Construção civil amplia uso de poliuretano para agilizar obras

Construção civil amplia uso de poliuretano para agilizar obras

Construção civil amplia uso de poliuretano para agilizar obras

Por Wander Pascini da Silveira, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Flexível

A Caixa Econômica Federal formalizou em maio o primeiro financiamento habitacional dentro da nova faixa do programa Minha Casa Minha Vida. A chamada Faixa 4 foi criada pelo Governo Federal em abril deste ano e tem como foco famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil mensais. A nova categoria do programa é administrada pelo Ministério das Cidades, que tem como meta contratar 120 mil unidades habitacionais no perfil.

 

O programa é válido para o financiamento de imóveis novos e usados e a faixa de valor dos imóveis aptos vai até R$ 500 mil com condições de pagamento por até 35 anos e taxa de juros anual fixa de 10%. No caso do financiamento para os imóveis usados a cobertura varia de 60% nas regiões Sul e Sudeste a até 80% nas demais. Já para os imóveis novos o financiamento pode cobrir até 80% do valor, independentemente da localização geográfica.

A expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) é que o programa continue sendo responsável por elevar as vendas do setor. Segundo a entidade as vendas e lançamentos de imóveis tiveram um crescimento de 15% no primeiro trimestre do ano, comparado com o mesmo período de 2024, e entre janeiro e março deste ano o programa representou 53% dos lançamentos e 47% das vendas.

Tecnologia para obras mais rápidas e sustentáveis    

A criação da Faixa 4 pode incentivar a construção de novos imóveis, mas a CBIC aponta que um dos desafios do setor é manter a oferta na mesma velocidade da demanda. No primeiro trimestre de 2025 houve uma queda de 28,2% no número de unidades residenciais lançadas em comparação com o último trimestre de 2024.

Tanto a CBIC como o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) citam que o setor enfrenta desafios como a inflação dos insumos, o impacto do dólar e, principalmente, a falta de mão de obra especializada.

A falta de profissionais tem causado tanto impacto, que em maio em uma call com analistas o CEO de uma das maiores construtoras do país afirmou: “as pessoas não querem mais trabalhar com obra. Querem ser influencer ou motoboy”. Na mesma call, o executivo disse que tem buscado soluções de tecnologia para diminuir a necessidade de mão de obra nos canteiros, industrializando mais o processo.

A indústria química, em especial os fabricantes nacionais de poliuretano, também chamado de PU, podem ajudar a construção civil a resolver parte desses desafios. A velocidade possibilitada pelo poliuretano nas obras é essencial para mitigar a falta de mão de obra no setor. O poliuretano oportuniza construir novos imóveis de forma mais rápida ao reduzir a necessidade de obras de alvenaria, além de ser usado em placas e divisórias pré-montadas. O PU também possibilita solucionar problemas de infiltração em imóveis usados sem a necessidade de demolição e reconstrução das partes comprometidas da estrutura.

Além da praticidade, o poliuretano é usado na construção civil por proporcionar isolamento térmico, eficiência energética, conforto acústico, é uma opção mais leve e eficiente em comparação com as soluções usadas no passado como lã de rocha, lã de vidro ou cortiça. O PU também pode receber tratamento para retardar a propagação de chamas.

Outro benefício, desta vez econômico, é que diferente de outros setores da indústria química que tem poucos fabricantes no Brasil, o setor de PU é competitivo com muitas empresas em atividade, lançamentos e grande oferta de produtos no mercado.

O setor nacional é tão competitivo que empresas brasileiras investem em inovação como a produção de poliuretano que tem em sua composição poliol de fontes renováveis como sementes e resíduos do agronegócio e que não causam impacto na produção de alimentos e uso de PU reciclado. Este composto sustentável, feito com materiais de fontes renováveis e reciclado, já pode ser encontrado em produtos como portas e painéis termoacústicos, o que também contribui para aumentar a sustentabilidade da obra e do imóvel.

Como e onde o poliuretano é usado

A velocidade proporcionada pelo PU nas obras está relacionada à sua aderência a diversos tipos de superfícies como madeira, metal, cimento, cerâmica, alvenaria, PVC, ferro, mármore, alumínio e vidro. A aderência a diversos tipos de superfície, aliado à capacidade de isolamento térmico e acústico possibilita que o PU seja usado em telhas, portas, placas e divisórias usadas em construções pré-moldadas.

No caso das telhas com poliuretano, por exemplo, é possível trabalhar com variadas densidades e espessuras pois o PU pode ser adaptado ao produto, o que permite produzir os mais variados perfis de telha para agregar as propriedades físicas que o fabricante deseja.

Outra característica que torna o PU atrativo para a construção civil é seu tempo de cura curto e disponibilidade em forma de spray o que facilita sua aplicação nas obras de forma rápida e limpa. Após aplicado o PU se expande, endurece e forma uma barreira que impede a entrada ou saída de calor, possibilitando estabilizar a temperatura interna e proporcionar conforto térmico, reduzindo a necessidade do uso contínuo de aquecedores no inverno ou ventiladores e ar-condicionado no verão, o que reduz o consumo de energia e torna a construção mais sustentável.

O poliuretano no formato de spray também pode ser usado na contenção de infiltrações em fissuras ou juntas no concreto, onde ele pode ser injetado e depois de expandir preenche os espaços e cria uma barreira impermeável contra água, protege as estruturas contra danos causados por umidade e aumenta a durabilidade e resistência do concreto, o que elimina a necessidade de demolir e construir novamente.

A capacidade de aderência e a resistência à umidade permite que o PU também seja usado no formato de adesivo, o que possibilita colar placas de PU ou mesmo de poliestireno expandido, comumente chamado no Brasil de isopor, em superfícies como metal, plástico ou madeira para melhorar o isolamento térmico e o conforto acústico de um espaço.

A versatilidade do poliuretano pode contribuir para aumentar a velocidade nas obras da construção civil, que dessa forma pode disponibilizar ao mercado imóveis mais confortáveis e sustentáveis. A grande variedade de produtos de PU disponível no mercado e a possibilidade de customizar densidades seja para impermeabilização, isolamento térmico, ou proteção contra corrosão, torna fundamental saber escolher o poliuretano certo para cada aplicação e assim garantir a qualidade e a durabilidade da obra.

 

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