Documentário sobre geração de renda e conservação da floresta no Médio Xingu se destaca em festivais e mostras de cinema em todo mundo
O filme, uma coprodução entre a Synergia Socioambiental e DotFilms, com apoio do ICMBio, tem como fio condutor a narrativa de produtores de cacau da Reserva Extrativista Terra do Meio e de associados da ASSFLOR, Associação Agroextrativista Sementes da Floresta
Menos de dois meses após seu lançamento, o documentário “A floresta que você não vê – Narrativas do Médio Xingu”, tem se destacado em festivais e mostras de cinema em vários países. “A temática envolvendo a Amazônia desperta interesse mundial, mas não esperávamos tanta receptividade e convites para exibir o filme”, comenta Alexandre Pessôa, gerente de comunicação e marketing da Synergia. Ele explica que o filme derivou do Projeto Redes do Médio Xingu e nasceu como uma forma de registrar as etapas do Projeto. “Logo que as primeiras imagens e depoimentos começaram a chegar, percebemos que tínhamos um potencial muito grande de contar a história daquelas pessoas de forma fílmica. A partir dessa constatação, demos início à produção do documentário e o resultado nos enche de orgulho hoje, pois a Synergia não é uma produtora de filmes e, sim, uma empresa que está na Amazônia há mais de dez anos desenvolvendo projetos socioambientais”, conta Alexandre.
E, por estar na Amazônia há tanto tempo, a consultoria decidiu, em 2022, dar início a um projeto autoral, sem vínculo com nenhuma grande empresa, como forma de apoiar a bioeconomia da região. O Projeto Redes do Médio Xingu tem o objetivo de ajudar na conservação do meio ambiente e na geração de renda de pessoas que vivem em áreas com forte pressão de desmatamento no estado do Pará, como as populações ribeirinhas da Estação Ecológica Terra do Meio e de Uruará, nas proximidades de Altamira.
O Projeto atua em três frentes: no apoio à cadeia produtiva do cacau, que impacta positivamente na geração de renda das famílias da Estação Ecológica Terra do Meio, no apoio à Rede Terra do Meio, promovendo uma estrutura comercial para atender a população local e apoiando à Associação Agroextrativista Sementes da Floresta (AASFLOR), que fica em Uruará.
O documentário “A floresta que você não vê – Narrativas do Médio Xingu” enlaça as histórias de luta e resistência de pessoas que buscam formas de gerar renda e manter a floresta amazônica em pé, pessoas que se sentem parte da floresta e enfrentam grande pressão de desmatamento em função do garimpo, da extração de madeira, da pecuária e da monocultura.
As narrativas do Norte do Brasil chegando ao norte global
O documentário estreou no Brasil no Dia da Amazônia (5/9), foi destaque em setembro na Conferência Ethos 360º, em Belém, no Pará, e no CUBO Itaú, em parceria com o Fundo Vale. Recebeu o título de semifinalista no Angeles Documentaries (EUA), na categoria de curtas documentais, também foi selecionado para concorrer ao Lisboa Indie Film Festival (Portugal), ao Outer Banks Environmental Film Festival (EUA) e ao All That Moves International Film Festival (Brasil).