Fertilizantes orgânicos compostos produzidos com lodo de esgoto sanitário impulsionam economia circular e a agricultura
Adubos orgânicos têm uso autorizado em todas as culturas agrícolas e contribuem para a sustentabilidade do saneamento
O Brasil, um dos líderes globais em agronegócio, dá passos concretos em direção a uma agricultura sustentável com o uso de fertilizantes orgânicos produzidos a partir do lodo de esgoto tratado. Atualmente, essa prática é regulamentada pelos principais órgãos federais – Ibama e Ministério da Agricultura e Pecuária – e tem liberação para aplicação irrestrita em todas as culturas agrícolas.
A Tera Ambiental, empresa especializada em soluções de economia circular como a reciclagem de efluentes e compostagem de resíduos orgânicos, transforma o lodo de esgoto, após tratamento seguro, em fertilizantes orgânicos que são utilizados por produtores rurais de diferentes portes e culturas.
“Ao transformar resíduos urbanos, industriais e agroindustriais em insumo agrícola, contribuímos diretamente para um ciclo sustentável. Esse tipo de fertilizante melhora a saúde do solo, promove ganhos de produtividade e reduz a dependência de fertilizantes minerais importados”, explica Fernando Carvalho Oliveira, Engenheiro agrônomo, Mestre e Doutor em Agronomia – Solos e Nutrição de Plantas pela USP/ESALQ, responsável técnico da Tera Ambiental e Tera Nutrição Vegetal.
De acordo com dados da Tera, o produto possui altos teores de matéria orgânica e nutrientes como nitrogênio, fósforo, cálcio e enxofre, com resultados positivos na produção de hortaliças, frutas, flores, cultivo de grãos, pastagem, paisagismo, entre outras categorias. Além dos ganhos no campo, o uso do fertilizante orgânico composto produzido com lodos de estações de tratamento de esgoto e de águas residuárias na agricultura reduz a emissão de gases de efeito estufa e os custos com disposição em aterros sanitários, alinhando-se aos compromissos climáticos do setor de saneamento e às metas do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).
Além disso, é fundamental ampliar o conhecimento técnico e a conscientização sobre o papel estratégico desses fertilizantes na recuperação e estabilização dos solos agrícolas. Um exemplo relevante é o fertilizante orgânico composto obtido por meio da compostagem termofílica do lodo de esgoto. O processo gera um insumo de alta estabilidade, com reação neutro (pH 7,0) e umidade controlada (entre 35% e 40%), rico em matéria orgânica humificada e nutrientes essenciais, como nitrogênio, fósforo cálcio e enxofre, além de micronutrientes como zinco, cobre e molibdenio. Esse tipo de fertilizante contribui diretamente para a melhoria da estrutura física e química do solo, eleva a capacidade de retenção de água, estimula o desenvolvimento radicular e promove ganhos sustentáveis de produtividade. Classificado como Fertilizante Orgânico Composto Classe B, atende integralmente às exigências legais, sendo seguro do ponto de vista microbiológico, ambientalmente estável e eficaz do ponto de vista agronômico.
“Os fertilizantes são produtos altamente regulados e para que um estabelecimento possa produzir e comercializar esse tipo de insumo, é necessário atender a critérios técnicos que são definidos pelo Ministério da Agricultura e pelos órgãos ambientais. No caso dos fertilizantes orgânicos, como os produzidos com lodo de esgoto tratado, é exigida a comprovação da segurança ambiental e agronômica, com controle sobre contaminantes e estabilidade do produto. Isso garante que o uso desses fertilizantes na agricultura seja seguro, eficiente e em total conformidade com a legislação vigente” afirma o Eng. Agronomo Irani Gomide Filho, coordenador de assuntos regulatórios da Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal).
Estudos da Embrapa e de outras instituições de pesquisa ambiental reforçam a segurança e a eficiência agrícola do composto quando tratado adequadamente. Em estimativa, o Brasil gera entre 250 e de 300 mil toneladas (SNIS) de lodo por mês, o que representa um grande potencial de reaproveitamento na agricultura. No entanto, segundo estudo da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), uma cidade com cerca de um milhão de habitantes pode gerar em torno de 150 toneladas/dia de lodo, caso tenha 100% de seu esgoto tratado. Mesmo com a economia e vantagem, a porcentagem do lodo gerado destinados à agricultura no Brasil ainda é muito baixa, evidenciando a necessidade de ampliar o aproveitamento desse resíduo de forma segura e sustentável.
“O avanço das regulamentações e o desenvolvimento de tecnologias como as que utilizamos na Tera permitem que o lodo de esgoto deixe de ser um problema e se torne parte da solução para a sustentabilidade do ambiente urbano”, complementa Fernando Carvalho.
Com unidades operacionais em regiões estratégicas, a Tera Ambiental é hoje uma das empresas que processam lodo de esgoto para fins agrícolas no Brasil, sendo pioneira na integração entre saneamento, agricultura e sustentabilidade industrial.