De homem do mato a profissional do campo: estabilidade produtiva é a melhor estratégia enfrentar crises no agronegócio, afirma pesquisador
Profissionalização passa por entender quais são as etapas necessárias para garantir a estabilidade produtiva, garante o especialista em fitopatologia Carlos André Schipanski
O agronegócio mudou drasticamente nos últimos anos e o produtor rural deixou no passado a figura romântica de homem do mato para se tornar um profissional do campo. Comemorar uma boa safra é pouco para esse profissional bem-sucedido. Ele precisa estabelecer pilares de produtividade que garantam a estabilidade produtiva da lavoura, defende o pesquisador, consultor e especialista em fitopatologia Carlos André Schipanski.
Há pouco mais de 20 anos no mercado, Schipanski comentou que não reconhece hoje o agro como foi no passado. “O produtor está se profissionalizando, não é mais o capiau do mato com capinzinho na boca. Hoje atua com processos e rotinas altamente profissionais”, disse.
O pesquisador apontou que a profissionalização passa por entender quais as etapas necessárias para garantir a estabilidade produtiva, muito além de comemorar uma única safra. ˜Não quer dizer que ele vai colher o tempo todo 80 ou 90 sacas de cereal, por exemplo, mas entender que o planejamento sobre os pilares produtivos da lavoura vai garantir estabilidade para colher uma média estável de 60 ou 70 sacas, em vez de colher 30 ou 50 quando não há nenhum planejamento”, alegou.
O pesquisador lembrou que é comum observar produtores fazendo altos investimentos em máquinas e tecnologia, quando ainda têm dificuldades para lidar com processos básicos da lavoura. Com isso, investem alto em uma área que já está com limitações produtivas por outras questões e motivos. “É preciso tapar os buracos no processo produtivo para então focar em novos investimentos. Não adianta investir em tecnologia em uma área que não está pronta para produzir bem”, explicou.
Para o especialista, tudo é uma questão de foco, senso crítico e uma análise aprofundada da lavoura para elaborar os pilares da produtividade, que vão garantir a estabilidade da produção. “Se tem uma forma de o agricultor passar pela crise econômica é colhendo bem”, afirmou.
Schipanski participou do Podcast Ascenza Edição Especial Andav 2025, realizado no estande da empresa durante a Congresso Andav deste ano e que está disponível no link www.ascenza.com.br. A conversa contou com a participação do coordenador de desenvolvimento de mercado da Ascenza Brasil, José Rodolfo Forte.
Segundo Schipanski, o produtor rural precisa ser assertivo para projetar investimentos porque uma etapa mal planejada compromete todo o resultado. Ele apontou que a estabilidade produtiva contempla cenários de curto, médio e longo prazo e defendeu que todos os aspectos do agronegócio devem ser contemplados. “Há produtores com bons níveis de produtividade e margens de lucro ruins”, comentou.
A definição dos pilares da produtividade também deve levar em conta dois pontos importantes, conforme o pesquisador. Um deles são questões humanas, como capacitação, conhecimento e conscientização para facilitar a tomada de decisões. Outro ponto relevante é a comercialização, profissionalizar o produtor rural também no que se refere às vendas para evitar erros na negociação.
Uma boa consultoria, de acordo com Schipanski, inclui uma imersão na realidade do produtor para resolver os gargalos e oferecer um diagnóstico efetivo. “As consultorias também mudaram para acompanhar o novo ritmo da agricultura. Hoje não existe mais o consultor que visita a fazenda e deixa uma recomendação escrita no papel para o agricultor seguir. É um processo maior que não se limita apenas à parte técnica, mas tem como objetivo tornar a operação mais eficiente”, disse.
Schipanski começou a carreira no Paraná como fitopatologista e fundou a G12 Agro em Guarapuava em 2016 para atuar no segmento de consultoria. Hoje a G12 tem três unidades, em Guarapuava, Ponta Porã e também em São Paulo, com mais de 30 colaboradores e pesquisadores focados em gerar conhecimento e informação.
A consultoria G12 é parceira da Ascenza na produção de cereais e batata. Segundo Schipanski, a parceria da indústria com a consultoria é fundamental e estratégica para garantir acesso às ferramentas e entregar eficiência técnica, estabilidade e custo-benefício. “É uma relação baseada em seriedade e transparência”, afirmou.
Sobre a Ascenza
Multinacional referência nas soluções pós-patente no setor de proteção de culturas, a Ascenza, do grupo Rovensa, atua na proteção de culturas desde 1965 com o objetivo de fornecer as melhores alternativas aos clientes, através de uma estreita relação com distribuidores, agricultores e técnicos, com a missão de ajudar a alimentar a população mundial crescente. A empresa está sempre desenvolvendo competências notáveis e inovando para apresentar as melhores soluções aos constantes desafios do mercado, com produtos de qualidade, personalizados para as diferentes lavouras. O nome Ascenza deriva da palavra latina ascendere, que significa ascender, crescer, subir, alinhado com nosso propósito de Cultivar o Futuro. Proximidade, simplicidade, agilidade e sustentabilidade são compromissos da empresa, que tem como pilares cuidar das plantas, das pessoas e do planeta. As soluções da empresa garantem uma dieta saudável e equilibrada à população mundial crescente, com respeito pelo planeta.
