, a montagem de uma rede elétrica em uma casa de alvenaria tradicional pode chegar a 30 dias.
“O projeto elétrico desenvolvido e aplicado pela iBUILD constitui-se no sistema BIM, um modelo que reúne todas as informações da construção, facilitando o planejamento, execução e manutenção. Em linhas gerais, são produzidos previamente todos os quadros elétricos, caixas de passagens, ramal de circuitos e fiação – já passada pelos conduítes -, que ao final, ligam-se aos terminais de tomadas e interruptores”, reforça Vaz.
As partes do sistema chegam na obra em sacos com identificação. Já na montagem, os dispositivos são conferidos em um aplicativo de realidade virtual aumentada, para certificar que os operadores estarão fazendo a instalação correta. “É importante dizer que o sistema elétrico é organizado em módulos que são posicionados e fixados em seus locais, conectando-se facilmente em uma engrenagem ‘plug and play’ – que de forma clara, nada mais é que uma peça ser integrada facilmente a um sistema maior com rapidez, sem fricção e com impacto imediato. Essa solução já vem pronta para operar, sem depender de adaptações demoradas ou customizações”, destaca Diego.
Tecnologia de ponta nas obras
De acordo com o CEO, o primeiro contato com dispositivos deste tipo aplicados na construção civil foi em uma viagem à Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no ano passado. “Nós vimos que a maioria dos prédios foram erguidos com sistemas industrializados e pensamos que era hora de trazer a tecnologia para cá. E a modernidade não estava só na eletricidade, mas também na hidráulica e nas técnicas de pintura e assentamento de piso”, relembra.
“Nós escolhemos adaptar o sistema elétrico para as construções brasileiras principalmente porque aqui há muita dependência da mão de obra especializada, que ficou cada vez mais cara e escassa. Exemplo disso é que os eletricistas são chamados para muitas obras, impactando diretamente no prazo de entrega. Os próprios franqueados da iBUILD se tornam reféns disso”, explica o executivo.
Diego conta que logo no primeiro teste, uma casa em Steel Frame, a economia de custo chamou a atenção. No orçamento inicial, a ideia era gastar cerca de R$23 mil com materiais de construção. Neste valor não estavam inclusos os materiais elétricos, que no total chegariam a pouco mais de R$33 mil (considerando aquisição e mão de obra). Porém, com os novos dispositivos eletrônicos, o gasto diminuiu para R$17 mil, já que os próprios operadores contratados pela franquia fizeram todo o processo de montagem.
Inspiração no Sistema Toyota
Embora o foco da empresa seja a construção civil, a franquia nunca escondeu sua linha de montagem baseada no Sistema Toyota – especificamente na produção puxada. “Nesta filosofia, a fábrica só produz a quantidade exata pedida pelos clientes. Nenhum item é produzido sem que haja uma demanda na frente, portanto os materiais são enviados no ponto exato da obra. Falando de eletrônica, nós fazemos todo o projeto e enviamos os componentes específicos, sem fios extras”, explica Diego.
Segundo o executivo, existem outros conceitos toyotistas que podem ser aplicados em obras de Steel Frame e um deles é o Poka-Yoke (também conhecido como ‘à prova de erro’). “Entendemos esta regra como um conjunto de soluções simples que impedem que algo seja montado da forma errada em nossas obras. Por exemplo: um plug que só encaixa de um lado, uma peça com formato único, um aviso que aparece se algo estiver fora do lugar. Nosso objetivo é prever os erros para torná-los praticamente impossíveis. Já é comprovado que isso reduz o tempo da obra e o desperdício de materiais”, finaliza o CEO da iBUILD.