Dragagem e desassoreamento trazem inúmeros benefícios às empresas de mineração
Em alguns casos, é possível tratar a lagoa, remover a alumina e recuperar recursos valiosos
A bauxita é a principal matéria-prima para a produção de alumínio, sendo usada para produzir a alumina, que por sua vez é utilizada na produção do alumínio metálico. De acordo com a Associação Brasileira de Alumínio (ABAL), o Brasil possui a quarta maior reserva de bauxita do mundo. Em 2022, conforme dados do Anuário Metalúrgico – Metais não ferrosos, desenvolvido pela Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), a produção de alumínio primário chegou a 810,9 mil toneladas, representando mais de 42% da indústria.
O acúmulo de sedimentos e resíduos gerados por empresas do setor de mineração em lagos e lagoas industriais pode provocar problemas ambientais e econômicos, como a redução da capacidade de vazão (que pode aumentar o risco de inundações); prejudicar a qualidade da água, afetando ecossistema, biodiversidade e saúde pública; não permitir o reuso da água; e reduzir a eficiência operacional das empresas.
Por isso, a realização da dragagem e do desassoreamento realizados de forma periódica em áreas mineradoras é uma medida primordial para oferecer menos riscos e mais qualidade ao meio ambiente, garantir a segurança operacional e contribuir para a sustentabilidade da atividade de mineração a longo prazo.
A Submar Dragagens, empresa catarinense que está há 28 anos no mercado, realiza projetos de dragagens e desassoreamento em todos o país e, recentemente, fez a dragagem de manutenção em um lago de sedimentação de bauxita em São Luís (MA). O problema detectado foi a impossibilidade de receber material, pois os lagos estavam em sua capacidade máxima. Foram realizados dois projetos para sanar a questão. No primeiro, foi usada uma dragagem de sucção e recalque de 410 metros para dragar uma quantidade de 17 mil metros cúbicos para reestabelecer a capacidade de estocagem original do lago. Já na segunda contratação dos serviços, foram desassoreados 10 mil metros cúbicos de resíduos de bauxita de outro lago. Além da remoção dos sedimentos, foi feito ainda o transporte seguro desse material para a destinação adequada, garantindo que o processo seja eficiente e ambientalmente responsável. “A Submar realiza projetos de dragagem e desassoreamento, além da manutenção anual no local, destacando-se pelo comprometimento com prazos, qualidade e eficácia na resolução dos problemas do cliente. Essa capacidade de resolver questões específicas de maneira eficaz é um testemunho da excelência dos nossos serviços”, revela o engenheiro e sócio-administrador da Submar, Rogério Júnior.
De acordo com ele, para lagoas de sedimentação em operações de mineração, especialmente no segmento de alumínio, a frequência de manutenção pode variar dependendo de alguns fatores, como a carga de sedimentos, o tipo de minério, a capacidade da lagoa e as condições climáticas locais. No entanto, há algumas orientações gerais a serem seguidas: “As lagoas devem passar por inspeções periódicas, normalmente mensalmente ou trimestralmente. Esses procedimentos ajudam a identificar problemas como acúmulo excessivo de sedimentos, danos estruturais ou problemas com o fluxo de água”, esclarece Júnior.
Já a frequência para a remoção de sedimentos pode alternar. Em geral, é necessário removê-los anualmente ou a cada dois anos, dependendo da taxa de acúmulo e da capacidade da lagoa. Em algumas situações, especialmente com cargas mais altas de sedimentação, a retirada deve ser mais frequente. É importante ressaltar as medidas adotadas em todo o processo de dragagem e do descarte dos sedimentos retirados de lagos e lagoas industriais, que incluem, entre outros, a observância rigorosa dos procedimentos e normas de segurança da empresa e da regulamentação sanitária e ambiental. “Na atividade de dragagem, é crucial vedar corretamente a tubulação para evitar vazamentos e usar barreiras de contenção na draga para reter qualquer vazamento de óleo hidráulico na lagoa. Manter a tubulação e a draga em bom estado, realizando verificações regulares por meio de check-lists, é essencial. Também é importante disponibilizar kits de emergência e agir rapidamente para mitigar qualquer anormalidade na operação. Outro ponto fundamental é garantir que o dique de recebimento do material bombeado esteja impermeabilizado e com drenagens adequadas”, ressalta o engenheiro e sócio-administrador da Submar.
Além de vantagens para o meio ambiente e para manter a capacidade produtiva e operacional das empresas, a dragagem e desassoreamento podem trazer, em alguns casos, a possibilidade de retrolavagem do material removido da lagoa para tratamento adicional e retirada da alumina. “Muitas vezes, essas lagoas recebem parte da bauxita in natura e, ao tratar esse material, é possível recuperar recursos valiosos”, finaliza Júnior.
Os projetos de dragagem e desassoreamento da Submar possuem seis etapas: levantamento hidrográfico; determinação do volume de material a ser dragado; estudos de campo para caracterização do material; dimensionamento dos equipamentos a serem utilizados; preparo da área para depositar o material dragado; e disposição adequada dos resíduos. A Submar atende desde a retirada do material, passando pela desidratação e análise para reaproveitamento, até sua destinação final, quando não há alternativas.