Economia Circular lidera avanço de práticas sustentáveis na Aperam
Equipamentos industriais, matérias-primas e coprodutos são reaproveitados internamente ou comercializados, gerando receita de R$ 78 milhões
A Gerência de Economia Circular da Aperam completa seu primeiro ano de atuação e já apresenta resultados expressivos: foram R$78 milhões gerados em receita, superando em mais de 40% a meta inicial prevista, que era de R$55 milhões. Mais do que resultados financeiros, a gerência tem protagonizado uma importante mudança cultural dentro da empresa, sendo responsável pela redução significativa de desperdícios e reutilização inteligente de recursos.

“Movimentamos grandes volumes de materiais na nossa indústria. Entram matérias-primas, equipamentos e peças. E saem produtos acabados e outros materiais, peças e equipamentos obsoletos, bem como coprodutos, que vêm sendo reaproveitados internamente ou comercializados. Mais do que gerar receita adicional, nosso objetivo é eliminar completamente a necessidade de descarte ou acúmulo desses materiais no pátio, garantindo que tenham uma destinação produtiva e sustentável”, pontua o CEO da Aperam, Frederico Ayres Lima.
Entre as principais frentes de atuação está a recuperação e reutilização de itens como motores, rolamentos, ferramentas, materiais de escritório, componentes elétricos e mecânicos, evitando compras desnecessárias e o descarte prematuro de itens ainda em boas condições.
Além disso, a gerência atua no reaproveitamento interno de matérias-primas consideradas obsoletas e coprodutos, como finos de minério, moinha de carvão, carepas de laminação, ácidos saturados e fundentes. Alguns desses materiais passaram a ser reintegrados a outras etapas da produção do aço inox, contribuindo diretamente para a otimização de recursos e a redução de desperdícios.
Exemplo de coproduto reaproveitado vem da lama grossa gerada na Aciaria. Rica em metais nobres, como níquel e cromo, a lama grossa é processada e submetida a alta pressão e tratamento térmico para dar origem aos briquetes, de elevado valor siderúrgico, com posterior utilização no convertedor AOD-L para a fabricação do aço inoxidável. Com isso, a empresa reduz custos com a aquisição de matérias-primas e contribui para gerar um menor passivo ambiental.
Gerando receitas
Quando não é possível o reaproveitamento interno dos itens, matérias-primas ou coprodutos na Usina da Aperam em Timóteo, no Vale do Aço (MG), eles são comercializados externamente, gerando receita adicional para a empresa. Essa frente envolve ainda prospecção de novos mercados e o desenvolvimento de novos negócios para a empresa.
“Criamos soluções inovadoras para o mercado a partir da transformação de coprodutos em novas matérias-primas. Buscamos agregar valor ao que antes era descartado ou subutilizado. Essas iniciativas visam substituir matérias-primas primárias, reduzir o impacto ambiental e estabelecer parcerias estratégicas com diversos setores industriais”, pontua o gerente de Economia Circular da Aperam, Glautiere Paiva.
É o que acontece com a moinha de carvão, coproduto gerado a partir da fragmentação do carvão vegetal durante o transporte e manuseio. Devido ao seu alto valor energético, ela é comercializada com empresas parceiras que utilizam este coproduto como matéria-prima. A moinha também pode ser aplicada diretamente no solo como biochar, contribuindo para a retenção de água e nutrientes, além de atuar na estocagem de carbono, gerando créditos de CO2.