Dispositivo desenvolvido por pesquisadores da UFSCar permite análises precisas de aderência em camadas de pavimentos asfálticos

Dispositivo desenvolvido por pesquisadores da UFSCar permite análises precisas de aderência em camadas de pavimentos asfálticos

Tecnologia auxilia na escolha de reforços poliméricos para maior durabilidade dos pavimentos; inventores buscam parceria com empresas para produção em larga escala

Dispositivo desenvolvido por pesquisadores da UFSCar permite análises precisas de aderência em camadas de pavimentos asfálticos

O alto tráfego de veículos e o acúmulo de água no asfalto, especialmente em períodos chuvosos, frequentemente geram fissuras e buracos na pavimentação das ruas, exigindo reparos constantes.

Na reabilitação de pavimentos, uma nova camada de massa asfáltica é aplicada sobre uma antiga, normalmente trincada, e a aderência entre essas camadas é essencial para garantir desempenho, durabilidade e segurança da estrutura. Mas como medir com precisão essa aderência e prever seu comportamento ao longo do tempo diante de fatores como tráfego intenso?

Foi pensando nas respostas a essa questão que pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um dispositivo capaz de avaliar a aderência de interface entre camadas de asfalto em pavimentos reabilitados.

Segundo Matheus Pena, doutor em Engenharia Civil pela Universidade, a tecnologia – que lembra uma guilhotina de corte – permite análises tanto com carga constante (estática) quanto com carga pulsante (dinâmica), sendo essa última o grande diferencial da invenção. “A carga constante mantém-se fixa durante o teste, enquanto o pulsante simula as condições reais do tráfego de veículos, reproduzindo o deslocamento cíclico das cargas. Esse método possibilita uma análise mais realista das ofertas mecânicas a que a interface do pavimento será submetida, testando sua aderência de forma mais precisa”, explica o pesquisador. A invenção é fruto de sua tese de doutorado sob orientação de Natália Correia, docente do Departamento de Engenharia Civil (DECiv) da UFSCar.

No laboratório, os pesquisadores simularam o processo de reabilitação do pavimento com geossintéticos e avaliaram a união entre as camadas de asfalto sob carga cíclica. “Colocamos uma amostra de concreto asfáltico no dispositivo e aplicamos uma carga sobre um compartimento móvel, que executa um movimento de corte. Em seguida, realizamos um ensaio de cisalhamento na interface, no qual o deslocamento entre as camadas permite medir sua resistência. Quanto menor é esse valor, mais falha é a ligação entre as camadas, causando maior propensão a falhas estruturais ou descolamentos”, detalha Pena.

Com base nesses testes, o dispositivo permite a avaliação da qualidade da pavimentação, seguindo normas técnicas de diversos países, como Alemanha e Suíça. “O equipamento permite ajustes na carga aplicada, na velocidade do ensaio e no tamanho da amostra de concreto asfáltico, tornando-o compatível com diferentes normativas internacionais”, acrescenta Correia.

A tecnologia pode ser aplicada tanto na fase de planejamento da reabilitação de pavimentos – permitindo a escolha do material mais adequado para garantir uma aderência eficiente – quanto na verificação da compactação no campo, garantindo que o processo foi realizado corretamente. Além disso, o equipamento possibilita a avaliação de reforços poliméricos que podem ser instalados entre as camadas novas e antigas para minimizar trincamentos e prolongar a vida útil do pavimento.

Atualmente, o Brasil não possui uma normatização específica para aferição da aderência de interface em pavimentos reabilitados, levando pesquisadores a adotarem referências normativas de outros países. “Estudos como esses reforçam a necessidade de melhoria do controle de qualidade dos pavimentos rodoviários brasileiros e podem servir de base para normativas voltadas à infraestrutura viária”, conclui Correia.

A invenção teve seu pedido de patente depositado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com o apoio da Agência de Inovação (AIn) da UFSCar. “A Agência nos orientou em todas as etapas do pedido de patente, facilitando o processo e garantindo que a tecnologia fosse devidamente protegida”, afirma Pena.

Os cientistas da UFSCar realizaram mais de 400 testes no equipamento do Laboratório de Geotecnia e Geossintéticos (LabGEO/UFSCar). Agora, busca parceria com empresas para produção em larga escala e comercialização.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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