Demanda global por metais críticos impulsiona investimentos bilionários na mineração
Orguel e Mecan se estruturam para atender ao novo ciclo do setor com automação, robotização e tecnologia

A transição energética e a busca por uma economia de baixo carbono estão movimentando um novo ciclo de investimentos na mineração mundial. De acordo com estudo da consultoria internacional Wood Mackenzie, divulgado pela Brasil Mineral, o setor pode receber até US$ 100 bilhões por ano, impulsionado pela crescente demanda por metais críticos – insumos essenciais para tecnologias limpas, mas de alto risco de escassez, como lítio, níquel, cobalto e grafite.

Enquanto o mundo se prepara para essa nova fase, empresas brasileiras ligadas ao setor de engenharia e infraestrutura também se movimentam para acompanhar o ritmo da mineração. É o caso da Orguel e da Mecan, que têm investido em automação, robotização e inovação tecnológica para aumentar a produtividade e oferecer soluções sob medida às grandes obras do setor. Hoje, cerca de 70% do parque fabril da Mecan, por exemplo, já é automatizado.
“Estamos prontos para apoiar o setor de mineração neste novo ciclo de expansão”, afirma Sérgio Guerra, CEO da Orguel e da Mecan, empresas focadas em desenvolver soluções de acesso e engenharia para diversos setores, inclusive para grandes indústrias da mineração.“Investimos em robotização e em tecnologias como inteligência artificial, BIM, realidade virtual e aumentada para garantir que nossos equipamentos e soluções estejam à altura dos desafios da mineração moderna”, complementa.

A Orguel é hoje referência nacional no desenvolvimento de soluções customizadas de engenharia, com foco na locação de equipamentos de acesso para diferentes setores. Já a Mecan, integrante do mesmo grupo, se consolidou como uma das principais fabricantes da América Latina, produzindo andaimes, fôrmas, escoramentos metálicos e componentes metalmecânicos para aplicações industriais.
Mineração do futuro

O estudo da Wood Mackenzie também mostra que, além do aumento nos investimentos, há uma mudança no perfil da mineração: a busca por metais críticos acompanha o avanço dos veículos elétricos, das energias solar e eólica, do armazenamento em baterias e da digitalização da economia. Estima-se que, até 2033, a capacidade instalada de energia solar no mundo crescerá 3,8 terawatts e a eólica 1,6 terawatts, enquanto a capacidade global de armazenamento aumentará 640%.
Nesse contexto, minerais como lítio, níquel e alumínio terão papel cada vez mais estratégico. A demanda pelo lítio, por exemplo, utilizada quase totalmente em baterias, deve saltar de 85% para 97% até 2050, reforçando o papel da mineração como motor da transição energética global.
“Esse cenário representa tanto um desafio quanto uma oportunidade. Mais do que fornecer equipamentos de acesso e escoramentos para grandes obras, queremos ajudar a construir uma mineração mais moderna, segura e sustentável”, frisa Sérgio Guerra.
Minas em evidência

O Brasil ocupa posição estratégica nesse cenário, especialmente Minas Gerais. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), os investimentos previstos para o setor no Brasil somam US$ 68,4 bilhões entre 2025 e 2029. Desse total, Minas Gerais deve atrair cerca de US$ 16,5 bilhões, o equivalente a 24,1%, com foco na exploração de minerais estratégicos, como lítio, cobre e níquel.
Os Vales do Jequitinhonha e do Mucuri têm atraído a atenção dos investidores e já são conhecidos como o “Vale do Lítio”, em referência ao potencial da região para exploração desse mineral considerado estratégico. O lítio é vital para a fabricação de baterias de veículos elétricos, sistemas de armazenamento de energia e diversas soluções associadas à mobilidade sustentável, consolidando a região como peça-chave no novo ciclo da mineração no Brasil.