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Dia Mundial do Solo: Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP atua em várias frentes de preservação e conscientização

Comemorado em 5 de dezembro, o Dia Mundial do Solo chama a atenção para a importância de preservar um dos recursos essenciais ao meio ambiente e à atividade agropecuária. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo realiza uma série de ações nas áreas de pesquisa, extensão rural e defesa agropecuária para garantir a qualidade do solo.

Pesquisa busca técnicas e inovações para melhorar a qualidade do solo

A pesquisa científica é essencial na busca por soluções para impedir o avanço da degradação e fomentar a recuperação dos solos, conforme aponta a pesquisadora Isabella Clerici De Maria, do Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria. A instituição foi uma das primeiras no Brasil a implantar experimentos de campo para medir a erosão, no final dos anos 40.

De acordo com Isabella, os dados obtidos desde então nas estações experimentais são utilizados para avaliar o efeito de culturas e sistemas de manejo no controle da erosão e na melhoria da qualidade do solo. “Esses dados demonstraram, por exemplo, a efetividade do uso do sistema de plantio direto para o controle da erosão e os prejuízos causados pelo emprego inadequado de implementos como grades e subsoladores”, assegura.

“O Instituto tem trabalhado no desenvolvimento de técnicas que permitem avaliar a erosão dos solos a partir de imagens obtidas por sensores embarcados em drones, tanto em lavouras como em estradas e carreadores”, destaca a pesquisadora, citando também os estudos sobre compactação dos solos, que buscam alternativas de manejo para evitar que se degradem.

Os produtores têm disponíveis diversas técnicas para evitar a erosão ou recuperar áreas já degradadas, que devem ser combinadas de acordo com as condições de cada local. “Podem ser selecionadas técnicas para aumentar a cobertura vegetal, para melhorar a qualidade do solo, para a condução da enxurrada, entre outras, buscando corrigir deficiências”, explica Isabella.

As pesquisas desenvolvidas pelo IAC têm servido de subsídio para os técnicos na escolha dos melhores métodos – e buscam alertar para os custos implicados na perda de solos para a agricultura. “Uma revisão realizada em 2011 sobre os custos da erosão indicou que o Estado de São Paulo gastaria cerca de US$ 200 milhões ao ano para repor os fertilizantes perdidos no solo arrastado pela erosão”, levanta Isabella. A boa notícia, segundo ela, é que estudos detalhados chegaram à conclusão de que esse custo é reduzido em 80% se forem adotados sistemas de manejo conservacionistas, ou seja, que levam em consideração a conservação dos solos.

Sistemas Integrados de Produção Agropecuária

O Instituto de Zootecnia (IZ/-Apta) tem trabalhado para o desenvolvimento de pesquisas para a conservação de solo e água, por meio de pesquisas em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária, mantendo a sustentabilidade da produção. “A utilização dos Sistemas reduz a perda de solo já que durante todas as estações do ano há cobertura constante do solo, seja pelas culturas ou pela pastagem, protegendo a sua superfície. Dessa forma os sistemas integrados têm sido utilizados dentro da rotação e sucessão de culturas-pastagem como parte do manejo conservacionista, devido à ciclagem e uso eficiente de nutrientes”, relatou a pesquisadora Karina Batista, que atua no Centro de Pesquisa de Nutrição Animal e Pastagem do IZ.

Os Sistemas promovem a conservação do solo, por meio da diversificação da atividade agrícola e pecuária, disponibilizando forragem na estação seca e eliminando a necessidade de semear plantas de cobertura no inverno ou na primavera, para a produção de palha para o sistema de plantio direto.

Diferentes espécies de plantas ocupam a mesma área no mesmo período, no decorrer das estações do ano, e as raízes dessas plantas, por possuírem diferentes capacidades de exploração do solo, conseguem extrair os nutrientes das camadas mais profundas do solo e disponibilizam para culturas futuras após a sua colheita, manejo ou decomposição.

“Os experimentos têm mostrado que o consórcio de gramíneas e leguminosas forrageiras, por exemplo, ganham força, já que tem promovido ganhos por meio da fixação biológica do nitrogênio e da cobertura do solo, garantindo maior rentabilidade ao produtor”, afirmou Karina.

Conservação e conscientização
O Projeto Integra SP – Radge (Recuperação de Áreas Degradadas por Grandes Erosões) colocou à disposição do produtor rural paulista que quer recuperar as suas terras e torná-las novamente produtivas uma subvenção de até R$ 25 mil. No total, existem pouco mais de R$ 6 mi disponibilizados em forma de projetos de recuperação de solo. Saiba mais sobre o Projeto: https://www.youtube.com/watch?v=48NUvnLToJI

O Integra SP – Radge nasceu de um levantamento que identificou várias áreas com processo de erosão em todo o Estado. São, na maioria, áreas de pastagens, onde há predominância de argissolos, que tornam o local improdutivo e acarretam danos financeiros ao produtor, como a desvalorização das terras, mas também ambientais, com perda da capacidade do solo e dos recursos hídricos, com reflexos sociais. O Projeto é um processo educativo que leva o produtor a repensar sobre os cuidados necessários com a terra, muda o conceito de conservação do solo e reforça a necessidade de adesão às Boas Práticas Agropecuárias.

O engenheiro agrônomo Antonio Lopes, que atua na Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), órgão de assistência técnica e extensão rural do Estado, no Grupo Técnico do Integra SP, acompanhou vários desses processos nos quais terras improdutivas, destruídas pelas chamadas “voçorocas” – grandes buracos -, tornaram-se novamente produtivas, podendo ser dedicadas tanto às pastagens como à produção de grãos, fibras, madeira, celulose, hortículas, resinas, energia, entre outras, voltando a fazer parte da paisagem rural de forma harmoniosa. “No rastro dessa recuperação vem a valorização das terras, a diminuição da pressão por novas áreas de produção, a redução do desmatamento, a mitigação dos gases de efeito estufa, a melhoria de renda e a qualidade de vida no meio rural, com reflexos no meio urbano”, avalia Lopes.

O trabalho promove a harmonização e mimetização da paisagem rural com retorno do processo produtivo, valorização das terras, geração de emprego e renda, até a mudança de mentalidade do produtor que incentiva outros a fazerem o mesmo, a partir de um exemplo impossível de não ser notado. “São pontos essenciais quando se trabalha com o Integra SP – Radge”, afirma Lopes, que desde o seu início como extensionista trabalhou junto às Unidades Técnicas de Engenharia (UTEs), responsáveis pelos projetos de recuperação das áreas. Foram montadas várias UTEs no Estado, com profissionais capacitados a repassar os conceitos e acompanhar os projetos desde o início até a finalização.

É um projeto inclusivo porque a subvenção, que vai até R$ 25 mil, pode ser acessada por todos os produtores rurais, sejam eles grandes, médios ou pequenos. O que muda é que o valor é maior quanto menor for a propriedade, porque entende-se que para os pequenos produtores é preciso um incentivo que o ajude a produzir, ter renda, e até a regularização junto à Defesa Agropecuária.

“A grande fronteira agrícola do Estado são as áreas degradadas; melhorando e recompondo essas áreas, não é preciso desmatar, pois elas serão reintegradas ao processo produtivo e cumprirão a função de prover alimentos saudáveis à população”, argumenta Lopes.

Na região de Presidente Venceslau, onde o responsável pela UTE é o engenheiro agrônomo Mário Totti, foram concluídos em 2020 três projetos, com o reembolso de R$ 75 mil aos produtores. “É uma eficiente ferramenta de extensão rural, uma oportunidade que atrai os produtores para conversar e onde é possível esclarecer as melhores técnicas para o uso do solo agrícola”, afirmou Totti.

A erosão ocorre com frequência em Presidente Venceslau, onde existem muitas pastagens degradadas em função do manejo incorreto, aliado à fragilidade do solo (argissolo). “Começamos com uma visita e um bate-papo, para detectar o problema e propor soluções ao produtor. O projeto é feito e executado de comum acordo, auxiliamos em todas as fases. A lista de interessados é bem grande e em 2021 pretendemos voltar a atender às demandas”, explicou o engenheiro agrônomo.

Na região de General Salgado, a equipe que trabalha com o programa acumula não só experiências, mas histórias de mudanças para melhor na vida dos produtores. “O Projeto significa um alento aos produtores rurais que antes se encontravam desmotivados e até mesmo deprimidos pela perda da capacidade de produção de suas propriedades”, conta Denílson Perpétuo Godoy, que integra a equipe da UTE Regional.

Após o diagnóstico e elaboração do Projeto Individual Propriedade (PIP), no qual são detalhados a ocupação do solo, o sistema de produção adotado e os problemas relacionados ao empobrecimento do solo, são feitas as recomendações detalhadas do uso de práticas conservacionistas visando à recuperação da área degradada. “Durante a execução, geralmente surgem dúvidas do produtor rural quanto às técnicas que serão utilizadas. Ao final, ao verem o resultado, ficam satisfeitos e motivados, pois devolvemos a capacidade produtiva do solo. Os produtores se emocionam e nos emocionam com seus depoimentos, confirmam que estavam incrédulos, e depois se dizem prontos para fazer o que mais sabem: produzir!”, diz Denilson.

Até o momento, a CDRS Regional General Salgado realizou 35 projetos, no valor total de R$ 899.393,33, com subvenção de R$ 627.961,88 e o restante recursos dos próprios produtores, recuperando uma área de mais de 700 ha. No ano de 2020, devido à pandemia, foram executados apenas três projetos no valor de R$ 96.017,00, com subvenção de R$ 75.000,00.

Antonio Lopes, que tem os dados gerais do Projeto Integra SP – Radge, avalia que a execução de novos projetos foi prejudicada pela pandemia, tendo sido somente até abril de 2020 beneficiados 18 produtores, com uma subvenção de R$ 296.374,25, que resultou em 317 ha de áreas recuperadas em 1.701,57 ha de área total. “Cerca de R$ 3 milhões já estão reservados aos projetos e existem pouco mais de R$ 3 milhões disponíveis para novos. Acabando a pandemia, voltaremos com carga total”, explicou. A boa notícia, além da vacina, é que o Projeto continua à disposição dos produtores rurais paulistas.

“Se por um lado temos muito a comemorar, também devemos, como extensionistas, estar sempre atentos, na proposta de projetos, em respeitar a classe de capacidade produtiva do solo, pois tecnologias que servem para latossolos, por exemplo, devem ser utilizadas com ressalvas em argissolos. Extensionistas e produtores devem ser aliados em recuperar e preservar o solo, pois toda a água e os alimentos que consumimos dependem desse nosso bem maior”, finaliza Denílson.

Monitoramento

A Coordenadoria de Defesa Agropecuária, da Secretaria, é responsável pela fiscalização e o cumprimento da legislação que dispõe sobre o uso, a conservação e a preservação do solo agrícola. Com a fiscalização, faz-se o constante monitoramento das áreas agrícolas do Estado de São Paulo, com o objetivo de minimizar os processos erosivos existentes em todo o estado, mas principalmente para solos mais susceptíveis a esse dano, como acontece na região Oeste do Estado, onde concentram-se as ações.

O propósito da Legislação de Uso e Conservação do Solo Agrícola é de conscientizar o produtor e não o penalizar, sendo que mais de 90% dos Autos de Infração foram cancelados, porque os danos ao solo foram sanados. O produtor deve ter a compreensão que conservando seu solo, ele protegerá sua parcela, sua gleba, propriedade, região, Estado, País e planeta, porque tudo está interligado.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

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