Crédito estruturado começa a ganhar espaço entre construtoras de médio porte no Sul e Sudeste
Mesmo em um dos mercados imobiliários mais competitivos e estruturados do país, pequenas e médias empresas ainda enfrentam entraves para financiar obras residenciais. Construtoras que atuam com empreendimentos de pequeno e médio porte, muitas vezes localizadas fora dos grandes eixos centrais das capitais ou em cidades do interior, enfrentam um gargalo recorrente: a dificuldade de acessar crédito em condições compatíveis com a realidade operacional.
O problema não é pequeno. Segundo dados do IBGE (PAIC 2021), 95% das empresas da construção civil no Brasil são de pequeno porte, com até 50 empregados. São mais de 115 mil construtoras e 11 mil incorporadoras desse perfil no país, conforme levantamento da Econodata (2024). Embora São Paulo concentre os grandes projetos e sedie as principais incorporadoras nacionais, esse universo de pequenas e médias construtoras é responsável por grande parte das entregas nas regiões metropolitanas e no interior.
Foi para esse segmento que a OXY Companhia Hipotecária – instituição financeira especializada em crédito imobiliário, estruturou o OXY Constrói, um modelo de financiamento imobiliário com foco em obras de menor escala. A proposta é liberar recursos de até R$ 5 milhões — ou até 80% do custo da obra — para garantir a continuidade de projetos residenciais em cidades como, Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto e na capital, para obras que se enquadrem nas condições.
“São Paulo tem um volume alto de crédito, mas ele se concentra nas grandes operações. Pequenas incorporadoras, mesmo com histórico sólido, encontram barreiras burocráticas e pouca flexibilidade nos bancos tradicionais. Nosso produto nasce para suprir essa lacuna do mercado”, afirma Luis Felipe Carchedi, CEO da OXY.
Com mais de 20 empreendimentos já financiados na região Sul, a empresa aposta agora em outros estados como São Paulo e Minas Gerais. O modelo utiliza funding via mercado de capitais e não depende dos tradicionais recursos da poupança — hoje em declínio como principal fonte de crédito habitacional.
O objetivo da empresa é atuar como umas das principais operadoras nesse nicho e aumentar a visibilidade da solução junto a incorporadoras regionais e investidores do setor.