Doutor pela UFSCar conquista 1º lugar no Prêmio Gustav Eirich 2025

Doutor pela UFSCar conquista 1º lugar no Prêmio Gustav Eirich 2025

Reconhecimento destaca pesquisa sobre secagem de concretos refratários, desenvolvida no Departamento de Engenharia de Materiais

Doutor pela UFSCar conquista 1º lugar no Prêmio Gustav Eirich 2025
Prêmio Contemplados e Gustav Eirich 2025 (Foto: Deutsche Feuerfest Industrie eV – DFFI)

O egresso do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEM) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Murilo Henrique Moreira, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Gustav Eirich 2025, concedido durante o 67th International Colloquium on Refractories (ICR), realizado em Aachen, Alemanha. O evento é considerado o mais importante da Europa na área de cerâmicas refratárias e reuniu mais de 700 participantes. Uma comissão internacional de especialistas avaliou trabalhos de pesquisadores que defenderam seu doutorado ou realizaram pós-doutorado nos últimos dois anos, de 10 nacionalidades distintas.

A tese de doutorado premiada, intitulada “Advances on Refractory Castables Drying Process Coupling Experimentation and Computational Modelling“, foi desenvolvida sob a orientação de Victor Carlos Pandolfelli, docente do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFSCar. O trabalho se destacou pela integração entre modelagem computacional avançada e técnicas de imageamento in-situ, permitindo compreender o processo de secagem dos concretos refratários.

Segundo Moreira, o estudo buscou aprimorar uma das etapas mais críticas e energéticas da produção desses materiais, amplamente empregados no revestimento de equipamentos que operam em altas temperaturas, presentes em setores como o metalúrgico e o de cimento. “A secagem dos refratários é um processo demorado e ainda conduzido de forma conservadora, pois envolve fenômenos complexos de transporte de calor e massa. Nosso principal foco foi evitar o lascamento explosivo, algo bastante similar com o que ocorre com o grão de milho quando fazemos pipoca. Se o vapor não tem por onde escapar ou se sai muito vagarosamente, ele pressuriza e pode levar a trincas ou até mesmo explosões, o que compromete a produtividade, e até mesmo a segurança dos trabalhadores. Assim, o estudo buscou compreender melhor esse fenômeno e otimizar esse processo industrial”, detalha o pesquisador.

Para isso, o estudo combinou a tomografia de nêutrons, técnica capaz de mapear o movimento da água em materiais porosos, com métodos de simulação de fratura de materiais, conhecidos como técnica de campo de fase. “Com isso, obtivemos avanços importantes na compreensão do processo de secagem dos concretos refratários. Embora ainda haja desafios a superar, hoje temos uma visão muito mais clara do que ocorre dentro do material durante a secagem”, reforça.

Reconhecimento internacional e relevância científica

Moreira conta que apresentar o trabalho no ICR foi uma oportunidade de revisitar o percurso de pesquisa e perceber seu impacto além do meio acadêmico. “Cada resultado foi fruto de colaborações entre colegas, universidades, centros de pesquisa e empresas. O júri avaliou o potencial dos estudos em gerar benefícios reais para a indústria e a população, o que reforça o compromisso da ciência em devolver à sociedade o investimento que faz em nossa formação”, afirma.

Ele completa: “Mesmo com as dificuldades e limitações de recursos que enfrentamos no Brasil, produzimos ciência de altíssimo nível e com relevância internacional e competitiva. Para mim, essa conquista também vem com a responsabilidade de ajudar os futuros alunos a não duvidarem de seu potencial e avançarem ainda mais longe”.

O professor Pandolfelli ressalta que o prêmio é um reconhecimento da qualidade da pesquisa realizada no Brasil e, em especial, na UFSCar. “O primeiro lugar tem um sabor especial e demonstra a competência dos nossos alunos. A competição inclui não apenas teses de doutorado recentes, mas também trabalhos de pós-doutorado, o que eleva ainda mais o nível da disputa”, comenta.

Para ele, a originalidade da tese foi decisiva. “Além da competência do Murilo, o uso de uma técnica inovadora – a tomografia de nêutrons – para visualizar a saída de vapor de água em materiais cerâmicos refratários permitiu validar os modelos computacionais e identificar fenômenos de recondensação da água até então nunca observados”, explica.

Esta é a quarta vez que um doutor formado no Grupo de Engenharia de Materiais Refratários (GEMM) da UFSCar, sob orientação de Pandolfelli, recebe o Prêmio Gustav Eirich – um feito que reforça a tradição e o protagonismo da Universidade em pesquisas de ponta na área.

Foto – Prêmio Gustav Eirich 2025: os premiados (da esquerda para a direita): Dra. Christin Dannert, da ECREF gGmbH e membro do júri; Dra. Alena Stein, 2º lugar – Universidade de Koblenz; Dr. Murilo Henrique Moreira, 1º lugar – Universidade Federal de São Carlos; Dr. Florian Kerber, 3º lugar – Universidade de Mineração e Tecnologia de Freiberg (TU Bergakademie Freiberg); e Dr. Andreas Seiler, da Maschinenfabrik Gustav Eirich GmbH & Co KG. Crédito: Deutsche Feuerfest Industrie e.V. (DFFI).

 

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